Crônicas

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Eu acho que vi um gatinho, oops, um velhinho



Começa com a fama e os holofotes do sucesso perseguindo-os incansavelmente: dinheiro, conforto, status e mulheres. Depois, aos poucos, vem a descida, lentamente, dia após dia...

Seus programas deixam o horário nobre e começam a passar nos horários mais inoportunos... Até cair no Cartoon Network de madrugada e por fim, no ostracismo...

Com o passar dos anos, salvo algumas exceções, eles se imortalizam em nossas recordações, porém, para assisti-los, ficamos refém do You Tube... E só.

Anônimos, famosos, conhecidos, desconhecidos, reverenciados e mal falados: a velhice vai nos pegar um dia!

... A velhice nos alcança devagarinho feito uma tartaruga ao atravessar uma extensa sala de estar, passe o tempo que passar, ela sabe que vai chegar ao outro lado... Para nós, meros mortais, a velhice é a confirmação dos resíduos da nossa vida no passado, mas, e para os heróis da nossa infância e os personagens dos nossos desenhos favoritos?

Bengalas, dentaduras, coréga, cachecóis de lãs e sessão da tarde substituem os poderes mágicos como voar, desaparecer, escalar edifícios, soltar raios etc etc etc...

Para nossos heróis, a vida fecundada no combate ao crime é alterada drasticamente para o combate aos “ites”: artrite, labirintite, gastrite, bronquite, bursite. Para nossos personagens tão cheios de vivacidade e ação nos desenhos, a vida passa a ser estéril e o único pacto que se faz é com a solidão.

O que é que há velhinho?

Não existe vantagem em ficar velho! Já pensou no estado psicológico do Batman ao saber que ele mal consegue trocar uma lâmpada? E o peso do seu “batcinto”? E toda aquela armadura que o consagrou como um dos heróis mais misteriosos da humanidade?

A liga da justiça se transformou em um gigantesco asilo para super-heróis gagás. Uma espécie de retiro dos artistas do Sílvio Santos. O Lanterna Verde descarregou sua pilha, a Mulher Maravilha virou a Vovó Maravilha, o Super Homem virou o Super Frango e os Super Gêmeos não ativam mais nada, só o botão da sua cadeira de rodas e uma ou outra necessidade:

Super Gêmeos ativar: Forma de uma erva cidreira... Forma de uma caridosa enfermeira!

E os felinos?

Hoje, os Thundercats brincam de novelinhos de lã, dentro de caixinhas de areia (coisa de gato velho), e o Lion (líder do grupo) trocou sua espada justiceira por uma muleta companheira.

E o Mun Rá, o vilão do desenho? Bem, esse conseguiu clonar as células tronco da Elza Soares e hoje ainda vive saudavelmente em sua tumba. Só não achou ainda alguém de 27 anos pra casar!

E por falar em felinos, o nosso fofíssimo e malicioso Garfield já está perto da sua sétima vida de gato e a preguiça o consumiu por completo. Ao contrário do “oitentista” Manda Chuva que já se encontra no cemitério dos felinos; De tanto que deu rasteira nas pessoas, acabou tropeçando na própria morte.

Tudo ficou no passado! O Frangolino já virou assado, o Patolino fritado e o Gaguinho ensopado. O Ligeirinho então, coitado, só não virou refeição porque o Frajola envelheceu também e mal consegue subir uma escada.

A mulher biônica já virou sucata e o Gasparzinho já reencarnou e desencarnou novamente!

O He Man se parece com o Schwarzennegger. O Mr Magoo morreu sem ver a vida. A Pantera Cor de Rosa ficou pálida e roxa. Os Smurfs viraram Os Smofos. Os Ursinhos Carinhosos viraram Os Ursinhos bem idosos e o Papa Léguas finalmente caiu do Grand Canyon.

As Tartarugas Ninjas driblaram o tempo, por tempo indeterminado.

E o nosso espião do tempo, brevemente chamado de espelho também é implacável com a mãe natureza:

Com a destruição das geleiras provocadas pelo impacto ambiental, o Picolino adaptou-se ao clima ensolarado dos pântanos da Flórida e hoje, vive harmoniosamente com o Zé Jacaré, relembrando os tempos memoráveis de Pica Pau...

