quarta-feira, 11 de julho de 2012
Verdades inconvenientes
Ao bater minha canela no escuro (entrando silenciosamente em minha casa), tive uma epifania:
“Meus relacionamentos não ultrapassam 1 ano!”
Durante todas as minhas incursões amorosas cometi as mesmas derrapadas: Rescindi alguns valores. Alfabetizei os meus desejos e cataloguei as minhas companheiras em uma espécie de concubinato.
Meus relacionamentos começavam “shakesperianamente”, mas o desfecho era sempre o Holocausto. Transformei minha cama em um divã?
Foi tudo vertigem? O encontro previsível da canela com a quina da mesinha da sala foi surpreendente, despertei para as minhas verdades e me libertei daquilo que há 5 minutos atrás era inacessível – agora - indelével.
Acho que faltou convivência comigo mesmo. Momentos mais tenros e mais aproveitados com o vazio das coisas, ou a inanição do “nada”. Abdiquei o uso da solidão para saborear o gosto da obtenção por resultados imediatos. Puro receio em ser infeliz! Queria sempre ter certeza das coisas e hoje a minha única certeza se remete as dúvidas saborosas de viver sem estar em uma redoma, um invólucro onde só existiam gestos e afeições suaves.
Abandonei minha paciência no altar, não que eu tivesse um estoque pós-apocalipse, mas deveria ter mantido-a em cativeiro nos momentos de incompreensão.
Mas hoje estou bem, sobrevivi ao genocídio amoroso e a execução primária de atitudes nada secundárias.
Estou aqui! Apto e oferecido a viver uma saborosa ilusão, a ilusão de que ainda existam pessoas aptas a não fazer o que fiz com as minhas verdades inconvenientes.
É... Talvez a vida seja um trabalhoso e imenso quebra cabeças onde me monto e me remonto a cada descoberta de me perder de novo nesse equilíbrio instável chamado de vontade.
Obrigado canela, por ter sido muito mais que uma simples sinalizadora de obstáculos no escuro.
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Excelente texto!Parabéns !! Hyrudoid e um monte de inspirações pra rechear esse blog degustativo sempre com diferentes e aromáticos temperos!!
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