Crônicas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O universo inverso do amor


Inúmeros são os enganos que se cometem ao buscar um significado lógico para esse sentimento inquietante e insaciável que é o amor. Insaciável? Acho que não! O amor é saciável; só necessita de uma cama de casal, um acolchoado morno no inverno, um prato a mais no café da manhã e alguns afagos moderados como mostrar que tal pessoa é importante em nossa vida (blá blá blá)...

... E claro. Precisa de dois personagens proativos e aplicados em aprender com ele!

O amor não é insaciável, porém, os seus hospedeiros sim! Nós somos os parasitas do amor! Necessitamos e buscamos diariamente essa demonstração de afeto, de importância e de contágio. Sim, o amor é um vírus benigno, embora tenha muita gente tratando-o como nocivo.

O amor tem a semelhança de um protetor solar. A única diferença é que o protetor solar tem a finalidade de bloquear os raios ultravioletas do Sol, já o amor tem a finalidade de nos proteger contra aquela falta obsoleta chamada solidão. Por isso a busca incessante pelo amor.

Não é gostoso ter alguém que seja o lado certo do teu lado errado?

A palavra amor presta-se dezenas de significados na gramática. Mediante a tais significados, criaram-se vários conceitos e hoje em dia o amor presta-se (de um modo geral) ao envolvimento de frases de botequim, exaustivas e tolinhas em prol da banalização desse sentimento tão intrigante.

“Cansei, o amor que me encontre!” Engano seu! O amor não vai te procurar até porque ele não precisa de você, é você quem precisa dele. Lembra da lei da oferta e procura que você aprendeu nas aulas do curso de comércio exterior ou de vendas? Então, tem fila em busca do amor, mas o amor é o convidado VIP da festa e não fica na fila por ninguém!

“Em busca do amor”. Nem os filmes da sessão da tarde usam mais esse clichê. Acho cômico as pessoas que usam essa frase; passam a vida a reclamar seja por um amor que não vai voltar, seja por uma paixão que não quer se doar, mas quando tropeçam no amor, se estremecem de pavor: “vou ou não vou?”, ah, faça-me o favor!

“Eu não vivo sem você!” Oras, quantos anos você tem? 18, 25, 30? Se desde na incubadora você já estava apaixonado pela forma em que ela chorava e batia seus pezinhos tudo bem, é aceitável, fora isso, sim, você consegue viver sem ela!

“Amar é a ocupação de quem não tem medo”. Depende, o amor é ocupação para quem vive de amor. Exemplo? Pois bem: Os administradores de conteúdo dos sites de cartões virtuais, faxineira de motel, cantor de serenata, mestre de cerimônias de casamento... (garanto que você nunca pensou dessa forma, hein?)

“Encontrei a paz e o descanso em seu amor”. Que isso? O cara se apaixonou por alguma dona de funerária? O amor é uma espécie de intranquilidade tranqüila: O coração cansa, não descansa, não bate só apanha... Palpita no ineditismo e desacelera no comodismo. A inquietude faz o mundo girar e o amor faz a vida acontecer... A inquietude – A vida – O Amor... Essas palavras combinam na mesma frase e na mesma vida de alguém também!

Amor, um destino sem roteiro.

Ninguém sabe sobre o amanhã para o amor, apenas sabemos sobre um esperançoso quem sabe.

É bom ter um amor pra chamar de seu, é bom ter um amor pra chamar de meu, mas, acima de qualquer coisa que esteja por cima, é bom ter um amor parecido com um aventureiro que esticou o braço em busca de uma carona...

E, conversa vai conversa vem, quem sabe em meio a essa longa estrada a gente não resolva segui-la de mãos dadas?

Você era a falta que faltava para me completar nessa viagem desprendida de itinerário. Obrigado pela companhia querido amor!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sexualmente disponíveis

“Solteira sim. Sozinha nunca!” – Essa frase totalmente austera e narcísica é a culpada de toda essa lambança que estão fazendo com o amor.

Por quê?

Embora a frase seja totalmente contemporânea, esse conceito abriu novas perspectivas para uma situação que a cada dia vem sendo mais praticada por baladeiros, boêmios, galanteadores, casadas, semifixas e até estudantes de metafísica... O sexo casual!

