Crônicas

terça-feira, 30 de abril de 2013

Mulheres que te fazem pensar são geniais



Dentro do homem sensível, existe um lado pouco explorado devido à falta de um tipo de exercício em praticá-lo.


O exercício se chama perspicácia, e o lado “adormecido” eu pretendo descrevê-lo em parábolas (uma vez em que estamos tratando de genialidade).

A perspicácia não vem com a primeira conquista. Não vem com a primeira promoção no emprego, nem tampouco com os diplomas que você arrecadará ao longo da sua vida. Ela vem com as projeções, com as topadas, tropeços e por vezes com as tentativas em vão de insistir em algo fadado ao fracasso.

Catequese mode on!

O que estas topadas nos ofertam? Inteligência. Intelectualidade. Sabedoria.

A inteligência vem com o aprendizado dessas experiências infelizes. Se pegamos gosto pela inteligência, o próximo passo é a intelectualidade... O jogo começa a ter sabor e aromas de sucesso, daí partimos para a sabedoria e a perspicácia.

Enfim...

Despertar este lado num homem sensível é adquirir sem financiamento a tão sonhada casa própria, tipo o “paraíso te espera”, guardadas as devidas imperfeições e ajustes.

Sim, ajustes!

No dicionário do homem sensível as imperfeições são automatizáveis, isto porque a sensibilidade aguça a inteligência e se o desafio proposto vale a pena, ele se adapta, se ajusta e se adequa sem perder sua identidade e os seus propósitos.

Nada atrapalha a impetuosidade de um homem inteligente. Vai por mim!

E como despertar este lado hibernado?

Simples, não seja mais uma dentro desse zoológico humano.

Medimos o valor de uma mulher pelo que premedita as suas atitudes e ficamos atiçados tentando tatear o que vem antes dessas ações. As mulheres que te fazem pensar são assim; geniais.

Usam sua sensualidade com elegância e imponência.

Sabem – majestosamente – ocultar ou expor suas intenções sutilmente, sem precisar fazer pole dance no lustre.

Não sabotam sua insegurança porque sabem que esporadicamente ela é necessária para manter a emoção.

O discernimento é o segredo da conquista e elas sabem dosar isso como ninguém na relação. Quando você acha que tem tudo, ela vem e te deixa com quase nada (só para ter o sabor delicioso do recomeço).

Não apelam para o populismo que cega o macho (nada de decotes, maquiagem de perua, nano saias ou ponta dos dedos nos lábios) Elas sabem que o macho é burro, previsível e que baba por uma futilidade. Por isso elas preferem o homem sensível.

São moderadamente imprevisíveis; Quando temos a certeza de que pode acontecer de tudo, ela vem com a incerteza que pode acontecer quase tudo, ou quase nada.

Sóbrias. Desequilibradas. Decididas. Sensatas. Mimadas. Irresistivelmente sedutoras... Em resumo: Possuem uma espontânea vocação para hipnotizar o homem sensível. Lembre-se que o macho é míope!

Estes são os parâmetros afrodisíacos dos homens (sensíveis) que descobriram que a caixa cerebral é arredondada justamente para as ideias circularem com mais, digamos, perspicácia?!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

DR com RSVP


Quer despistar uma DR?


Faça uma festa!

Planeje o espaço. Se for em seu apto – o que é altamente recomendado – verifique o número de convidados, calcule a quantidade de alimentos e bebidas, contrate um DJ (se a grana estiver sobrando) e solte-se para esta noite tão especial entre amigos.

Nada de criar “Save The Date” nas Redes Sociais ou até mesmo montar grupinhos dentro do Facebook. Locais públicos onde o tráfego de penetras é inevitável irão te gerar gastos extras no final da festa.

Preparativos organizados?

Ludibrie a DR com um método infalível, escuso e irresistível para a humanidade: Faça-a se sentir exclusiva!

Convide-a primeiro do que todas as outras pessoas; faça ela se sentir única, especial, fodástica e elimine qualquer possibilidade de indecisão dela perante este grande acontecimento: Faça-a confirmar presença via RSVP!

Estava esquecendo o mais importante: Convide-a dois dias antes do acontecimento e – de preferência – informe o apartamento errado.

Viu maldade no meu comportamento?

Eu explico!

Você sabia que de 100% das pessoas que organizam festas fechadas, open house e eventos mais intimistas, 70% informam o endereço errado para desagregadores a fim de evitar indigestões antes mesmo do fim da festa? Os outros 30% são noivos, casados e alguns amantes possessivos.

