Pertencemos a um mundo provisório, no entanto nos
apegamos de uma forma tão fixa as nossas paixões que chega a ser paradoxal.
Os velhos saem de cena. Os novos surgem... As transformações se alternam, tudo se oxigena
e tudo, absolutamente tudo fica para trás...
Os pertences que te pertencem nessa vida não te
pertencem. É fugaz, efêmero e fazem parte de um processo gradual, nada mais.
Então o que nos pertence? O que podemos tomar como
posse? Do que podemos nos apropriar?
A desarmonia lhe pertence. Os desacordos. Tua
superação. Tua determinação.
A sua vontade de atender somente as suas necessidades
pessoais lhe afasta de qualquer possibilidade real de felicidade... E a
felicidade não é um estado estacionário, ela é inquieta feito uma criança de 6
anos, a diferença é que você possui a manobra de chantagear uma criança e com a
felicidade não se barganha nada... Mas podemos regularizá-la e prolongar o seu
estado de torpor.
Como você reagiria diante de você mesmo? Já tomou
contato com os teus sentimentos, sem pieguismo e sem narcisismo?
Como você identifica a sua insegurança?
Nossas defesas nos traem constantemente e - por vezes -
nem detectamos o ato porque ele já se automatizou dentro de nós. Justificativas
pra deixar de fazer isso ou aquilo, fazem parte da nossa trilha sonora e do
nosso script, haja vista, é tão confortável cultivar os antigos costumes e
hábitos, não é mesmo?
A própria frase “se tiver que ser, será” já nos denota
algo preguiçoso, sem esforço, a mercê de uma roupagem ilusória e dependente...
Os céticos adotam esta frase no afã de uma decepção, já os espíritas ou mais
disciplinados adotam isso (alguns) em suas expiações, provas, programação
encarnatória ou do próprio Deus... Certo? Errado!
Perdemos os parâmetros! Estamos projetando novos
tormentos.
Como você reagiria diante de você mesmo? Já se convidou
a se conhecer melhor? Sair mais vezes com você mesmo (sem ninguém de vela,
principalmente o “Sr Ego”)?
Já se abraçou hoje?
Existe um orador aí, bem dentro de você, louco pra que
você assista algumas palestras sobre ele... Que tal ouvi-lo sem
sentimentalismos ou vitimismos?
Somos hábeis na arte de nos enganarmos!
A discrepância está aí: Ouvimos, automatizamos o que
ouvimos e fazemos uma triagem somente do que nos interessa, autojulgamento.
E assim sendo, que baita roteiro construímos com o
abstrato não é mesmo? Será que estamos construindo uma peça teatral para nós ou
para a aceitação de outras pessoas?
À medida que nos conhecemos, trabalhamos nossos pontos
fracos e notamos pequenos, porém importantes, fragmentos dessas mudanças.
A buzina passa a ser um mero acessório diante do caos
da nossa cidade. Você não terceiriza mais as decepções. As emoções se afloram
sob medida; nem a conta gotas, muito menos com alagamento.
É tão salubre olhar para trás e ver como agíamos em
determinadas circunstâncias, chega a ser engraçado... E exagerado, por vezes.
Sejamos pacientes com as nossas imperfeições, elas serão
a base para a nossa mudança posterior.
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