Descasualmente conhecido como sexo casual, o sexo casual vem sendo usado como subterfúgio do amor shakespeariano. É um tipo de sexo bem malandro porque ele sabe a facilidade que oferta a todos os seus contribuintes e ainda por cima apresenta um saldo: Pode dar namoro, por que não? Se for bom que mal tem?

Sexo casual não permite hipocrisia, rejeita joguinhos fúteis e vendas meticulosas (sim, porque as pessoas sempre se vendem). Sexo casual é na lata! Limpo! Sincero! Objetivo!

Mas e o amor? Bem, o amor é aquele processo letárgico, tão lento quanto o deslocamento das geleiras do Ártico, tão lento quanto o caminhar de um Jabuti ou de uma tartaruga gigante da Ilha dos Galápagos... Haja paciência, tempo, gasolina e cartão de crédito.

Há de se ter paciência para conquistar seu grande amor com sapiência!

Não existe aquela ideologia sentimentalista de “perdas e danos” no sexo casual, a não ser se sua intenção seja conquistar o parceiro, aí sim você pode literalmente se estrepar.

Sexo casual não é pra quem tem dificuldade em envolvimento, é justamente pra quem tem facilidade em se aproximar, afinal de contas, pense no julgo técnico da coisa: você vai se deitar com um estranho, vindo de uma pós-balada, de uma pós-mesa de bar ou até mesmo após uma pós-graduação, nos botequinhos da facul. Pense na vantagem: O pós de hoje poderá ser o pós de amanhã, assim, posteriormente...

Porém, enganam-se as pessoas que pensam que o sexo casual é coisa da Geisy Arruda ou da Mulher Pêra... Esse troço é um pouquinho mais antigo (os leitores balzaquianos não me deixam mentir), hehe.

Retrospecto descasual:

O Tcháca Tcháca na Butcháca começou mais ou menos na época do Popetchen Poperô, entendeu? Em meados do final dos anos 80 e início dos 90... Época em que a vergonha não tinha vergonha de aparecer: Calças semi bag enfiada dentro do tênis cano alto, camisetas largas... Saint-tropez, calças bailarina e muita (mas muita) melissinha e babucha... Que castigo!

Nessa época o cara ainda ralava um pouco no approach e o caminho para os lençóis de um quarto de motel precisava de mais sagacidade e mais palavras, frases bajuladoras e muito “Sex On The Beach” goela abaixo...

Hoje a coisa toda se descambou para o “leva e trás”, “arrasta e leva” ou “chega e pega”, como você preferir... Causando repúdio e aversão a esse novo tipo de relação.

Aí que mora a indagação:

Relação ou felação, superficialidade ou imparcialidade? O fato é que se não fosse os excessos e os abusos levados ao pé da letra para determinadas modas que se jogam em nossas vidas, o sexo casual poderia ser um pouquinho melhor aproveitado ao invés de se tornar esse hedonismo sustentável...

Sei que isso soa caxias, mas ainda acho nobre conquistar uma mulher levando em consideração as etapas desenvolvidas por nós mesmos, as quais hoje estão cada dia mais caindo no abismo do ostracismo...

Sexo casual: Um paradigma que precisa ser quebrado ou um novo formato que precisa ser respeitado?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Chocolate? Que nada, o lance é comer palmito!

Nem em pensamento eu seria capaz de subjugar as suas criações divinas (Ó todo poderoso), mas por que o senhor foi inventar um cacaueiro?

Essa tentadora criação exerce sua importância ao longo de toda a cadeia evolutiva humana: Dos Astecas a Romeu e Julieta...

Romeu e Julieta? Sim! Registros recentemente descobertos indicam que Romeu comeu uma trufa recheada de veneno e morreu após uma terrível caganeira.

É por isso que eu prefiro palmito!

Dos tempos vividos em preto e branco para os tempos em que as mulheres se casam de branco. Casar para muitos é o reflexo contínuo do relaxamento: Os casados (cansados da vida boêmia de solteiro) se unem rumo a Blockbuster... Enquanto o maridão vai à sessão de comédia alugar o filme “A Dieta do Palhaço”, a esposa se dirige a sessão das guloseimas para encher a cestinha de tranqueiras e, mais tarde, a pança de calorias.

Resultado final: O lindo casal transformou o seu “lar doce lar” na Fantástica Fábrica de Chocolate!

