Ilusória.
Irresistível. Acolhedora. Sorrateira. Enfática. Hiperbólica. Extravagante.
Prazer, eu sou a
balada.
Aaah, a balada.
Quanta euforia existe
em “ver e ser visto”... A gente se inflama, não é mesmo? Nada de tempo nublado,
nada de cabeça baixa, nada de esgotamento, discussão com ficante, quebra pau no
trabalho, a gente sai e pronto; tomou doril a dor sumiu.
É quase que uma cura
manipulada.
Quase? É totalmente
manipulada.
A balada sintetiza e
muito uma sessão de terapia: Não existem antecedentes, há prontuários... A
catarse não vem em vogais, consoantes e frases ensaiadas, e sim, em dezenas de
fotos postadas irrefreavelmente no Instagram e no Facebook.
Instagram e Facebook:
Para muitos; conhecimento e agregação de valores... Para outros muitos: “Hey,
veja como estou feliz?”.
Intercambiar
experiências. Envaidecer o ego. Fermentar a autoestima... A psicologia dá o
“ficadica”:
Pura angústia da
separação, muito embora seja uma terminologia aplicada ao período em que ainda
somos bebê, o que, de certa forma, não escapa dos muitos arquétipos
remanescentes à vida notívaga.
Não obstante a isso, é
difícil se desapegar da vida notívaga e entender que somos seres individuais,
tem gente que se deprime, chora, engorda, muda de preferência sexual... Mas há
de se ter plena consciência que fazemos parte – apenas parte – de um todo.
O coletivo é
fundamental, mas entenda: O coletivo é tipo Neston: existem mil maneiras de se
preparar, o problema reside se você está preparado para tal.
Muitos fazem parte do
consciente coletivo, entretanto, pouquíssimos dominam a consciência da própria
individualidade.
Repare:
Na balada os medos e
anseios praticam um escambo parcelado: Isolamos o vazio e repassamos a sombra
adiante, para a próxima balada, para o próximo sábado, tudo em módicas
prestações de 80 vezes – ou – em patologias extremas – em 40 anos.
Se pudéssemos colocar
nossas fugas em um patamar monetário, compraríamos uma X3, daríamos facilmente
uma entrada num apartamento ou viajaríamos pra bem longe...
Para aqueles que não
curtem se endividar e que querem se safar dessa “egocentria aguda”, as
condições são muito mais favoráveis: Basta dar uma oportunidade para novas
modalidades.
Receios. Vazios.
Angústias...
Dá pra imaginar
quantos “medos” cabem numa só pessoa? Dá pra imaginar o tempo que desperdiçamos
fugindo de nós mesmos?
Medo de se envolver.
Medo de envolver. Medo de se machucar. Medo de machucar. Medo da realidade
enraizada no inconsciente petrificado em hábitos e manias fixas que não foram
curadas em seu devido tempo.
A balada anima,
rejuvenesce, aglutina e... Posterga.
O que deveria ser
efêmera – para muitos – se eterniza, muito mais que as badaladas da própria balada,
que geralmente duram poucas horas.
Ah, o tempo...
Quanto tempo dura
aquele momento só teu? Você faz da sua vida um bilhetinho premiado?
Disciplina é lembrar o que você quer. Desejo é cobiçar o que você pretende. Vontade é realizar o que bem entende... Crer é a confluência entre o seu livre arbítrio e o seu determinismo.
Você é o tutor, o conselheiro e o defensor do seu destino, não faça dele uma pista de dança, o reclamante será você mesmo.
Disciplina é lembrar o que você quer. Desejo é cobiçar o que você pretende. Vontade é realizar o que bem entende... Crer é a confluência entre o seu livre arbítrio e o seu determinismo.
Você é o tutor, o conselheiro e o defensor do seu destino, não faça dele uma pista de dança, o reclamante será você mesmo.
Em tempo: Se você é
uma pessoa bem resolvida e bem esclarecida, não encontrará dificuldades para entender essa
reflexão... E sem julgamentos.
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