Crônicas

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Magnetismo cambial



Na infância, quando falávamos a mesma palavra ao mesmo tempo nós corríamos freneticamente em busca de algum objeto verde para tocá-lo e fazer um pedido, mal sabíamos que ali - naquele instante – praticávamos a instrumental arte da telepatia, a comunhão recíproca de pensamentos...


Quando ouço a frase “transmissão de pensamento” coloco uma parte da ciência em esconjuro: Os cinco sentidos do ser humano não faria sentido algum se não tivesse o sexto sentido; a telepatia.

Como ignorar essa irradiação tão sentimental que independe do tempo e do espaço?

Captar e trazer para si o que se deseja por meio de uma manobra intangível é quase que mágico... Lúdico... É totalmente não convencional, assim como as emoções extras que fazem parte de um amor.

Pensar é desejar, desejar é ter vontade, vontade é um potencial espiritual que articula uma reação.

Ação e reação. Causa e efeito.

Tuas paixões viveriam sem energia? Teus amores viveriam sem sintonia?

A perceptividade é a comprovação dos sentimentos e da existência da alma e um dos atributos mais fascinantes dessa vibração energética é pautada justamente pelo incerto, pela imprevisibilidade dos acontecimentos.

O amor não viveria sem imprevisibilidade, mas também não sobreviveria sem a certeza íntima de estar sendo receptor de todo esse bem querer proveniente dessa troca de energia, seja por meio de uma prece, seja por meio de um presságio.

Como a pessoa reagirá a esta sintonia já não nos compete saber, pois entraríamos no campo do julgo e do apontamento, oras, quantas vezes não recebemos um sinal de uma pessoa e a vontade da reciprocidade esbarra na chancela do orgulho e da vaidade? Hein?

Aí está o barato: Não dá pra tatear. Basta sintonizar e esperar o telefone tocar, uma foto ser curtida no Facebook, um whatsapp apitando, a campainha tocando sem aviso prévio... Enfim, tantas formas de manifestação.

Impossível mensurar quem está pensando em você, tampouco o período do dia ou da noite, mas só de imaginarmos que alguém está vibrando por nós, seja por meio de uma recordação cenográfica, por meio de algum gesto marcante feito por nós ou até mesmo emanando vibrações ocasionadas pela saudade é uma sensação de bem estar indescritível, motivacional e divina.

Colecione boas atitudes. Rejuvenesça sua cumplicidade. Influencie-se pelo bem. Promova os pensamentos positivos.

Vibre!

A vida, assim como o que pensamos e o que desejamos possui a precisão concisa de um boomerang.

E isso não é fantástico?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Repertório comportamental



Imagine uma compilação com centenas de canções, cada qual formulando um momento circunstancial da vida... Uma trilha sonora palpável, e não somente audível.


Imagine que, assim como cada faixa, aquele lindo sábado de sol partirá e permanecerá na lembrança imaterial da nossa memória... Memória ativada primorosamente por uma canção escolhida para contemplar aquele momento.

Imagine que tudo – absolutamente tudo – fará parte de uma trilha sonora.

Pois bem.

Nossa vivência é provisória e tudo é construído dentro de um repertório. A vida é um planejamento imortal, o problema é que nós nos debruçamos na vida corporal e no imediatismo das questões que envolvem o “agora”. Ficamos repetindo o mesmo CD até decorarmos as faixas conseguintes e tão logo perdermos o interesse.

Nada se aprende decorando, mas sim decodificando. Basta pensarmos além do alcance da nossa visão material e aprimorarmos nossas indagações acerca do que estamos nos transformando.

O primeiro passo:

Temos conscientização da nossa imortalidade ou fomos apenas informados sobre ela?

Diante de todas as fabricações feitas pelo homem, desenvolvemos inúmeros “dispositivos agregadores” como o telefone, a internet, o celular e os chats das redes sociais. Pensamos com nossa vã inteligência que estamos cada dia mais próximos uns dos outros quando na verdade nos distanciamos um pouco a cada dia.

Na contramão de todo este apelo interpessoal encontramos a maneira mais profícua de nos divorciarmos da solidão nos convidando a conhecer uma pessoa que é a única capaz de conviver eternamente conosco: Nós mesmos!

Me diga: Quantos de nós temos contato consigo mesmo?

Quantos de nós perdemos o sabor pelo desfrute das nossas conquistas?

Quantos de nós deixamos de arriscar por pura acomodação com a atual realidade?