Por isso eu prefiro palmito!

O chocolate satisfaz duas preferências inatas no ser humano: o ócio e a frustração, explicadas a seguir:

Ócio - A TV a cabo tá sem conteúdo, o Twitter não tem ninguém, você cansou de montar sua mini fazenda no Orkut e a insônia não te deixa dormir, o que você faz? Come um chocolate!

Você passou em frente a uma loja da “Amor aos Pedaços” e se deparou com uma saborosa cena: Uma estonteante mulher degustando uma torta de mousse de chocolate. Você chega à sua casa e associa aquela imagem terrivelmente irresistível ao seu paladar. O que você faz? Sai à procura do bendito chocolate... E de uma estonteante mulher, claro!

Frustração – Você cansou de dormir na diagonal por não ter alguém especial, levou um pé na bunda justo no dia da sua promoção profissional e gostaria de ter tudo, mas descobriu que aquela pessoa que você achou que seria tudo não é nada do que você esperava. Bingo! Chocolate na veia!
Vale ressaltar um dado curioso: Para as mulheres, o chocolate, mesmo com os riscos de ganhar dígitos na balança, ainda é melhor que sexo, simplesmente porque mesmo mole ele ainda dá prazer. Para os homens, tanto faz como tanto fez... Nós homens sempre pensamos numa maneira de burlar o “couvert” e ir direto para sobremesa...

O palmito e sua rejeição na mídia...

Todo mundo sabe o que é palmito certo? Errado! Todo mundo sabe o que é chocolate, isso sim! Não existe criança que come palmito, só gente fresca e metida a “naturalzinha”... Isso é fato!

Mais rejeitado que a Mulher Pêra, o palmito nunca foi um produto desejado pela sociedade. Ultimamente seu status vem adquirindo fama pelos balzaquianos em potencial dedicados a manter a forma porque o palmito é um produto saudável... E só!

(Abrindo uma ressalva)

“Vou te mostrar que é de chocolate, de chocolate que o amor é feito. De chocolate, choc choc chocolate bate o meu coração”. Xuxa, onde você estava com a cabeça?

Voltando ao assunto, segundo sociólogos, a falta de investimento e visibilidade no palmito é o grande fato sinalizador da sua abstinência na sociedade e do seu fraco poder de penetração nos pontos de maior comercialização... Nem música o coitado tem!

Alguém já viu um “Combo Palmito” no Burger King? E um Mac Palmito? Já chegou ao cinema e viu o Cinemark vender um saco de rodelas de palmito ao invés das lendárias pipocas? Pois é, nem eu!

Mesmo assim, eu (ainda sim) prefiro palmito!

De qualquer forma, como não irei convencer meus leitores a se renderem aos caprichos do palmito segue um pequeno aviso:

Cuidado com a maldição do cacau hein?

Se você passar essa mensagem adiante para 30 amigos, você perderá 10 quilos, se duvidar do poder do cacau e não repassar essa mensagem, você vai ganhar 50 quilos até a meia noite de hoje, vai ficar pançuda, com uma bunda de 3 hectares e não vai casar nunca mais!

Viu só? Vamos todos aderir ao cilindro branco!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quem sabe um dia esse dia esteja longe


Um dia pensei em parar de beber. Foram os piores 5 minutos da minha vida... Psicografados abaixo em resumidas nuvens de pensamento (tipo quando o gato Garfield pensa).

04:59...

Cansei dessa tipologia noturna e totalmente fugaz chamada “balada”. Um monte de gente embriagada brincando de quem é quem num mundo de faz de conta: beija beija, pega pega, come come... Parece brincadeira de criança, mas não é!

Zumbilândia – Interessante avaliarmos a patologia pós-balada; passamos o dia vegetando, sem conexão com o mundo real, acordamos tarde, monossilábicos, hipnotizados pela ressaca que corrompe o nosso fígado... Caminhamos em pêndulo, sem vontade de fazer coisa alguma.

Ah sim, compreendo. A balada é uma necessidade vital na vida do jovem... Do jovem! Chega um momento em que precisamos reavaliar nossas prioridades e compreendermos nosso real propósito, aqui, nessa vida.

03:00...

Por isso vou parar de beber!

02:01...