Diferente dos remédios, alimentos, cartões de crédito e planos de saúde, não temos a nossa data de validade registrada em alguma parte do corpo. Isso é uma permanente surpresa, até mesmo para quem se imortalizou em nossa infância.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Inteligência é afrodisíaco?


Ultimamente venho desafiando alguns dogmas que nós, seres pensantes, impomos para encontrarmos (às vezes) soluções em nossa sociedade, razões para entender isso ou aquilo ou até mesmo uma justificativa para compreender algo. Como segue abaixo:

Inteligência não é afrodisíaco!

A frase parece assustadora, desmotivacional e vai de encontro a tudo que você acreditava... Até nesse exato momento!

Intelectualidade sim é afrodisíaco!

Se pensarmos que o conjunto de qualidades e valores que englobam a inteligência reflete na capacidade mental que o cidadão tem em planejar, pensar, solucionar, refletir e aprender, eu não vejo isso como afrodisíaco, eu o vejo como uma competência e, se nos aprofundarmos ainda mais em nossa sabedoria, veremos que hoje, isso é uma expertise obrigatória!

Em um mundo implacavelmente competitivo, ser bom não é o suficiente. É preciso fazer a diferença! Ter algo que a maioria ainda não possui. Um diferencial que nos separe dos demais e que de alguma forma, nos faça ser exclusivos!

E sabe o que gravita em volta dessa exclusividade?

O desenvolvimento através de leituras, a vontade de querer aprender sempre algo diferente (mesmo que esse “algo diferente” não faça diferença no seu trabalho). Mergulhar em temas específicos, ir ao teatro, ao cinema... Isso é aperfeiçoar a intelectualidade!

Imagine em um elevador, a ignorância, a burrice, a intelectualidade e a inteligência:

- A ignorância não faz questão alguma em aprender algo, muito pelo contrário, tanto faz seguir uma ética ou uma ciência, ela simplesmente não o faz e segue somente o que a sua cabeça dura lhe induz, ou seja, seu elevador parou no térreo e de lá não vai sair.

- A burrice é estúpida e todo burro é teimoso! Tudo a nossa volta vive em constante mutação, menos o burro, que permanece em constante translação! O elevador da burrice tende a enfrentar catastroficamente a lei da gravidade. Destino: subsolo!

- A intelectualidade é a adição de conhecimento! É querer saber sempre mais, não se acomodar com o conhecido e desbravar o desconhecido... É sair da zona de conforto e arriscar-se sempre no intuito de adquirir experiências e novos aprendizados. Cada vez que fazemos isso, nossa visão panorâmica do mundo aumenta e o elevador caminha rumo ao 400° andar!

- A inteligência? Ela é o próprio elevador! Descer ou subir só depende da sua vontade em se movimentar... Ou da sua inércia em se estagnar!

To vendo muita gente filosofar sobre o ideal de homem perfeito, ou mulher perfeita: o quesito fundamental para passar na fase de recrutamento é o conteúdo, invariavelmente confundido entre inteligência, intelectualidade e depois, jogado tudo dentro de um contexto chamado “afrodisíaco”.

Se você tivesse que escolher um parceiro que tenha inteligência, intelectualidade ou conteúdo, por qual você optaria?

Exemplos masculinos:


- Um homem inteligente mostra astúcia em solucionar um problema que, muitas vezes, ele mesmo que causou.

- Um homem intelectual entende que o ponto G da mulher situa-se no ouvido. Vai colorir teu dia com elogios estrategicamente bem elaborados, sem cenários mirabolantes e sem local aparente de exposição.

- Um homem de conteúdo compreende que a qualidade dos seus “serviços prestados” está inserida em um contingente quase que infinito de assuntos. Mas se esquece que ás vezes, as mulheres precisam de ação ao invés de falação.

E já que o assunto é inteligência e intelectualidade, lembre-se do motivo que fez com que a anatomia do seu cérebro fosse arredondada, justamente para permitir que os seus pensamentos circulem e mudem de direção. Portanto, reflita:

Inteligência é a arte de adquirir problemas. Intelectualidade é a arte de resolvê-los. Conteúdo é o saldo que se adquire entre os dois.

E o afrodisíaco?

Oras, é a substância extraída da irreverência em se adquirir problemas e resolvê-los com graciosidade e jogo de cintura.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A menina encantada

Que tal desistir de resistir e existir em mim?

Que vontade de sentir tua boca na minha boca. De te devorar com os olhos e lamber os dedos em meus pensamentos... De te puxar pra dentro de mim!

Amo como ama o amor, sofro como sofre o sofrimento. O amor não se põe em uma planilha de Excel, não é chegado a estatísticas, nem fita métrica. O amor é filantrópico quando se entende perfeitamente a arte de doar sem esperar, e é peçonhento quando se pratica a arte do querer só ganhar!

Quando se ama, se ama sem uma precisão exata das coisas... Quando as medidas se tornam pequenas para medir as medidas, sim, você encontrou o amor!

A menina encantada!

Inefável!

Teu amor é imenso, remanescente de outras vidas. Mesozóico! Fossilizado nas rochas do tempo, encobertas pela mutação da natureza exercida sobre nós há milhões de anos e que um dia foram pisadas por gigantescos animais.

Quero lembrar de você em outras idas, vidas e vindas. Em meu pensamento uma placa: Seja benvinda, serás muito bem acolhida! Em meu coração um bilhete: Te darei o meu amor em forma de um convidativo banquete!

Sim! Eu tenho perseguido o seu coração, sombras se desvanecem em tentativas em vão. Sentimento urgente esse que temos em querer uma pessoa que também nos quer não é mesmo? Tenho a necessidade de sentir a necessidade que você tem por mim...

A menina encantada, pensativa (bem me quer, mal me quer).

Ouço uma música que me quer bem em sua composição. Vejo um extenso corredor de azaléias e você a desfilar por ele. Cabelos soltos (dançando em sintonia com o vento), esvoaçantes, entrariam facilmente em qualquer comercial de xampu... Você; sorria um sorriso sorridente, e me fitava efusivamente com o olhar...

Ah o olhar... O primeiro beijo dá-se com os olhos, isso não se pode negar!

Acordo!

Sobressalto em plena madrugada, um susto! Coração disparado, mas não era nada preocupante, apenas sua afável e inesperada visita em meus sonhos.

Sensações...

Do teu lado, flutuo em partículas de Co2, porém, elas não me sufocam, me deixam leve e sem remorso. Por que te amar me traria arrependimento? Enfrentei meu orgulho, venci a vaidade, furei a fila, entreguei uma rosa colombiana, enfim, derrubei todos os muros existentes desse prefácio repleto de etapas, ufa, cheguei aqui!

De início: ela - palavras não faladas, seladas pela timidez, caladas pela cautela e pela malícia despretensiosa de usar os ouvidos mais do que a boca.

De início: eu – envolvido por 4 estágios de admiração da sua beleza que: apetece, inebria, contagia e entorpece!

E mesmo possuído por tal visão, falei:

De dia, desempenho meu papel: sou durão, veemente, incisivo, persuasivo. À noite, ao girar a chave da porta, me deparo com um silêncio aterrador, sufocante... São os ecos de uma solidão afônica que sorri da minha angústia.

Antes de me esbarrar em você e ver a tua imagem colar na minha retina, eu indagava absorto:

Para onde vão os corações partidos? Existe alguém esperando por eles ao voltar pra casa?

Agora, não mais! Esse fantasma fantasiado de pergunta não me assombra porque quem ama se encoraja, se engaja, se levanta, se dispõe e se predispõe. Não existe amor sem segredos repartidos, aqui deixo o meu:

Uma canção não cantada, um verso sem poesia. Desengonçado, como alguém que dança fora do ritmo... Indefinido em uma definição bem definida: te amar!

Você, que termina essa leitura: cabe um toque de amigo, um aviso de brother? Fica dica:

Se você se sente injustiçado com as leis mundanas, está exausto da rotina do dia a dia e sente na alma as bofetadas da vida, eu lhe recomendo o amor!

Bom, está na hora de deixar as estrelas e partir novamente para o planeta terra... Quando eu sentir vontade de regressar, ligo pro meu amor de novo e volto a tagarelar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A minha 1ª vez foi...

Alguns momentos marcam definitivamente nossas vidas e hoje, caros leitores, irei confessar-lhes algo que inunda-me de felicidade só de relembrar:

O dia em que perdi a minha virgindade!