Sabemos arrumar o controle remoto da televisão ou a bicicleta, mas não sabemos nos ajustar? Não temos capacidade para desenvolver uma leitura de nós mesmos?

Não fomos treinados para nos conhecer e com isso perdemos nossa apropriação pela felicidade.

Somos sugestionados desde a infância, passando pela adolescência, até alcançarmos a vida adulta e perguntarmos para nós mesmos:

Necessidade real ou necessidade falsa? Valores ou desejos? Prevenção ou reabilitação?

Traduzindo em português claro: Necessidade falsa = Sugestões sociais mercantilistas e superficiais. Necessidade real = Submeter-se a um exercício contínuo de restauração, trabalhando as tendências negativas para um novo comportamento feito por meio de um rigoroso exame mental.

Vencer nossas restrições, nossas fobias sentimentais, nossas reclusões mais íntimas é a forma de treinar novas qualidades e lapidar o nosso caráter, permitindo relacionamentos mais construtivos, afastando-se das crenças obsoletas, enraizadas impositivamente por vidas passadas e por algumas convicções falsas da vida atual.

Mudemos nossa personalidade!

Assim como tudo fará parte de uma trilha sonora, mudar o comportamento é o único caminho para a evolução e para um novo repertório, ou você prefere deixar o CD no “repeat”?

Mudemos nossa personalidade!

Somos os protagonistas da nossa história e os outros são os coadjuvantes dos episódios que se sucedem a cada encontro, ou desencontro.

Que este texto faça parte da nossa memória, assim como uma linda canção que nos recorda um momento significativo.

Então...

Prontos para apertar o “play” e seguir viagem?

sábado, 8 de junho de 2013

Alfabetização emocional



O sentimento punitivo nos oprime, nos esmaga e nos transmite uma sensação alucinógena de claustrofobia, entretanto, para a alfabetização emocional só existe este caminho.


É uma ponte feita de cipó prestes a se arrebentar a 500 metros de altura, só que para conseguir vencer a inanição do lado em que você está você precisa superá-la, ou seja, ultrapassá-la.

O sentimento punitivo vem do arrependimento pela persistência inconveniente dos velhos hábitos. O desespero em silêncio dos impulsos ensaiados de vidas após vidas, ou das escolhas feitas ao longo dessa jornada. Queremos renunciar, mas somos influenciados por nossas más inclinações...

Expectativas. Pressa. Renúncia. Anseios. Vigilância. Desamparo.

Parabéns! Você caminhou tanto que finalmente se encontrou com o indagador universo do conflito interior!

O que fazer? Como agir? “Devo?” “Posso?” Realmente “preciso?”.

O importante é você “precisar porque pode e deve” se reformular.

A reeducação sentimental é sofrível e penitente, e quando você joga este dragão de sete cabeças dentro do calabouço do castelo que você mesmo criou, ele se revolta. Quer retomar o seu domínio sobre você. Te alfineta os pensamentos. Te enlouquece com ideias sórdidas enraizadas por um passado dissoluto e degenerado. Você entende que aquela realidade é virtual, que não te pertence, mas quando menos espera, já está descontando seus medos infundados por meio de discursos agressivos e julgadores (totalmente desprovido de isenção).

Os valores adormecidos precisam ser despertados. Precisamos reagir! Você não é assim, mas precisa se confrontar e conquistar este Dragão feroz e indomável.

O Dragão é astuto e aproveitador e usará diversas manobras para ludibria-lo até você perceber que já saiu do foco e que trocou todo este esforço pela tua rotina de pensamentos estagnados dentro da sua casa, ou pela mesa de bar com os amigos. Amigos estes que te querem sempre bem, óbvio, o problema é que o mecanismo desse bem querer é repetitivo e linear, o que não deixa de ser uma tentação para teus antigos hábitos.

Toda punição é válida, porque dela nasce o arrependimento e sem o mesmo não haveria as desilusões e a vontade motivadora de superação. Mudar a nossa natureza é uma obrigação que, cedo ou tarde, virá à tona, seja pelo amor, seja pela dor.

Por amor envolve zelo, apreço, colo... Você pode até aprender, mas tem a consciência que se houver alguma oscilação, este declínio será perdoado.

Pela dor é o caminho dos mais audaciosos. Você aprende por sinais, convive um convívio absoluto com o teu eu, grita, reluta, e finalmente dá o start para esta viagem ao encontro da sua sombra, ou, se preferir, Dragão.