Aqui, pensando comigo, tento com todas as forças separar a bebida da balada, isso não existe! A bebida é o combustível da balada, é a mola propulsora para a descontração e para a concentração também, por que não? Você entra no ambiente, avalia o cenário, e foca em algum alvo... Beber é ser estrategista. É planejar a forma da abordagem, pegar coragem e chegar junto!

A bebida é o nosso lubrificante social, por isso a balada pra quem não bebeu funciona assim ó:

- A fila tá gigante, um baita calor lá dentro, a balada tem mais gente do que a festa de final de ano da Av. Paulista.

- O cara pisou no teu pé e nem desculpas você ouviu, a meninota esbarrou em você e nem um sorriso te deu.

- O suor alimenta a sua vontade de ir embora, tua inquietação te impulsiona a imaginar sua cama e a TV ligada naquele canal de vendas de jóias (que te faz dormir em 5 minutos).

- Decisão tomada, outro obstáculo: A fila! Gigantesca e imponente, rindo do teu desespero e debochando da tua impaciência.

Você zerou na balada? Óbvio que sim!

0:59...

Mas beber tem o que eu chamo de SCC (Sintoma / Causa / Conseqüência):

- Sintoma: Você torna-se vulnerável a qualquer estereótipo e passa achar que tudo é interessante ao seu redor, abandona os seus critérios e o bom gosto passa a ser um mero conceito imaginário.

- Causa: Com a bebedeira, vem a carência afetiva desse mundo virtual que você vive. Suscetível a fazer besteria, você encosta na primeira que olhou para você.

- Conseqüência: O “day after” é o juízo final da sua bebedeira! Ao abrir as pálpebras os outros sentidos dão o veredito: Gosto amargo na boca, desgosto pelo que está vendo deitado bem do seu lado, dissabor pelo cheiro e torcendo pra que ela seja surda e não ouça você saindo de fininho!

0:00...

Bom, os piores 5 minutos da minha vida se foram e percebi que a campainha tocou e a realidade acabou de chegar, toda convidativa e bem na minha frente, dizendo:

- Vamos tomar um Sauvignon amor?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Profissão: Conquistador


“Fujo ou me entrego”? Essa talvez seja uma das principais indagações que rondam sua cabeça ao se deparar com um galanteador de primeira categoria, mas a dúvida não pára por aí: Será que foi o sorriso pretensiosamente despretensioso? Ou será que foi a forma incrível que ele me abordou diante da geladeira do supermercado?

Talvez a principal arma do arsenal dele seja realmente o elemento surpresa; a frase de efeito circunstancial elaborada de “bate-pronto” de acordo com o cenário; Uma pergunta irreverente entre a estagnação quase que perpétua de um farol vermelho; um conselho consternado durante sua série na academia, ou até mesmo (pasmem) em uma fila extenuante de banco...

Existe receita? Talvez! Quem sabe uma pitada de audácia, com uma leve dose de astúcia e uma grande porção de Inteligência... Sim! Talvez você tenha encontrado o cafajeste que faltava para apimentar a sua vida, ou para esquecer aquele ex-peguete que não te deu o devido valor e/ou ainda aquecer a sua auto-estima nos lençóis...

Talvez a percepção pelo desconhecido e o convite ao desafio sejam as mais fascinantes experiências para o mulherengo inveterado... Talvez.

Mas, que tal eliminarmos desse texto o advérbio de incerteza?

O fato é que “Já não se fazem mais galinhas como antigamente”. É isso mesmo! Os garanhões de hoje se adequaram vertiginosamente às mudanças do mundo moderno e com isso, alguns comportamentos simplesmente sucumbiram ao modismo desse século.

Amante à moda antiga. Amante de uma figa!

Don Juan foi e ainda é considerado um lendário libertino promíscuo e se tornou até sinônimo para quem tem a variedade como tempero de sua libido. Entretanto, quem conhece a história sabe que ele foi arrastado para o inferno como pagamento de suas penitências. Um castigo que faz até com que os mais desalinhados tenham fé que a promiscuidade não compensa!

Já vou avisando que as penitências para quem trai são bem piores que o limbo do inferno: Homem que trai o pipi cai, homem que chifra o saco incha e sim; homem que a cerca pula, fica sozinho na rua da amargura!

O que não tem remédio remediamos, mas será que o que tem cura, curamos?

Unanimemente as mulheres afirmam que mulherengo é que nem batedeira velha, não tem conserto. Entretanto e por muito tanto, na contramão disso, as táticas masculinas possuem objetivos mais concisos, nada de “cercar o frango”, como diz a gíria masculina. Não obstante a isso, temos um “plus” em toda essa história: vemos as mulheres cada vez mais independentes, esclarecidas e diretas, devorando muito galã por aí.

Deixe de ser quadrado e assuma o seu lado redondo! As pegadoras não podem ser mais taxadas de galinha ou piranha, isso é démodé e nem a sua avó pensa mais assim!

Mas então como definimos essa situação? E essa correlação entre garanhões e esclarecidas, entre cafas e periguetes? Existe uma bifurcação nessa mão dupla?

Já que vivemos em um mundo totalmente desapegado com a realidade e cada vez mais íntimo com a virtualidade, vale à pena amplificar nossos conceitos e abandonar aqueles antigos adágios...

Na-na-ni-na-não! Não é pra sair feito um serial kisser catando todo mundo a rodo, também não é para levantar uma taça de Don Perignon e fazer um brinde ao desapego, não é isso... Siga os comerciais metódicos da televisão e simplesmente aprecie com moderação!

Nada de exageros, mas...

... Se você deseja ser um autêntico garanhão durante a vida toda, lembre-se que o preço da fama estará bem longe do Jardim do Éden e de seus pomares de lindas mulheres, e muito próximo do paradeiro de Don Juan com um calor de rachar o cano.

Lembra da pergunta inicial desse texto que vive pipocando em sua cabeça? Agora tá mais fácil vai?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Se tocar não atenda

Toca o telefone...
- Alô?
- Sr Márcio Takata?
- Ele mesmo. Quem deseja?
- Aqui é o Joelson Santos Silva, tudo bem Sr Márcio Takata?
- Tudo bem!

(Começa o atropelo)

- Então, eu “to” ligando pra “oferecê” o mais novo serviço em tecnologia do mercado de telecomunicações. A Mimo Telecomunicações oferece ao senhor uma caralhada de minutos (desculpa, minutos ilimitados) para o senhor “saí” trocando ideia a vontade e sem gastar um real, quer dizer, gastar o senhor vai, mas é bem pouco. Entendeu?

- E sabe como? Entendeu?
- Eu explico!
- A Mimo é a primeira empresa de “Telecomunicação” 100% brazuca e já estamos com mais de 201 licitações aprovadas pela Anatel para as futuras instalações de torres de comunicação para oferecermos a melhor qualidade e o melhor atendimento em telefonia celular... Entendeu?

- Ou seja, do Oiapoque ao Chuí o senhor vai falar sem ser interrompido pelo gaguinho!? Entendeu? Hahahhaha, sacou? Gaguinho: “A-a-a lô? Tu-tu tudo b-b-bem? A lig-lig ligação tá tá pi-picotando”.” Entendeu?

- Ou seja, é a Mimo mimando o senhor com ofertas explosivas e vantagens progressivas.
- Ah? Eu não mencionei as ofertas progressivas?
- As ofertas progressivas “é” um pacote de promoções elaborado pelos parceiros da Mimo como: a Polishop, a Car System, a Telepik e as Botas 7 léguas (pra sua empregada não escorregar junto com o rodo), um item extremamente necessário porque o Sr sabia que hoje os acidentes de trabalho são passíveis de processos caríssimos?

- Mudando de operadora o senhor ganha “no vasco” um V3 novíssimo com tocador de MP3, um produto exclusivo da Polishop, um alarme da Car System, uma multifuncional Telepik, um par de Botas 7 léguas e um Cd do Latino.

- “Qué” mais? Fala sério!

- Olha lá hein? O senhor não vai achar promoção melhor que essa. É “suave”!

- Sr Márcio Takata? Sr Márcio Takata? Alô? Alô?

(Márcio retorna...)

- Oi, desculpe precisei atender o vendedor de Yakult aqui na porta. Você poderia explicar-me tudo de novo?

(Aí blá blá blá blá blá blá blá blá blá... Ti ti ti ti ti ti ti ti ti, Márcio disse a ele):

- Como é mesmo o seu nome?
- Joelson Santos Silva.
- Pois bem, eu quero assinar um plano com vocês. O que devo fazer?
- Pois bem, eu vou “precisá” dos dados do senhor.
- Serve os dados da JEATC?
- O que seria isso senhor?
- “Jesus Eu ainda Tenho Cura”. É o programa de reabilitação social onde me encontro. Como estou em liberdade condicional preciso pedir a assistente para lhe passar os dados.
- Joelson? Me diga uma coisa, como já sei desativar alarmes, será que você poderia me dar de presente da Polishop as facas Ginsu? To precisando esquartejar o vigia noturno.
- Alô? Joelson? Joelson?
- Tu tu tu tu tu tu......

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Decifráveis... Pero no mucho.


É mais fácil entender o seqüenciamento genético do homem de Neandertal, ou até mesmo decifrar bula de remédio do que entender o que esses seres inebriantes do sexo feminino pensam...

“Esbarrei inusitadamente com ela na fila do cinema (ela, a minha ex peguete), e, inusitadamente, ela soltou a pergunta:

- Oi, tudo bem? Como você está? Veio acompanhado?
- Sim, minha namorada está na fila comprando pipoca.
- Ah sim, pipoca... Então tá, já to indo embora.
- Já? Indo embora do cinema?
- Não não, do shopping. Bom, seja feliz com ela!

“Seja feliz com ela???” Como é possível emanar uma frase dessas da boca dela? Como uma pessoa pode desejar à outra pessoa a felicidade sabendo que a felicidade da outra pode ser a sua infelicidade?”

Casos assim são comuns feitos IPVA ou IPTU. Quem disse que você nasceu pra entender o que se passa em uma mulher? Se não entende, compreenda... Ame!

As mulheres são mesmo um pacote de incertezas. Talvez um combo de mistérios ou até mesmo um kinder ovo de surpresas, vai saber... Escolha qualquer alternativa dessas e siga a vida, assim, sem achar que pode adivinhar o que está por vir... “Suponha”, no máximo.

E é aí que mora o perigo, suposições nos levam para um campo desconhecido onde não sabemos dar a direção para o próximo passo... Um passo em falso e você pode cair numa
armadilha de urso ou avistar uma linda lagoa com vitórias-régias e o reflexo do sol a resplandecê-la...

É pura loteria!

Mulher, mulher, mulheres...

Em minutos me pego a pensar em uma sensação de fragilidade e inocência em uma bela e enigmática fusão de contrastes. Pensando bem, de ingênuas elas não têm é nada... Isso sim!

Mulher é uma ideia que criamos em nossa cachola... São de vidro, são de Vênus, são de porcelana, são de histórias e ultimamente (muitas) são de borracha, mas, acima de tudo, são intuitivas, abrangentes, devotas e inseguras sem razão, influenciadas por um punhado de sentimentos, por um monte de sonhos e por um bando de bobão bancando o machão...

Mandam, desmandam, deliberam e despacham!

E o que dizer então desse lance de sexto-sentido? Sexto-sentido pra mim não faz nenhum sentido, mas eu tenho medo quando minha mãe diz com o sol rachando: “André, leva um agasalho que vai fazer frio”, e não é que faz?

Como elas adivinham (entre suas amigas) aquela amiga que dá em cima de você? Afe, sai pra lá “ôh coisa” divina!

É, amigos homens...

Mulher não tem definição, mas a primeira atitude que ela dá ao te conhecer é justamente uma definição!

Enquanto tentamos chegar a uma conclusão sobre o “certo ou errado”, elas concluem sobre o “pior ou melhor”.

Mulheres são definidas, assim, indefinidamente!

Nada é exato em uma mulher. Mulher é a exatidão do inexato! Tempos atrás, elas eram previsíveis e facilmente decifradas em beijos e abraços. Hoje, tudo se inverteu e o não óbvio passou a ser algo divertido e prazeroso quando o assunto é “conquistar um homem”.

E o que fazemos? Como entendemos? Por onde começamos?

Oras, comece por amá-las! (Já não disse isso?)

Mulher, mulher, mulheres...

Sonhar, amar e sofrer... Essas palavras sempre complementarão o texto de uma mulher... Seja ele um livro de penteadeira, seja ele um Best-seller!

E, aproveitando a metáfora, mulheres são assim: Compostas por alguma fragilidade, algumas centenas de parágrafos e muitas, mas muitas reticências ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Mulheres são infinitas, e o mais infinito disso é amá-las infinitamente!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Brincar de viver

Há pessoas que brincam de tudo na vida. Há pessoas que brincam na hora errada e com o instrumento errado também: não brinque com o meu coração senão encho tua boca de sabão!

Há pessoas que brincam de vasculhar a vida alheia através de uma brincadeira pentelha chamada de Orkut. Há pessoas que brincam de matar o tempo divagando num blog, soltando a mente e pensando numa forma de entreter a gente!

Há pessoas que brincam de críticos de cinema e passam a vida falando mal das pessoas. Dedicam um tempão aos inimigos e se esquecem do bem maior que são os amigos.

Vamos todos cirandar, todos pensam em receber, poucos pensam em doar!

A puberdade passou e mesmo assim algumas brincadeiras não se desgrudaram da gente. Hoje, demos um “up grade” nessa diversão oitentista chamada de “passa e não devolve” e introduzimos um pouco do que a gente vem aprendendo com essa nova sociedade: egoísmo, egocentrismo, orgulho e soberba... Centenas pensam em tirar vantagem de algo, dezenas pensam em doar sem visar nada em troca!

O entusiástico “beijo, abraço ou aperto de mão” também foi remodelado para a nossa cultura moderna. Hoje, o “pega, leva e transa” é a nova sensação das baladas, bares e mídias sociais... Um brinde ao desapego!

As brincadeiras em sua escala evolutiva:

Na infância brincamos de bombeiro, cabra cega e de médico. Na adolescência brincamos com o destino e com as vantagens em não se desgastar pra nada. Na fase adulta brincamos de pais e filhos e a se descabelar com a pensão que iremos pagar!

E os namoricos de ontem? Sofá da sala esperando os pais dormirem; ficar trancado no quarto com os livros sobre abertos em cima da cama; passar uma aula inteira brincando de perguntas e respostas no caderno “dela”, bilhetinhos, olhares, olhares e mais olhares... O beijo era um processo que não se desesperava e aguardava passivamente o momento exato.

E os namoricos de hoje? Tudo atravessa o mesmo farol, como se fosse um contingente de carros engatilhados. Esqueçam as etapas difundidas nas décadas passadas. Hoje o beijo antecede um olhar e antecede até mesmo a curiosidade em saber o nome antes de qualquer ato... E pra “valer à pena”, é preciso terminar em cima de uma cama, sem eira, nem beira e rindo feito uma hiena da própria bebedeira!

Alguns namoricos saem até do anonimato, motivo? Alguma fatalidade por ciúmes ou possessão... Tá virando moda, bater, sequestrar e matar a namorada ou mesmo jogar o filho pela janela por ciúmes... Enfim, o “pega pega” de hoje virou um “pega pega” bem pegajoso! Sai pra lá cola de sapateiro!

É.... O dia das bruxas assolou nossa sociedade “cheia de si”, mas há de se enxergar a ingenuidade por detrás do tolo, há de se ver a beleza por detrás do feio e há de se revelar as pessoas ao mundo que estamos destruindo... Sem máscaras e sem fantoches. Deixem as marionetes em casa e ponham a cara pra bater ou pra sorrir!

(Pensando...... Lembrando..... Relembrando)

E a saudade que dá de tocar a campainha e sair correndo? De brincar de polícia e ladrão? Telefone sem fio? Queimada e batata quente?

Volta anos 80, volta! Mas volta e faça um empréstimo para o presente, solicitando alguns recursos que hoje já não sabemos mais viver sem eles: celular, internet, GPS e TV a Cabo!

Reformulando meu pedido acima. Que tal negociar uma barganha com o presente senhor passado? Traga de volta a inocência, o tempo ocioso, o bilhete feito a mão e a carta entregue pelo correio... Empreste ao nosso presente as brincadeiras dos anos 80 e a calmaria que se tratava um amor, sem burlar nenhuma fase da sua germinação!

Quem nunca quis ser um super herói? Andar pelos edifícios, sentar nas nuvens, atravessar galáxias e descobrir (quem sabe) um amor de outro mundo?

Enfim, vamos brincar de viver? Porque to vendo muita gente aí pensando só na sobrevivência!