Meu nome é Rosalva Durvalina Dias. Sei que a conjunção do meu nome é um tanto que insensato e ignóbil, mas a explicação pode acalentá-los: Rosalva (ideia de mãe beata achando que tudo que salva, salva alguma coisa, mas não salvou-me das injúrias que sofri no colegial). Durvalina (sobrenome jurássico da época em que os trabalhos da faculdade eram sobre o descobrimento do fogo, coisa da minha avó). E Dias, bom, melhor dias do que noites, não acham?

Mas antes, quero contar o surgimento dessa vontade que, aos poucos foi me consumindo:

“Garota do interior, vida labutada desde o abandono da chupeta (aos 5 anos aproximadamente), pai beberrão de dormir em sarjeta, mãe devota de Santo Avelino (santo da 3ª idade, acredita?). O pior é que madrugava aos domingos para orar prum Santo que protegia a 3ª idade sendo que mal me encontrava na 1ª ainda... Pois bem!

Sempre fui caipira e estúpida, mas nunca ignorante! Meus pais sim; semi-analfabetos, mal sabiam escrever o nome. Família humildade, pobre e sem expectativas... Onde morávamos, mal tinha água pra beber.

Com a idade aumentando em números, a vontade de moça imaculada aumentava em curiosidade à medida que via as meninas já praticando o que eu queria.

Minha amiga acabou de fazer! Desvirginou-se antes de mim?! Como? Por quê? O que ela tem a mais do que eu? Garanto que minhas pernas agüentam bem mais do que as dela... Oras! Era o meu sonho, não o dela!

Na época já me sentia velha pelo tal fato ter acontecido com ela e comigo não, afinal de contas, eu já tinha 11 anos e vislumbrava isso já na televisão. Felícia Tabajara era uma amiga ligeira, esperta e a frente de tudo! Sua malandragem me consolava. Aos 10 anos já desfilava presunçosa pelas ruas de pedra de Carvalhal.

O tempo passou e, aos 14 anos conheci João Deolícia Alves. Moço afeiçoado, boa família, emancipado! Deolícia tinha 17 anos e já sabia (manusear) com invejável plenitude, o que eu desejava há tempos.

Do colégio pra casa dele, e assim os encontros se sucediam com mais afinco, mais continuidade e mais intensidade. Nos tornamos amiguinhos íntimos e inseparáveis!

Em sua casa, longe do olhar manipulador dos pais, Deolícia brincava de tudo comigo: casinha, médico, bombeiro, cabra cega, menos o que eu tanto queria... Gritava com ele e ele me acalmava sempre em tom sublime: “Calma Durva, sua hora está chegando!”

Ai, eu adorava tudo que ele me fazia. Deolícia era uma delícia de nobreza e educação!

Bom, já enrolei demais todos vocês né? Vamos ao que interessa!

(Pausa para respirar e recuperar o controle)

O grande dia aconteceu despretensiosamente e sem roteiros:

Deolícia me levou as 18hrs (horário do pôr do sol) numa trilha abandonada que seguia rumo ao meio do mato. Avistei uma casinha de sapê, escura e manchada pelo castigo do tempo. Lá ele tratou de me reconfortar de um jeito bem direto e sem rodeios:

- Durva? Não tem segredo, você vai ter que colocar a mão aqui e balançar. Tá frio pra tirar daqui de dentro e você vai ter que se esforçar um pouco.

Com os olhos esbugalhados, estava trêmula e ansiosa. Fui logo botando a mão e tirando de lá da onde estava. Nunca tinha colocado a mão naquilo, mas já sabia pra onde aquilo iria me conduzir.

Enquanto eu pegava naquilo, Deolícia me segurava pela cintura e me conduzia até lá fora, onde me passou instruções inéditas, de novo.

Sussurrando ao pé do meu ouvido disse:

- Isso Durva, você está fazendo tudo direitinho, agora, pra realmente a coisa fluir, você precisa sentar e se ajustar aqui. Empine o bumbum e suba lentamente!

(Parei de escrever por 10 minutos. Não deu pra conter a emoção das lembranças: chorei!)

De volta:

Recuperei o fôlego, ainda agitada e ansiosa, segui exatamente os ensinamentos de Deolícia. Fiz tudo o que ele mandou. Fui uma aluna disciplinada e dedicada!

Ao sentar, senti uma emoção indescritível. Arrepiei-me da unha encravada do mindinho do meu pé até a dobra da minha orelha. Sorri deslavadamente e sem censura. Olhei pro céu e respirei aliviada, não sou mais virgem!!!

