A era dos problemas de esfera psicológica finalmente
infestaram a sociedade. Digo finalmente porque já estávamos sem criatividade e
sem ideias inovadoras para nutrir nossa antipatia pela rotina – afinal de
contas – sempre são as mesmas doenças e sempre na esfera biológica,
precisávamos inovar!
Vejam como exemplo a hanseníase (amedrontamente chamada
de lepra), foi a doença mais antiga da humanidade (1350 a.C) e sua cura só foi
descoberta no início dos anos 80. Isso sem mencionar nas epidemias (aquelas
doenças que não suportam somente os 5 minutos de fama e se propagam
mundialmente).
As doenças se reinventam (isto é fato), a tuberculose,
a difteria, a febre amarela saíram de cena e deram vazão ao sarampo, a rubéola
e que, por conseguinte foram substituídas pelo Câncer, Aids, gripe aviária,
ebola e atualmente (ainda em menor escala) dengue.
Dengue, todas as vezes que reflexiono sobre, analiso a
imensa fragilidade do ser humano e a sua burrice em larga escala. Dengue é um
desleixo nosso, causado pela ausência de educação, pelo excesso de ignorância e
pelo descaso de chefes de estado eleitos por quem mesmo?
Ah tah, por nós!
Deixemos a culpa e o vitimismo de lado (essas
patologias serão abordadas no próximo parágrafo), pois bem, correlacionado a
isso, temos as mudanças dos hábitos e o desenvolvimento irrefreável do capitalismo
moderno, arrastando pessoas e mais pessoas aos principais centros urbanos,
ocasionando problemas, caos e principalmente a inovação das nossas doenças: Os
problemas psicológicos.
Respeito os sintomas terríveis que uma depressão
oferece ao indivíduo, imagino o terror que deva ser a síndrome do pânico, mas a
nova adesão que contamina as pessoas possui um clamor ainda maior: O vitimismo.
O vitimismo é um poço de sentimentos negativos, dele
surge à tendência para culpar os outros sob a justificativa irracional do “ele
tem mais do que eu tenho”. Deste sentimento mesquinho e tacanho surgem às
couraças de autodefesa que não permite - ao que se faz de vítima – viver e
conviver numa esfera social de forma consciente, sensata e digna.
Dele, deriva a impressão congênita e absurda de que o
vitimista não precisa mudar e reciclar seus pontos de vista, os outros é que
sempre estão errados, os outros é que precisam sucumbir e concordar com eles.
O vitimismo renega qualquer tipo de meritocracia em
favor da idiocracia; Estudou em colégio bom? Tem casa própria? Carro? Qualidade
de vida? Fez por merecer? “Desculpe, você pertence à elite branca e o seu modo
de vida me irrita!”
Sim, ser eficiente, investir numa ideia, acreditar em
seu potencial, ir á luta, se dedicar por um estudo, por uma tese ou
simplesmente herdar algo digno que seus ancestrais construíram, sim, você será
o novo odiado da nova doença do século XXI, o vitimismo.
Do vitimismo ao espertismo, da política a sociologia
(aqui, na ordem cronologicamente inversa), falemos de César (o governante
romano): Dividir para conquistar, em português evidente, dividir para reinar.
Espertismo no dicionário: Consiste em ganhar o controle
de um lugar por meio da fragmentação das maiores concentrações de poder,
impedindo que se mantenham individualmente. Estratégia que tenta romper as
estruturas de poder existentes e não deixar que grupos menores se juntem.
É certo, evidente e latente que a sociedade se rachou
por sua adesão ao fanatismo, assim como Hitler, líder que conquistou a empatia
do povo alemão por abusar de um sistema desacreditado por conta da primeira
guerra mundial e seus resquícios (miséria, fome, pobreza) – aqui –
metaforicamente (e coincidentemente) pintado de vermelho, temos uma nação (em
sua totalidade) corrompida por se achar inferior e por não acreditar em si
mesma.
A falta de fé nos leva a dependência e a falsa
ideologia de que uma nação, a beira de uma falência geral, sempre precisa de um
líder. A falta de fé raciocinada compensa a falta de habilidade social, assim
sendo, o povo vai na onda do coletivo pela discriminação, pelo extremismo e
pelo fundamentalismo.
Vitimismo; a pior das cegueiras; destrói a pessoa pelo
descontrole de autocrítica, pela carência de discernimento e pela falta de
conhecimento pela sua capacidade de avaliação racional.
Uma doença praticamente incurável a qual me faz chegar
a uma conclusão nostálgica: Sinto saudade da gripe espanhola e da peste negra.
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