Crônicas

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O suficiente para...


Falando abertamente?

Ela não teve a pretensão de me conquistar, tampouco imaginava que eu era propenso as verdades inteiras de uma relação a dois... De fato, nem eu mesmo sabia se era merecedor de algo que tanto eu fugia... Acho que havia transformado meu coração em um souvenir, somente com pequenas e passageiras emoções.

Ela não teve a pretensão de me conquistar, mas decretou (involuntariamente) um feriado em seu coração, um feriado prolongado mediante ao que ela apostava para aquele momento de “férias”.

Férias...

Enquanto ela visitava minha casa como se fosse uma turista se encantando pela mesma pousada, meu coração, em uma batalha desonesta com meu cérebro, dizia que suas emoções pelas suas visitas já haviam se transformado em uma estadia contínua.

Me contive.

Lutei inconscientemente tentando me convencer de algo que já não fazia mais sentido: imaginar que disponibilidade tem a ver com felicidade.

Me enganei, e presenciei um dos equívocos mais deliciosos que um ser teimoso poderia provar: a paixão.

Enquanto eu, tolo mortal, me fazia de desentendido sem notar os sinais que a vida me tacava na cara, ela fazia uma falta contida dentro de uma saudade incontida...

Sua imagem me saltava aos olhos sem hora marcada. Seu perfil no Facebook se tornou uma constante visita por mim. Será que estava tentando ludibriar a saudade?

Hoje, sinto mais saudade dela do que de mim.

Ela não precisou usar minissaia. Não precisou usar decotes fúteis e apelativos. Não se vangloriou de joguinhos banais de conquista. Não se promoveu usando o que muitas mulheres acham que é fatal, a vulgaridade.

Ela foi erótica com o sorriso. Ela foi sedutora com o caráter. Ela foi irresistível com suas verdades. Ela foi imbatível com a falta de pressa.

Ela foi querendo não querer.

Querendo não querer. Ela não teve a pretensão de me conquistar, mas hoje, a única coisa que não queremos é ficar longe de todo esse bem querer, e no nosso caso, querer é poder.