Tudo é diferente, entusiasta, estupendo.
É como abrir os olhos num imenso corredor de guloseimas
deliciosas, ou mesmo a paisagem pacificadora de uma linda casa no pico de uma
montanha.
A gente espreguiça reclamando de alguma coisa, ou
pensando nas tarefas chatas, mas isso não cabe a este dia.
A gente estica os braços e pernas e os lábios se
esticam juntos, graciosamente, coreograficamente, esboçando um sorriso leve de
uma certeza quase incerta de bem estar.
A gente abre o armário como se estivesse abrindo uma
carta de uma pessoa estimada. A gente se abre pra vida feita aquela janela
teimosa que nunca se fecha, mesmo quando não há vento.
A gente disfarça por amor, e se revela espontaneamente
em gestos.
Tropeçamos diante de tantas atrações, de tantos
entretenimentos, convites, propostas (noturnas, diurnas, mais noturnas).
A gente se permite, e o medo a gente enfia no
cativeiro.
A gente não esbafora, a gente suspira. A gente não se
encara no espelho, a gente se flerta.
O andar é diferente, confiante, seguro, consistente. A
fala é altruísta, indulgente, solícita.
É o dia sagrado da gentileza, e como tal, não cabe o
mau humor. A procrastinação, os resmungos e a insatisfação migram para os
Galápagos, convivendo entre os dragões e os répteis de lá, muito embora
trombemos com alguns pelo caminho, a gente se torna imune ao seu odor neste
dia.
Uma espécie de repelente nos torna invisível perante os
que não sentem a energia mágica e por vezes anestésica desse dia.
Nosso olfato capta as melhores essências; o aroma
convidativo do café, o cheirinho de campo da torrada, o cheiro do carro limpo,
o cheiro de um abraço... O cheiro do sol.
Respirar numa sexta feira não é precisar de ar, é fazer
uma nebulização com a alma.
Uma ótima sexta-feira, amigos aromáticos!
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