O mundo teve outro sentido pra mim naquela tarde de sábado. Hoje sou outra pessoa, outra mulher.... E devo tudo ao inesquecível e atencioso Deolícia.

Agora, se me dão licença, vou pra mais um campeonato de Mountain Bike, preciso assegurar meu cinturão de mulher invicta!

Graças ao Deolícia, me ensinando a andar de bicicleta naquele sábado no meio do mato, hoje sou a primeira (e única) mulher campeã mundial de Mountain Bike Cross-Country.

Como foi bom perder a virgindade com ele, o Deolícia! Se ele não fosse tão lento aos meus sinais, ele teria tirado outra virgindade nas brincadeiras de cabra cega, médico ou bombeiro... Esses homens viu?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Transferência de frustração


Transferência de frustração. E não é que essa droga funciona?

Mesmo com todos os nossos pesares e apesares de sermos seres humanos, usamos a nossa capacidade de nos envolver emocionalmente em prol de estratégias meticulosas e de joguinhos propositais (não espontâneos) e assim por dizer, construindo uma relação social muito calorosa entre você, a pipoca e o DVD.

Nesse texto ressalto sem sobressalto, que a mulherada vem analisando nós homens em cima de um salto! Impossível enxergar um hospitaleiro coração de cima da torre de babel. Mais ainda impossível enxergar se existe mesmo um coração da visão que vocês mulheres têm daí de cima.

Historicamente, registros afirmam que essa tal transferência foi evoluindo ao longo da era freudiana. Hoje em dia, ela está infestada na sociedade. Pra transferir uma frustração, basta estar junto com alguém... Engraçado é que esse mesmo alguém nem precisa estar tão próximo do próximo que se imaginava... “Não é porque gosto que necessariamente preciso estar junto”.

Geralmente a transferência de frustração ocorre no 4° estágio de aproximação. Okay, você não vai adivinhar meus estágios, então lá vai:

- Conhecer
- Sair
- Ficar
- Namorar

O 4° estágio denota certos cuidados. Você já ultrapassou os três primeiros (que eram) tecnicamente, estágios recreacionais, ou seja, um terreno desconhecido para uma possível fertilidade amorosa, ao passo que nesses estágios iniciais, nem mesmo a pretendente sabe se quer levar adiante ou não.

É no rol inefável do compromisso que a transferência de frustração aparece. Os relacionamentos modernos caracterizam bem essa transferência, isso porque vivenciamos uma era de gigantesca afluência comunicativa: internet, mídias sociais, sites de relacionamentos e por aí vai... Ou seja, a facilidade em trocar de parceiro é tão grande quanto conhecer alguém pela própria internet. Em suma: O que veio fácil, volta fácil e retorna fácil!

Em uma visão pragmaticamente analítica, eu vejo marcas caminhando pelas ruas, intituladas de “pessoas”, todas dispostas a exercer a “venda perfeita” no 1° estágio (citado lá em cima), quando se conhece alguém que despertou o interesse.

Vender é fácil, a manutenção é que é complicada. Já viu pós-venda no Brasil funcionar? O interesse está embasado somente na venda. Uma vez que você “abraçou” a ideia (ou seja, se apaixonou), dane-se os cuidados que se deve ter posteriormente. O mundo comercial é voraz e implacável, interesseiro e pretensioso!

E como a falta da pós-venda é inexorável, aí entra em cena o tema proposto: a nossa querida transferência de frustração. Como? Simples:

Geralmente, os “vendedores” e as “vendedoras” são exímios conquistadores e vão usar de todos os atributos persuasivos para te convencer de que “namorá-lo (a)” será a melhor coisa que você fará em sua vida. Entretanto, eles falham na hora de gerenciar a conquista e, obviamente, não assumem essa desnivelação, transferindo sordidamente a culpa para o “comprador” ou “compradora”.

A transferência de frustração provém de uma série de projeções que se atribuem á pessoa em questão, e, como não somos feitos de cimento nem de cal pra preencher ou tapar alguma expectativa (ou qualquer buraco), nos deparamos com os lendários (e nada efêmeros) joguinhos de amor...

Nesse mundo onde me transformaram num produto passivo de compra, venda, troca ou reciclagem, eu adotei a seguinte postura:

Sabe o que eu espero de uma mulher num possível relacionamento? Porra nenhuma! Me permito participar de momentos. Momentos saudáveis e prazerosos de curtição e, se vir a gostar desses momentos, aí sim penso no 4° estágio.

