Crônicas

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A diferença está na despedida


Permitir e encontrar alguém que lhe permita a sua permissão é dar mais uma chance a esperança.

A esperança confia no improviso; para ela, é possível um último sorriso antes da meia noite e resgatar o contentamento que passou o dia inteiro brincando de “esconde esconde” com a sua expectativa.

Mundo real ou mundo ideal? Nenhum dos dois! A esperança não cria expectativas, ela desenvolve oportunidades e se oportuniza da casualidade, nunca da causalidade.

Analise o esforço do vendedor de sorvete na praia em pleno dia nublado. Analise o maratonista vencendo seus desafios com outros tantos melhores que ele. Analise a dedicação das formigas levando dias para construir o seu formigueiro e uma bola mal chutada por um pai com seu filho desmoronando todo um trabalho? E o comerciante em janeiro, vivendo de trocas e mais trocas?

Eu me identifico com isso. Aposto no incerto. Não desisto no primeiro não porque o primeiro não sempre vem acompanhado do desconhecido e do receio. Eu dou uma chance à insistência porque existe uma parceria de confiança entre nós, posso insistir no refrão errado, mas um dia acertarei na melodia.

Muitos desistem fácil da esperança por falta de conhecimento ou por excesso de julgamento. Pergunte a ela o motivo do atraso e ela lhe dirá sem pestanejar. “Existe um respeito hierárquico a ser seguido e às vezes o chefe lá de cima me pede pra ficar até mais tarde em outro atendimento.”

Atraso tem tudo a ver com espera, ou você tenta enganar as regras do jogo e fazer o contrário?

Portanto, espere, aguarde, permaneça alí, do lado da guarita a espera da sua oportunidade, mas jamais confunda paciência com conformismo, adote as táticas da esperança: não crie expectativas, desenvolva oportunidades.

Jamais diga adeus à esperança, diga no máximo um “até amanhã” e de preferência beije o dorso da sua mão sintetizando aquele amor ingênuo dos tempos de adolescente.