Despistando a DR você engana – por tabela – os amigos que se convidam junto com ela: “o certo e o errado”, os ecos intermináveis, as gritarias desordenadas, as reprises, a competição, as desgastantes retratações...

Festa é sinônimo de alegria, promoção do bem estar, sorrisos sem economia, beijos e toques simpáticos. Não combina com a CPI patrocinada habilmente pela DR.

O som rola com embalo. A bebida desce sem pressa. As intenções afloram sorrateiramente. Os finger foods não esfriam.

A festa flui!

Agora que chegou a festa, faça o que você ama fazer: Seduzi-la!

- Vista a roupa que faz a imaginação dela voar.

- Ligue o som com aquele repertório extasiante escolhido a dedo para agradá-la.

- Duas taças. Prosseco esperando a convocação.

- Aprecie cada palavra/movimento/articulação dela.

- Desrespeite a cota de olhares.

- Reticências e mais reticências.

Reparou que o SR é bem mais saboroso que uma DR?

Motivo?

Não se arrecada lamentações quando se sente uma relação.

Simples assim!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Os melhores de ontem


A notoriedade é um prazer pautado pelo imediatismo. Salvo raríssimos exemplos; ninguém é fodástico para os outros e fodástico para sí mesmo durante muito tempo.


Amanhã seremos apenas os melhores de ontem.

Os elogios nunca se equivalem ao esforço contínuo e exagerado das nossas ações. Tudo se dissipa!

Me diga uma coisa:

Quem faturou mais estatuetas no Oscar de 2004?

Quem ganhou o Pulitzer de 2005?

Quem se consagrou com o Nobel em 2009?

People Choice Awards. Grammy. Bola de Ouro FIFA...

Não se trata de desmerecimento com o merecimento alheio, a ótica que busco vai além...

Os aplausos cessam em segundos. Os troféus serão encobertos de pó em um cárcere silencioso na prateleira...

Teus relatórios e planilhas serão reciclados para papéis que também serão preenchidos por novos substitutos.

Tuas noites serão agraciadas pela insônia e não farão jus as tuas preocupações que futuramente lhe trarão prejuízos irreversíveis para a sua saúde...

Você reporta durante um período justo e delega durante um outro período justo da sua vida, mas vem cá: Quanto tempo faz que você deixou de ser justo consigo mesmo?

Lembre-se: preocupações fazem parte do workflow anual de qualquer empresa, mas você é o único responsável pelo follow up do seu bem estar!

Nosso micro organismo - mesmo com tantas forças imunológicas - é inútil diante de tanta pressão, cobranças e responsabilidades.

Sucumbimos!

Pior que uma engrenagem de um boneco autômato, entramos em pane, mas não uma pane elétrica, e sim emocional, a pior ruptura de todas!

A ruptura elétrica do autômato trocamos os fios e dispositivos. A ruptura física, desligamos do mundo e relaxamos... Mas e a ruptura emocional?

Simples; descontamos nas pessoas que amamos e que sentimos mais apreço.

Ser alguém é importantíssimo, mas lembre-se que o principal credenciamento é cuidar de sí mesmo e ser especial na vida de alguém...

Talvez você nem veja o quanto estará fazendo bem, mas isso não importa, aprenda com a máxima de que a construção de um legado possui mais atitudes intangíveis do que palpáveis e assim você será melhor por toda uma eternidade!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amor em braile



Injetamos dentro de nós uma filosofia pessimista e errônea em torno do que se sente quando se ama, ou, melhor dizendo, de como se sente quando se ama... O medo surge como um playback ecoando nos cantos arredondados do nosso cérebro.


Medo de ficar só. Medo de fracassar. Medo dos finais de semana. Medo de viver uma vida dissoluta saindo à caça todas as noites. Medo da inteligência de ir e vir. Medo da burrice de ficar e partir...

Carregamos com nós um arquivo sem anuência de receios, angústias e incertezas; Uma espécie de certidão negativa a cerca das possibilidades em se desajustar.

O amor é puro desajuste!

Quer se matricular nessa escola? Reserve na sua mente um espaço para as contradições, oscilações, mudanças radicais de temperamento e seja – invariavelmente – burro.

Burro?

Basta imaginar o óbvio: Se sabedoria tem tudo a ver com experiência e esperteza tem tudo a ver com manipulação, como você pretende invocar suas experiências passadas se o amor é pura inovação? Como você almeja ser esperto e manipular algo intangível?

Arriscar no “diferente” não significa ser inconsequente. Fomos eleitos por um rol interplanetário de casualidades, afinidades, objetivos em comum e sinais.

É disso que estou falando: Sinais.

