Conhecer os cheiros do mundo e respeitar os faróis,
atributos de um sedutor nato.
Mas qual é a relação entre aromas, farol e
consequentemente lingeries e conquista?
Tudo possui uma correlação de acordo com o seu poder de
alcance visual e da sua compreensão para com a existência hormonal feminina.
Mulher não ultrapassa farol vermelho, nem tampouco
ignora os aromas sustentados pelas partículas de O2 da nossa Torre de Babel. Mulher
é plano sublime do realismo possível, basta mirar e extrair a conferência que
aquele olhar transmitiu.
Ultrapassar o farol (já no amarelo) é correr riscos
existenciais. O farol fechou, desacelere, abra o vidro e aspire e inspire
profundamente o que a natureza está lhe ofertando gratuitamente naquele
momento.
Afine-se com o propósito.
Se você se predispõe a ultrapassar o bairro que reside,
deve levar em consideração o contingente demasiado de faróis, eles são
fundamentais para a organização entre a sua ansiedade e a sua paciência.
Levando em consideração um dado factível de que o conquistador
de hoje se adequou vertiginosamente as transformações do mundo moderno e sucumbiu
aos modismos acelerados do approach destemperado, seduzir despretensiosamente é
uma arte despencada no desuso.
Ninguém conquista hoje em dia respeitando as
proeminências de um farol... A lingerie é o alvo principal e pra se chegar até
ela, o cabra planta até bananeira no meio fio do último andar.
A verdade é que os roteiros de hoje são muito
previsíveis e o homem sedutor é invariavelmente confundido com o mulherengo,
devido à facilidade que algumas delas impuseram no preâmbulo da conquista.
Nossas principais musas inspiracionais da nossa ereção
mental e carnal transformaram a trilogia do Senhor dos Anéis num gibi de 15
páginas. Não queremos um livro filosófico de Friedrich, mas também não precisa
ser as citações enjoativas da Clarice Lispector.
Não mostre os atalhos para se chegar a tão cobiçada lingerie,
nós gostamos do joguinho dos sete erros, vulgo conquista... Aquele voyeurismo da
paixão, entenderam? Olhar, desejar, desejar, olhar, devorar...
A conquista de hoje é o Mercadão da Sé de ontem, o que
não se aproveita (quando maduro) vira resto na calçada, se oferecendo por muito
pouco, ou por quase nada.
Se eu não fosse cronista, na verdade meu filme
começaria assim:
Uma frase de efeito circunstancial em uma situação
inesperada (como a estagnação quase que perpétua de um farol vermelho).
Sorrisos levemente acanhados. Intersecções de falas rápidas. A conquista
imediata do telefone e o elemento surpresa estrategicamente elaborado para um
futuro convite.
O que importa agora é como ela vem...