... E diante desse complexo e extenso caminho (a 500 metros de altura) você finalmente descobre que tudo o que você sempre procurou estava alí - do outro lado - pacientemente à sua espera: A sua aceitação.

“A mudança para melhor não implica em destruir o que fomos, mas dar nova direção e maior aproveitamento a tudo que conquistamos, inclusive nossos erros.”





Fonte inspiracional: Reforma Íntima Sem Martírio.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desapego, o indulto obrigatório



Temido durante anos, o monstro de Frankenstein infligia respeito aproveitando-se da sua horrenda aparência, todavia, ela só poderia ser vista se algum morador curioso abandonasse o vilarejo para se arriscar no alto das colinas.


O tempo passou, o crescimento chegou e com ele a construção civil e suas promessas transformando todo aquele vilarejo em concreto...

Passaram-se mais um tanto de tempo e a construção civil, que já não era mais novidade alguma, deu vazão a construção viril. Isso mesmo, o homem - ser pretensiosamente racional - confundiu virilidade com vaidade, amor com mediocridade e com isso, desencadeou a indiferença globalizada.

Aliado ao crescimento de inúmeras possibilidades culturais, as redes sociais e ao smartphone, criamos uma nova linguagem comumente usada pela sociedade de "é o que tem pra hoje".

Colocamos nossa fragilidade e o medo em se expor devidamente aquecidos num local seguro, entretanto, descongelamos o vírus nocivo da harmonia: o desnivelamento.

Sim, descongelamos porque ele sempre habitou a humanidade, só precisava ter os seus 15 minutos de fama. O que agravou a situação foi que - novamente - o homem - ser pretensiosamente inteligente - fez questão de dar o papel principal do espetáculo ao desapego, tornando-o um popstar dos palcos e foco constante dos holofotes, dirigido e coproduzido pela Sra Vaidade.

Quem dera o desapego fosse apenas um delírio outrora cultivado na época do "esconde- esconde" e do pogoball.

Mas onde surgiu este tal de desapego? A massa e a sociedade “wanna be” adoram levantar a sua bandeira por meio de banners e frases “a la Clarice Lispector”. Mas onde surgiu esta modalidade superpop?

Vaidade, desapego, desnivelamento. Palavras que são expurgadas por poucos seres, tão poucos que dariam para remontar o vilarejo mencionado no prefácio deste pequeno texto proveniente de uma insônia repentina.

Um dado hilário diante de toda essa interseção de oportunidades é que trocamos o desapego pelo apego nos momentos impróprios: Nos apegamos quando nos sentimos culpados e nos desapegamos quando somos cobrados.

Não se apegue!

E também não ponha a culpa no pobre cupido. Como que a sua flecha perfuraria o escudo de aço que você criou para se defender do receio em ser feliz?

A maneira mais digesta de encará-lo é pensar que o desapego é um indulto obrigatório, um mal necessário... Pense nas coisas ridículas como Controlar, IPTU, IPVA. Amortiza a incompreensão.

Incapazes ou não, desaprendemos, e não sobra mais paciência para novas catequeses. Viramos CDF nas ciências exatas, mas no fundo preferiríamos a inexatidão das humanas. Erramos na matrícula!

E como todo processo acadêmico implica em escolhas, resta pensar na bifurcação das nossas renúncias:

As pessoas não permitem mais a idealização de algo eterno acreditando que é possível "ser pra sempre.”

Ou:

Tem situações que não te servem; até você ser maduro o suficiente para compreendê-las.

domingo, 2 de junho de 2013

Enxergue-se. Amplifique-se. Descubra-se.

Lembre-se que o frio, a chuva e o clima de Gothan City não possuem força para te desanimar.

Chegue em casa, esbafore na janela da sala e faça um desenho, escreva o nome da pessoa que te faz bem, amplifique-se.

Estabeleça e proclame a felicidade! O bom humor é um estado deliciosamente atemporal e depende da sua visão do mundo e não do mundo que todos enxergam...

"A imaginação consola os homens do que não podem ser; o sentido de humor consola-os do que são." - W. Chuchill

Pense nisso!

Sorria!

sábado, 1 de junho de 2013

Bem me quer. Mal não quer.


O inteligente dá a liberdade para que o suposto inteligente se enrosque com sua burrice. O tolo confia totalmente em suas manobras achando que elas jamais serão descobertas. O sábio vê este embate moral, analisa, aprende e reinventa os valores...

A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória.