Crônicas

segunda-feira, 29 de março de 2010

A ordinária Leonilda

Esqueça o imposto de renda, os contos infantis, o Animal Planet, o técnico de futebol, a astrologia, o Discovery Channel e o Leão Lobo. A história que se discorre abaixo, trata-se do mais puro conteúdo informativo, provando que o Blog do “Ideias no Almaço” também é cultura...

Certa vez, um leão, cansado das suas aventuras no ensolarado capim seco da savana, resolveu se aposentar...

Entediado pela soberania dada desde o seu nascimento, o velho leão estava saturado de tanta reverência oferecida a ele por todo o reino animal, afinal de contas, ser o macho alfa era algo pra “fodão” nenhum botar defeito. Mesmo com a fama a se ajoelhar diante de suas patas, ele buscava uma vida menos dissoluta, e com uma dieta sem tantos carboidratos.

Foi então que, entre um “pega pega” e outro com as zebras da savana, ele conheceu a Leonilda, um dia memorável na vida desse solitário e corajoso leão, contada a seguir pelo próprio “leogonista” da história:

Off do Leão

“Senti seu odor de gato molhado há quilômetros. Quando finalmente o sol parou de ofuscar minha apurada vista, me deparei com algo estarrecedor: ela era uma beleza rara! Sua pelagem enaltecia o tom amarelado do sol, suas patas eram generosamente delineadas com curvas estonteantes e salientes, seu olhar altivo e penetrante, e sua enorme boca me paralisaram as patas. Tive choque anafilático!”

Sequência Off do Leão

“Ela parecia uma “cavala”, aparentava ter uns 2 metros de comprimento e uns 200 quilos. Mesmo ciente de que ela era muita coisa pro meu covil, fiquei lá, inerte perante minha abobada reação... Ela fazia qualquer felino latir!”

Após esse temível encontro, um rugido ecoou por toda a savana: mais um romance nascia no reino animal!

Os anos de enlace matrimonial prosseguiram por centenas de luas e dias calorosos. Durante todo esse período, o velho leão se manteve fiel e devoto, abandonando todas as suas incursões amorosas, nem caçar ele queria mais!

É claro que as leoas mais desavisadas apareciam, mas o seu rugido era ouvido há quilômetros de distância, ele simplesmente queria alcançar a terceira idade com a Leonilda, e mais ninguém!

O temido rei das selvas havia sido abatido pela mais sutil das forças: a força do amor! De felino astuto para coelhinho fofinho, ele até estava pegando gosto pela vida monogâmica.

Certo dia, o velho leão acordou de sobressalto em seu covil e se deparou cm uma brincadeira inusitada entre os seus filhotes; Leônidas e Felícia brincavam com chifres de alces. Foi aí que o instinto alertou a sua mente degenerativa e letárgica: “Estarei eu sendo um corno?”

O rei das selvas abandonou a sua alcatéia e foi descansar debaixo de uma vistosa árvore Baobá, com suas copas longas e achatadas, ademais, ele precisava “esfriar” a cabeça e repensar sobre a vida...

Moral da história animal: Quando os leões se tornam coelhinhos, as gatas preferem os cachorros!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vidas sem rumo?


Sua vida virtual é melhor que a sua vida real?

Em geral, a internet vai dominando pequenos fragmentos da vida real, até possuir, quase que por completo a sua vida, confundindo-o entre o abstrato e o palpável.

O ócio é o companheiro fiel dos internautas bitolados. A existência virtual, predominantemente real e a patologia de um sistema aparentemente inofensivo, vão se tornando algo crônico, sem volta... E sem “back up” também!

E nesse universo bilateral, a gama de “personagens” e “atores” se fundem com a realidade fictícia da ficção virtual, entendeu a bagunça? A única coisa que não é uma incógnita na internet é a realidade que se constrói em volta dela. Cada internauta faz o que bem entende, por certo ou errado.

De blogueiros amadores, dispostos a difundir suas ideias, a pseudônimos covardes que não sustentam suas opiniões com a cara limpa. De carentes freqüentadores de sites de relacionamentos amorosos (iludindo-se com a esperança de encontrar o seu “par perfeito”) a orkuteiros desocupados socialmente, ocupados apenas em “colecionar” outros desocupados, vulgo pessoas, na própria rede... Confuso não?

É fato dizer que a vida virtual se banalizou tanto quanto a vida real. Confira:

- O Orkut virou o “point do mal”: torcidas uniformizadas marcam encontros pra ver quem “apanha mais”. Pedófilos trafegam usando fakes na rede em busca do seu “sonho mirim de consumo”, seqüestradores e traficantes também usam o Orkut como “ponte” para seus propósitos. A Prostituição não fica atrás e vai na onda cibernética da internet, comunidades não faltam pra isso!

- O Twitter também está perdendo sua principal função. Hoje já tem sites que subsidiam a “coleção” de seguidores. Pra que ter seguidores sem uma afinidade ou sem um propósito? Quer colecionar seguidores? Seja estagiário do Edir Macedo!

- O Facebook também está perdendo o foco com pessoas desocupadas e adolescentes que deveriam estar estudando matemática ao invés de contaminar as redes sociais com suas infantilidades. A maioria não capta a essência da ordem proposta. Sim, é preciso ter ordem senão vira a casa da mãe Joana, vira Brasil, vira a farra do boi, vira qualquer coisa, menos a coisa pretendida!

Ah a internet...

Essa vasta e pretensa teia do conhecimento, tão infinita quanto o nosso sistema solar, tão invasiva e evasiva quanto à mediocridade da nossa televisão brasileira. A Internet só não faz chover (depende do tipo de chuva que você imaginou)... De resto, fabrica-se tudo: sonhos, rostos, identidades, perfis, pesadelos, frustrações, passatempos........

O Juninho passou à tarde de um sábado cheio de sol enfiado em seu quarto fuçando no You Tube...

A Carol nem vê as horas passarem de um dia inteiro de tanto que fica incrustada no MSN, batendo papo, armando esquema, cheio de desejos, lotada de intenções, ou simplesmente batendo papo... Vai saber.

O Rodrigo não desgruda do Orkut, do Facebook e do Twitter. Adora proliferar o seu networking, sabe-se lá pra que...

É claro que bons exemplos não faltam. Mas sempre seguimos a estatística que aprendemos na vida: um ato negativo destrói a bondade de cem atos positivos. Fazer o que não é mesmo? É a bendita fama...

E assim descrevemos as funcionalidades das redes sociais e os seus ocupantes:

No Orkut a maioria são lindos; no Facebook a maioria são desocupados jogando Mafia Wars ou Farmville. No Twitter a maioria são “aglutinadores sócio intelectuais” com suas frases solitárias, e no MSN a maioria são ocupados e com super poderes como: se tornar invisível e ausente mesmo estando presente...

Assim se desenha uma vida virtual. Para a maioria que confunde o bom senso com a carência afetiva.

E você? Como constrói a sua vida? Quero uma resposta verdadeira, não virtual!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Capacitação notória


Desde os tempos de Cabral, saqueando nossos tesouros para reconstrução de Lisboa, somos um país atrasado culturalmente. Nosso panorama cultural encontra-se submerso em uma espessa camada de corrupção governamental; práticas medíocres de concorrência ao poder; escândalos com dinheiro público; uma sórdida e descarada desigualdade social e econômica.

Nosso país precisa deitar no divã. Ele está gravemente doente e seu quadro direciona-se para os aposentos de uma UTI!

O Brasil precisa ser passado a limpo, a situação está mais que lúcida! Já passou do ponto, aliás, queimou, torrou... Fico pasmo em assistir ao péssimo funcionamento das nossas leis, leis que continuam estagnadas há mais de 40 anos, sem alterações e sem modificações...

Fico estarrecido ao ver a falta de cidadania, de solidariedade, de amor ao da frente, ao do lado, ao que atravessa na faixa de pedestres, ao que precisa de apoio para subir uma escada, ao que está com pressa, porque tem urgência...

O respeito ficou no discurso, mas não houve migração, continua no papel, em algumas páginas de livros escolares ou dicionários. Vamos deixar a hipocrisia e o cinismo apenas com os governantes desse país e afirmar que o brasileiro não é solidário, isso é demagogia! Basta passar pela porta da sua casa e atravessar a rua.

A inércia corrompe a sociedade, é nociva, decepa a boa vontade, assassina o espírito voluntarioso. Isso é sinalizado constantemente no trânsito de São Paulo: pessoas desatentas falando ao celular como se a cidade fossem delas, dar passagem então nem se fala.

Em tempo: Alguém aqui já reparou na falta de companheirismo para se conseguir uma vaga no shopping? Você vê o sujeito se aproximando do carro, mais devagar que um Jabuti. Sem pressa e sem vontade, ele checa os pneus, os vidros, adentra pausadamente no veículo, ajusta todos os comandos possíveis e imaginários do carro e pronto, dá a partida.

Depois que você proferiu impropérios até para os antepassados dele, o mesmo resolve sair da vaga, tranquilamente, com um sorriso debochadamente estampado em sua cara de pau... Nessas situações tenho vontade de ser argentino!

O egoísmo proclamou moradia nos corações dos muitos cidadãos brasileiros. E meus tímpanos ainda permanecem intactos ao ouvir que o brasileiro é solidário, caloroso e humanitário... Tsc tsc!

É simples: analise a resignação notória que o brasileiro possui para aceitar o errado sem reclamar, seja num atendimento, em uma prestadora de serviços ou até mesmo em algum pós venda por aí. Aliás, este setor existe nas Empresas do Brasil? O que existe é um sistema programado para transformar pessoas em clientes, e clientes em palhaços.

O que dizer sobre as filas então? Fila no Brasil é instituição, não vale o comentário, nem a minha escrita.

Sou um telespectador ativo, não aceito tudo que vejo, ouço e leio!

A balança da justiça encontra-se em total desnivelamento nesse país! Nosso desequilíbrio social chega ao tamanho do nosso território, há anos pintado de vermelho sem meu consentimento de eleitor.

Um país indiscutivelmente geométrico, com seus inúmeros problemas angulares, debatidos em salas retangulares, pautados em mesas redondas por um monte de bestas quadradas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Entre a consagração e a degradação


Ensaiar roteiros mirabolantes, dizer o que não é, fazer o que não quer, tentar interpretar... Tem tanta coisa equivocada que ronda um primeiro encontro. E o que dizer dos sintomas? Mão suada, testa brilhando, tremeliques, passar 10 vezes por minuto a mão no cabelo, olhar para os lados (ao invés de olhar para o “target”)....

Falar em “target” é relembrar os tempos do grandioso blockbuster “O Exterminador do Futuro”. A cena em que o Arnold olha para as pessoas, em formato de alvo, é perfeito!

E isso nos ensina e nos incita a pensar: “É isso mesmo, precisamos determinar o nosso objetivo e cair pra cima!” Sem pensar ainda no “ficar por cima”, isso é paliativo.

Voltando ao assunto sugerido, algumas pessoas encaram o primeiro encontro como se estivessem fazendo uma endoscopia, até pesadelo rola na noite anterior, e se esquecem do primordial: encontros são espontâneos, ninguém sai por obrigação!

Não é necessário fazer jejum, não precisa comprar roupa nova, muito menos chegar 30 minutos antes do combinado!

Pensando bem, se houvesse receita pra se dar bem, provavelmente já existiria algum centro de ajuda para isso, ou algum aproveitador oportunista ganhando dinheiro nas custas do desespero alheio. Mesmo assim, é melhor contar com o seu faro de predador ou com a sua intuição de pegador. Se nesse momento ela está sentada à sua frente, é sinal que os próximos passos serão dados por você.

De qualquer forma, o Ideias no Almaço te dá um salva-vidas pra você enfrentar a arrebentação sem afundar:

- Use suas táticas pessoais moderadamente. Pra que dizer que você é aviador, dono de balada ou que trabalha em alguma ONG que trata de macacos com ebola? Vá na manha, fermento só se usa em bolo!

- Utilize elogios neutros, seja inovador! Nada de dizer o que ela já está cansada de saber, seja dinâmico, elogie algo diferente! Pensamentos neutros fazem a pessoa refletir. Fuja desse comportamento protocolar fajuto e machista que só sabe pensar no que está debaixo do que ela está usando!

- Mantenha a tonalidade da sua voz suave! Nada de querer falar mais alto ou atropelá-la em seu raciocínio. Seja ouvinte nas horas necessárias e locutor nas horas pertinentes: fale o indispensável e poupe-a do dispensável, ela não quer saber do seu passado, que você só come coisa integral ou das suas aventuras vitoriosas (com outras mulheres).

- O valor das palavras é subjetivo, um palavrão pode ser um elogio, dependendo de como você fala. Reserve-se em proferir muitos predicados à moça, nossa cartilha masculina alerta que não devemos elogiar demais uma mulher quando a conhecemos. O prejudicado será você em qualquer circunstância, seja só beijando, ficando, namorando ou casando... Sem “puxar o saco”, você não está em uma Multinacional!

- Nada de interpretar o “Show do Milhão” do Sílvio Santos, o “Vai Dar Namoro” do Rodrigo Faro ou o “1 contra 100” do Justus. Você não precisa vomitar perguntas em cima dela, isso vai deixá-la mais apreensiva do que ela já está. Não passe seu nervosismo pra ela, dá um pulo no banheiro e lave o rosto, repense em uma outra abordagem e deixe- a à vontade com o clima!

- Não dispense a cortesia em hipótese alguma, mesmo se ela cometer o deslize de falar algo impróprio. Sei que é foda controlar o impulso da vingança, mas mantenha a calma, o interessado é você. Leve um “Eparema” no bolso e engula o sapo!

E para nós? Nós gostamos de classe, postura, e a forma como mexem os cabelos, claro! Nada de vulgaridades! Algumas mulheres insistem na conduta do “menos”: Falam de menos, sorriem de menos, e usam roupas de menos. Sejam sedutoras, mas não esqueçam os bons costumes da mamãe.

E para elas? Não se afobe, demonstre interesse em conhecê-la não em... Bom, ela não é uma torta holandesa! Evite gafes e evite gases também, veja lá onde vai levá-la pra comer, restaurante mexicano não é uma boa indicação, use o bom senso pra escolher o restaurante também.

Aaahh o primeiro encontro...

Ela, ansiosa, entusiasmada, sorridente, pensando na roupa, no perfume e no jeito que vai pentear o cabelo; contando para as amigas sobre esse provável pretendente.

Ele, cheio de orgulho, com o peito estufado pensando cautelosamente nas palavras e nas oportunidades que essas “mesmas palavras” poderão criar posteriormente...

Enfim, existe uma lista infindável para “mandar bem” ou para “carbonizar o filme”. O importante é ser o que você é sem tentar ser o que não é.

Se o final do encontro não for o último capítulo desse seriado, é sinal que a temporada para se apaixonar está aberta, aproveite!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Personagem notável


Mulher sagaz que sabe que só beleza não satisfaz, é preciso ter algo a mais...

Mulheres do topo da árvore, que desafiam a nossa paciência e que testam a nossa sapiência.

Beleza não é tudo, há de se ter conteúdo!

Mulher que sabe exatamente a hora em que deve fazer hora, justamente para manter o homem que ela tanto adora ficar ao invés de ir embora.

Mulheres independentes, que se arriscam de frente: escolhem o olhar mais cativante do bar, escolhem a cama e a conchinha com quem irão se entrelaçar, e decidem se querem ou não ficar até o sol raiar.

Mulher que anda a pé, de bicicleta, de patins, de scarpin, de rasteirinha, de moto ou de busão. Mulher que manda muito bem na direção, estacionando na ladeira sem eira e nem beira, deixando muito marmanjo a comer poeira.

Mulher feminina com jeito de criança e alma de menina, que brincam de bela num universo só dela e que despertam em nós, como ninguém, a arte de despertar sentimentos; de fazer um sorriso de canto de boca aparecer sem a gente perceber, num dia atípico e chato de se viver.

Mulheres de jaleco: De dentista, esteticista e ginecologista, a bióloga, farmacêutica e psicóloga. Mulheres de tailler? Isso mesmo! De vendedora a executiva, de advogada a juíza. Ambas exercem a sua profissão com a sensibilidade e a graciosidade de uma poetisa.

Mulheres requintadas, com pernas “Calvin Klein”, sabor “Dolce & Gabanna” e olhar “Prada”, que usam “Fruit de La Passion” brindando a noite com uma convidativa Moet Chandon.

Mulheres sem excentricidades, com unhas pintadas, cabelos soltos e jogados ao vento, bate papo descontraído num boteco, cerveja na mesa falando o que vem a mente, somente para o seu pretendente.

Mulheres que são verdadeiras bruxinhas, feiticeiras ou simplesmente devotadas: porque são mamães, porque são papais, porque são filhas ou porque são todas em uma só. Uma vivência de múltiplos papéis.

Mulheres atrevidas, desmedidas e com atitude: impecavelmente belas, moderadamente equilibradas, compulsivamente bem humoradas e perigosamente intencionadas. Dá pra olhar sem a perna balançar? Sem o coração acelerar e sem naquela pedra tropeçar?

Mulheres que brincam com o tempo porque não gostam de ver o tempo mandar. Adoram no shopping passear, adoram namorar a vitrine e gastar com o que querem comprar: de batom pra balada a futon pra relaxada, de uma confortável rasteira a um estonteante “Carolina Herrera”.

Mulheres inconstantes e exatas como a lei da física, porém tão calorosas e perigosas quanto a sua química e o seu toque. Nos elevam para outra dimensão com muita volúpia e tesão! Haja freio pra segurar a pressão!

Mulheres odiadas por outras mulheres, mulheres invejadas pela namorada de alguém, mulheres que amam e preferem amar, amém! Mulheres que aceitam o inaceitável e sabem que quem se respeita e se aceita não deve enganar ninguém, amém também!

Mulheres que nos fazem vibrar, com um simples toque do celular. Mulheres em ebulição que nos mandam pra bem longe sem hesitação. Mulheres em constante evolução e em soberba mutação: Mudam de opinião, voltam atrás em uma decisão porque nem sempre são donas da razão, por que não?

Mulheres modernas, contemporâneas e ortodoxas; Que frequentam balada, que visitam a Igreja e que nunca se esquecem da vovó aos domingos e feriados.

Mulheres mal amadas, mulheres muito bem cortejadas, mulheres solteiras por escolherem demais ou mulheres solteiras por opção dos outros. Mulheres em extinção, mulheres que amam uma paixão...

Designers, estilistas, consultoras, fonoaudiólogas, ativistas, biólogas, empreendedoras, produtoras, facebooquianas, twiteiras, blogueiras, fofoqueiras..................................

Mulheres que certamente rosas receberão, não flores, rosas, de um admirador ou simplesmente de alguém com alma sensitiva que não deixou essa data passar em vão!

Mulheres: Aconselhável sorrir sempre na presença de uma, lamentar sempre quando não tiver uma e lutar bravamente quando pretender o coração de uma.

Mulheres: Personagem feminina notável em qualquer cena da nossa peça machista intitulada "vida"!

Enfim, essa homenagem (sem rosas), são para todas as mulheres, que cabem ou não, nessa singela citação.

Continuem sendo “as mesmas” deixando de ser “sempre as mesmas”.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A inquietude faz o mundo girar


Amadurecer por livre e espontânea obrigatoriedade. Uma bifurcação cravada no meio da estrada. Pra onde você foi que nem bilhete na geladeira deixou?

Sim, notei que ela me deixou apressadamente porque seus caríssimos “scarpins” da Sarah Chofakian permaneceram em seu closet, a situação realmente era de fuga, não de glamour.

A pressa foi tanta que ela foi mesmo de rasteirinha em busca de uma nova vida. Mas que vida nova é essa? Outro cenário com outro coadjuvante? Sem ensaios a peça não dá retorno!

Será que ela foi atrás de novos elogios? Mas mesmo nossa gramática sendo tão extensa em seus predicados, uma hora ela vai ouvir tudo que eu falava. Os elogios nunca mudam, mudam as bocas que anunciam tais adjetivos, só isso!

Pensando bem, acho que ela queria isso! As pessoas necessitam dessa variação: é reconfortante ouvir: “nossa, você está maravilhosa hoje à noite”, entretanto, só “hoje a noite” não basta, e quando o tempo escorrega pela ampulheta, até mesmo se você disser que ela está “maravilhosa sempre”, vai cair na mesmice...

Se for pra comprovar ou constatar algo eu não sei, mas ouvir elogios de várias pessoas suaviza a vida mais do que ouvir de apenas uma pessoa. Que aritmética estranha essa do amor: É melhor receber o mesmo elogio de mil pessoas que receber mil elogios de uma única pessoa?

Sim, ela fugiu! Partiu sem deixar rastros, mas deixou o seu encantador “J’adore” no criado mudo do quarto. Uma atitude muito bem arquitetada, diga-se de passagem, ela sabe que esse perfume mantém incorporada a presença imaterial dela em todos os aposentos da casa.

Bendita vulnerabilidade, a minha!!!

Só existe um cheiro melhor que essa “enfeitiçada poção”: cheiro de bebê! Puta merda, como cheiro de bebê é gostoso, dá uma vontade de engarrafar e espalhar pelo travesseiro.

É... Ela foi bem danadinha! Admiro pessoas que pensam até mesmo na hora em que não é pra pensar, e sim agir. Fugiu do lugar que ela sempre quis estar, grudados em suor, sem dar mais que dois passos da cama, dias a fio... O amor é um lugar estranho mesmo!

Em tempo: Analise comigo! As pessoas que tomam determinadas atitudes, em prol da sua satisfação pessoal, são extremamente individualistas. Pensando bem, ela era assim mesmo, do tipo de pessoa que se estiver dentro de um elevador lotado, e surgir uma sutil vontade de peidar, ela peida e dane-se o nariz dos outros! O importante é a realização pessoal que aquele peido proporcionou no momento da sua evacuação.

Taí uma sensação que não preciso entrar em detalhes (todo mundo sabe que é bom).

Sim, é bom fazer o que vem à mente, sem clichês, sem rótulos, sem se importar com o olhar desviado das pessoas, tipo: “foda-se, eu não to dando à mínima!”.

O “foda-se” é uma expressão libertária. Deve ser saudável proclamar o “foda-se” para as coisas que te irritam, muito embora ela não tenha mandado eu me foder, mas eu me encontro aqui, nessa situação indecorosa e sem rumo, me fodendo sem precisar mandar!

É... Ela correu pro abraço! De outros braços talvez, ou simplesmente se transformou em uma turista acidental da vida liberta, sem apegos, sem prestação de contas e sem agrados.

Foi pra vida e se jogou de corpo, alma e rasteirinha...

E me pego pensando no que ela fez sabendo que eu deveria pensar no que eu vou fazer. E sabe o que eu vou fazer?

Eu vou me inspirar em alguma coisa benéfica pra mim! Ela me deu um “pedala Robinho”, mas eu vou me presentear com um “pra pista garoto”! Vou cair na vida, vou conhecer pessoas, trocar intelectos, adquirir conteúdo extra e aprender com tudo isso.

A minha inquietude contribui pra alguma coisa. A minha inquietude faz o mundo girar!

Mas antes de mais nada, vou jogar pela janela esse frasco de “poção enfeitiçada” e vender os “scarpins” dessa desalmada!

Bora pro brechó!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Cupido desempregado


Meu cupido vivia bêbado pelos cantos das paredes, chutando lata na rua e lutando contra a temível força da gravidade. Cupido não pode beber senão a flecha vai desordenada: ou acerta a bunda daquela mina gata que você estava olhando ou acerta o coração daquela catreva* que estava olhando pra você.

Má pontaria é excesso de cachaça! Vamos fundar uma ONG para cupidos alcoólatras. Antietanol neles!!!

Em tempo: Catreva = Mulher horrenda, nascida do avesso ou da mente do Zé do Caixão. Um autêntico mapa do inferno, xerocado, rascunhado e borrado.

Bom, pior que cupido bêbado é cupido burro, porque pra burrice não existe “Engov”. Uma vez escolhido o alvo, resta esperar o desenrolar de mais um conto de fadas sem final feliz, afinal de contas, pouquíssimas pessoas casam com a pessoa que gostariam de casar, isso é tão raro quanto trabalhar no que gosta e ainda ganhar bem por isso!

E se na mega sena, as chances de gritar na lotérica são de 1 em 55 milhões, as chances de se dar bem em um relacionamento são de 1 em, em, em (deixa ver) 1 milhão?

Você está encurralado meu amigo: ou conta com a sorte ou demite os serviços desse cúpido que usa um dedal como boné pela burrice usufruída.

Cupido? Trabalhe direito ou te mando pra Grécia Antiga de novo!

Dizem que existem em nós, as sombras das personalidades pelas quais nos apegamos com mais facilidade, mas isso é tão complicado... Não existe nenhum artefato tecnológico que identifique essas sombras, vai no escuro mesmo?

Acertar sombra no escuro? Nem o super homem com sua visão de raio x, ou o homem morcego com seu batcinto conseguiriam tal façanha.

Retomando o tema, acho que os cupidos erram o alvo porque misturam equivocadamente o profissionalismo com a diversão e acabam por se apaixonarem antes. Mundinho liberal dá nisso. Esse mundo é uma verdadeira casa da Mãe Joana, com “open bar” para cupidos!

Vou mudar o foco!

Vou contratar um sapo boi, um ornitorrinco, um gambá ou até mesmo o Charlie Harper. Chega de anjinhos fofinhos com asinhas emplumadas e arco e flecha!

Por que meu cupido não tem um míssel tomahawk na mão e uma tatuagem antiterrorismo desenhada no braço?

Vou optar por algo terrestre, sem asas, assim volto aos métodos convencionais... E sem flechas também.

Impeachment já pra você, seu anãozinho branco voador!