Diante da realidade e da simbologia que permeiam minha
vida momentaneamente solitária, eu tento entender a lacuna que se passa dentro
de mim e o que distancia o Mundo Real do Mundo Ideal.
Horas tento tomar contato com o buraco negro que se alojou
dentro de mim, horas digo oras, não vou fazer nada pra isso, se ele está lá,
deixe estar.
Defendo – com lascívia e engajamento - a prática do
permitir, mas noto que muitas vezes é mais um discurso em forma de uma catarse
do que um posicionamento em busca de seguidoras.
Sim, eu disse seguidoras.
É muito mais fácil tomar contato com o ego por meio de
seguidoras, do que de seguidores insensíveis que ainda perdem preciosas duas
horas de seu tempo vendo homens correndo atrás de uma bola.
Quer saber o que se passa na mente de um homem que
ainda se encanta na sessão de detergentes e de produtos de limpeza do mercado?
Há um passado em nosso presente, um conjunto de
vivências que nos fazem dizer muito mais “sim” do que “não”... Em tempo: Isso
não é um elogio, ok? Leve em consideração que um sim nem sempre esboça sorrisos
e um não nem sempre borra maquiagens.
Homens solteiros que não sabem dizer não tomam contato
com uma ideologia semelhante à Síndrome de Estocolmo, a conivência com o
agressor.
Homens solteiros que não pensam em dizer não porque o
“não” não os compraz, não os levam a lugar algum. Não há desventuras, não há
intersecções, não há desafios para quem sempre diz sim.
Esse complexo mecanismo de funcionamento gera muito
mais energia se o rapaz morar num
sobrado.
Se cabe um #nãoficadica, morar num duplex é conviver
distintivamente com a discórdia e a concórdia. Não há encontros entre a morte e
a vida e, embora possa ser um local pequeno, não há esbarrões nem na sala, nem
no elevador.
Enquanto a intuição está na sala, confabulando mais uma
aventura, o instinto está no quarto, distraindo o ego com mais um desenho
oitentista.
A conivência não predomina em nada, nem mesmo quando a
intuição se sobrepuja ao instinto, tipo criança quando perde a partida de
futebol na escola, vai embora no ônibus sem olhar para o amigo.
Entretanto, existe a presença de sentimentos hostis com
muito respeito e esportividade, não há espaço para debates, o debate aqui é
moral e convive no silêncio de uma casa recém reformada.
Engana-se porém, quem pensa que respeito e maturidade
caminham juntos neste cenário dúbio e prolixo. Sobra impulsividade e falta
maturidade emocional para ambos.
E quando não há uma conclusão, quando os sistemas se
dividem pela metade ou, melhor dizendo, quando nada se enquadra na própria
quadra, o Whisky entra em cena e estabelece a paz... Temporariamente.
Porque o sim provisório ás vezes é mais encantador que
um não a prestação.
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