Até lá, me permito muitas coisas. Menos me vender, porque de vendedor o mundo tá cheio... E o inferno também!

Permita-se você também!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Descanse em paz!



Acabou! O evento que entorpece a humanidade chegou ao seu apogeu. Um melancólico e frustrante apogeu, diga-se de passagem.

Antes, quero pedir perdão pela minha lúcida previsibilidade em falar da Copa do Mundo em plena segunda feira. Também não serei adulto e não usarei de sentimentos maduros para descrever o que estou sentindo. Isso é um desabafo e não um debate!

A protagonista “jabolani” passou os 64 jogos da Copa se desentendendo com os seus coadjuvantes, muitas vezes dispostos a dar caneladas na coitada. Uma Copa enfadonha e pragmática em sua densa maioria: Times dispostos a não jogar futebol, o que diria então em dar espetáculo? Jogadores despreparados tecnicamente e “redesenhados” geneticamente... Muita massa, pouca inteligência!

A Copa do Mundo também foi bipolar e antagônica, puro contraste. Enquanto um Continente investia bilhões para atingir a visibilidade que tanto almejou com esse evento, a Copa do Mundo e os seus craques (craques?), economizaram na técnica, nas jogadas ensaiadas, nos dribles geniais e no “fair play” (que o diga o campeão do UFC Felipe Melo).

Além disso, um dado crescente e triste vem ocorrendo nas Copas: a média de gols. Em 1998 tivemos 171 gols marcados contra 161 gols da Copa de 2002. Em 2006 foram 147 gols e agora baixamos um pouco mais a média, para 145 gols. Sinalizando que o futebol (ou pelo menos a maneira de se jogar) vem caindo de produção.

Oras bolas, esperamos 1460 dias para chegar uma Copa do Mundo e não vemos gols? É como comer goiabada sem queijo, assistir a Bela e a Fera sem a Bela ou tomar Coca-Cola light sem limão. Não dá... Não aceito!

Nesse exato momento (pós Copa do Mundo), me encontro entre a indignação e a rejeição. Ainda não acredito no apito final dessa Copa, e o que é pior: com um time campeão injustamente (me perdoem se alguém aqui possui descendência espanhola), mas se o juiz tivesse expulsado o Iniesta naquele lance sem bola contra o Van Bommel no 2º tempo, ele não estaria em campo pra fazer o único gol da partida. De qualquer forma, foi uma final sem brio, sem emoção e totalmente pragmática.

Divergências à parte; esperei 1460 dias pra assistir dois ou três jogos que me inspiraram emoção e que me fizeram levantar do sofá, o resto se tornou resto, perda de tempo e gasto de energia.

Chego a uma conclusão (um tanto que evidente até):

O futebol é um esporte para imbecis! O Genykleison da Silva de Jesus Souza vira rei soberano de um país só porque se destaca jogando bola melhor que a maioria. Joga bola muito bem, porém, incapaz de diferenciar o singular do plural.

Quer mais um ponto que torna o futebol imbecil? A falta de evolução no próprio esporte. No tênis (esporte bem menos popular que o futebol) temos a tecnologia em prol da legitimidade quando uma bola ultrapassa a linha. Já no futebol, dependemos exclusivamente da “sorte” de um ser humano vestido de preto, muitas vezes com a visão encoberta para sinalizar um lance com destreza e imparcialidade.

Outra coisa que deveria ser banida desse esporte é o equilíbrio racional de um placar, vulgo empate. Cara? Nem em bolinha de gude sai empate! Como que no futebol o empate possui o mesmo grau de relevância que uma vitória ou uma derrota? Essa bendita Copa teve nada mais, nada menos que 13 empates, sendo que 6 partidas ficaram no 0X0... Empate sem gols deveria ter penitência de exclusão da Copa: “pegue o seu shortinho e vaze de mansinho!”

Mas nem tudo é sangue, suor e lágrimas. Vamos sorrir? A boa notícia é que o Brasil acaba de marcar presença na Copa do Mundo de 2014 (uma vez que somos os anfitriões e anfitriões não disputam eliminatórias).

