Existe
algo de dignidade em ficar sozinho independente se a sua conduta conjugal com
você mesmo é inadequada perante o julgo dos demais.
União
pacificadora você só encontra em sociologia. “Dois corpos em um” você só aprende
nas leis da química. Permanência contínua de duas matérias no mesmo local você
só consegue no básico da física, e olhe lá...
Namoro
coerente é namoro de adolescente. Não existe lógica em amar, existe lógica em
deixar de amar.
Existe
lógica na falta de equalização, mas não pode faltar ética quando sobra oscilação.
Já imaginou se nos apoderássemos do controle remoto da vida do ser amado? Que enfadonha
seria a vida?
Mesmo
gosto pelos armários da reforma. Mesma preferência pela pasta de dente. Mesmo
critério de escolha pelo bar que se frequenta. Mesma afinidade para comprar um
carro, ouvir uma música, adquirir um livro... Enquanto isso, a individualidade
sai de mansinho pela porta dos fundos para – mais tarde – tocar a campainha no
momento da choradeira proveniente do pé na bunda.
Regras
de convivência a dois? Prefiro a liberdade da conveniência de estar só.
Isso
me faz abrir um parênteses.
O
entrosamento das minhas antigas relações afetivas tinham um “dead line” tipo de
agência de marketing; Quando tudo começava a dar muito certo, tratava de me
sabotar e por uma dose homeopática de acidez entre nós.
Não
procurava o desentendimento frívolo e infantil, muito menos punia os
descompassos, mas deixava bem claro que aquilo que somos morriam conosco.
Não
se força semelhanças, não se imita a mesma respiração ofegante, assim como não
se arrasta a pessoa para o seu ritmo de orgasmo. O que tem demais se isso for
desnivelado? Desde que você não seja egoísta, absolutamente nada!
A
questão é o desespero que se formou no advento das mídias sociais. Muitos
postam banners em suas timelines dizendo “mais amor, por favor”, mas não
conjugam esse mesmo patriotismo platônico na vida real.
O
amor de hoje virou gincana recreacional; os conjugues competem entre si pra ver
quem cruza a linha de chegada em primeiro, ninguém estende a mão se – no decorrer
da corrida – alguém tropeçar. Caiu? Te ajudo e vamos cruzar juntos como um
casal feliz.
E
a premiação?
Não
tem problema, me sinto bem em vê-la no pódio representando nossa relação enquanto
eu aplaudo de pé na torcida.
Enfim,
voltando ao tema proposto:
Casal
que é casal sabe que se por ventura surgir uma dor de cabeça simultânea, um
toma Anador e o outro Neosaldina.
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