Simples assim!

O desafio maior entre homens e mulheres em um relacionamento não está no desnivelamento emocional ou amoroso; não está na sua vontade de ficar deitado num dia gélido de inverno e na vontade dela em passar este dia andando de bike.

Não está na negação de um beijo quando o momento é pra curtir somente a companhia, sem apegos simpáticos e demonstrações em público...

O desafio, as complicações e as ruínas estão concentrados no hábito primitivo do julgamento precipitado. Na maneira sórdida e inconsciente que adotamos para imaginar coisas. O nocivo “achismo”.

Sentir e ouvir são bem mais vantajosos que adivinhar, é tão mais leve.

Adote novos formatos em sua vida e viva sem antecipar dissabores ou adivinhações sem sucesso.

Interpretar os sinais é a forma mais salubre de preservar a harmonia e a vontade de querer estar junto... A saudade agradece!

Repense em seus conceitos e adote este preceito:

Amor em braile: Feche os olhos, respire fundo, conte até dez. Toque-o, sinta-o pulsar (bem melhor que hipotetizar)... Sorria a cada descoberta... Compartilhe!

Não tenha medo!

Afinal de contas, se amar é se desajustar, qual é o medo de amar cegamente?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Versões inversas

Temos um medo absorto e carnívoro sobre mentiras quando na verdade não existe uma verdade, existe "umas versões".


Descomplica quem não complica!




terça-feira, 16 de abril de 2013

A falta que nos falta

Nos falta entendimento, mas nem por isso somos estúpidos.



Nos falta altruísmo, mas nem por isso somos egoístas.

Nos falta fragilidade, mas nem por isso somos orgulhosos.

Nos falta fé - ás vezes - mas nem por isso somos incrédulos.

Nos falta vontade, mas nem por isso deixamos de amar.

De certo, nos falta muito aprendizado, mas nem por isso somos imperfeitos, somos apenas incompletos.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sente-se. Tome um café comigo!




Você anda apressado demais em seus passos, aconteceu alguma coisa fora do contexto prescrito pelo seu diretor?

Sente-se aqui comigo. Tome um café!

Deixando nossas dicotomias de lado, admiro o seu trabalho: Analisa e monitora todas as vidas e depois – sem amabilidade – entrega o relatório para a inevitável mensuração de resultados.

Aí está: Resultados.

Antes de se chegar a qualquer resultado, precisamos gerar conteúdo, ações, atitudes, reações, dizeres, fazeres, afazeres... Enfim...

Diante desses lotes inesgotáveis de obrigações, a responsabilidade para comigo se expõe vestida de medo:

Passo ou repasso?

Ainda tenho você para dividir madrugadas adentro repletas de gargalhadas com a pessoa eleita?

Você se emprestaria a mim por mais alguns anos ou meses só para eu me perdoar e compreender que a vida culposa é uma vida sombria?

Posso abusar de você quando estou acompanhado das pessoas que exaltam o melhor que tenho dentro de mim? Sinceramente, a teoria da relatividade não combina com você!

Posso me utilizar de você nos momentos em que tudo que tenho a fazer é simplesmente nada?

Ainda tenho você para mais umas alongadas na grama de um parque em um epitáfio de domingo?

Me ajuda a arquivar na gaveta do passado os moldes ensaiados que permearam minha vida? Você tem um cadeado pra me emprestar? Perdi a chave desta gaveta!

Preciso de você para mostrar para mim mesmo que eu tenho competência em descobrir novos formatos pra me fazer sorrir e me redescobrir, me ajuda nessa?

Me responda uma pergunta? Como faço pra daqui uns 20 anos me olhar no espelho sem lançar ofensas a ele?

Assim como você, eu também me monitoro; corro, treino, tento ir a lugares próximos sem o uso pernicioso das nossas invenções humanas motorizadas e ainda evito as biritas do fim de semana para não repor tudo que perdi durante a semana... Acho que estou procrastinando tais impropérios diante do espelho, que bom!

Ao menos não te acuso justificando que faltou você para algumas decisões ou mudanças de atitude... Já imaginou se você tivesse que aguentar todo o peso das lamentações nas costas? No mínimo uma hérnia de disco jazeria em sua lombar com uma adorável escoliose.

Aprendizados, intersecções, dualidades, erraticidades, punições, cobranças...

Esse “planeta escola” em que habitamos é realmente fascinante. Obrigado tempo, agora que sei que ainda tenho você, posso encontrar o meu caminho por meio de uma pessoa que eu procurei a vida inteira: Eu mesmo!

Obrigado tempo, pelo nosso café.