Sei que futebol e religião não se misturam, mas rezo para que não exista mais nenhum Dunga como técnico... E nenhum jogador como Felipe Melo, Josué, Júlio Baptista, Luis Fabiano, Kleberson e Maicon... Faltou algum?

Ah?

Ia me esquecendo: e que o futebol pragmático, sem arte e insosso descanse em paz!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Megan Fox... É fox!


Falar de beleza é mais simples do que se imagina quando a beleza é mais simples do que se pensa e vê. Lembro-me de quando a vi pela primeira vez, tive que trocar de camiseta antes de sair porque havia babado despercebidamente, tamanha a obviedade do encanto enigmático desse ser... Ou seria deusa?

E já que o assunto, antes mesmo de começar, foi parar em “deusas”, eu, em nome de todos os homens declaro a mais nova deusa do Olimpo: Megan Fox, a deusa da sobrevivência!

Oras! Se existe a deusa da terra, da lua, da natureza, da obscenidade e até da depravação, por que não podemos ter a deusa da sobrevivência?

As nações primitivas atribuíam a suas deusas o milagre de engendrar a existência das coisas e dos seres vivos. Eu atribuo Megan Fox ao milagre da sobrevivência, porque lutamos nessa selva de concreto justamente para “angariar fundos” e termos algo a oferecer para uma mulher desse gabarito... Não necessariamente nessa vida, quem sabe numa próxima.

Afrodite que me perdoe, mas a sua merecida fama de poderosa divindade do Olimpo foi substituída pela volúpia impetuosa e sedutora de Megan Fox.

Megan Fox é Fox (nesse caso o “Fox” substitui o “foda”)! Um novo ideal de beleza feminina! Na verdade um renovado ideal de beleza feminina, uma vez que a beleza íntegra nunca precisou de subterfúgios plásticos para ser engrandecida.

Quem foi que disse que é preciso nos hipnotizar com imagens rebolativas feitas de silicone e fabricadas com anabolizantes e botox?

Quem disse que necessitamos dessa atual revolução banal da vulgaridade com sonoplastia de funk, pagode e axé ralando irracionalmente na boca de uma garrafa? Ilusão tola!

Não queremos mulheres redefinhadas oriundas de um filme melodramático de conto de fadas. Queremos algo que vá além de um pseudônimo brega com reverência a tipos de fruta. Algo que ultrapasse a estética forjada. Algo que veja, pense e fale e não fale, pense e veja!

Mulher tem que ser boazuda e inteligente!

Nossa televisão foi preenchida por excessos e múltiplos exageros cujo efeito é salivar, não salutar. Queremos uma mulher esbanjando sensualidade em trajes de banho, toda sexy e edificante, dando-nos um verdadeiro “banho” de volúpia e êxtase, e não essas robotizadas funkeiras que só querem amamentar o seio do materialismo e consequentemente, comprar mais bunda e mais peito depois!

Alguém já viu um ensaio de Megan Fox?

A rotatividade da indústria do exagero não permite estagnações. A mulher jaca é destronada antes mesmo de assumir o reinado pela mulher Kiwi que, por conseguinte já saiu de cena e hoje, só desfila em escola de samba por conta da mais nova sensação estrelar do nosso universo: A mulher fruta do conde!

É minha filha, não turbinou dançou!

Não se trata de eleger a mulher perfeita, e sim de enaltecer e se ajoelhar diante de uma beleza sem protótipos e sem arsenais mirabolantes. Por isso vou de Megan Fox!

A mocinha de 24 anos esbanja talento desde os 13 e de quebra possui uma tatuagem de onde se destaca uma citação de Shakespeare, onde se lê (traduzido): “Vamos todos rir de borboletas douradas.”

Infelizmente, da onde eu me encontro, em São Paulo, não me cabe sorrisos, só lágrimas. Em sua densa maioria, nessa cidade, a tatuagem teria outro slogan: “Vamos todos chorar das mariposas marrons”

No tocante ao seu desenvolvimento: Mulher mariposa - Habitat noturno, geralmente em baladas e bares. Possui radar apurado para a captação de presas cuja prole possua uma linhagem nobre. Boca em formato de canudinho, pra sugar tudo e mais um pouco.
Esse tipo de mariposa não é atraída por lâmpadas acesas, mas sim por locais chiques, carrões do ano e dinheiro, muito dinheiro.

Alguém já viu um ensaio de Megan Fox?