Crônicas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O diabo veste orgulho


Subi no tamanco pra ver daqui de cima o orgulho obscuro das pessoas. Percebo realmente que o orgulho se apodera, possui e corrompe a alma. Ao contrário das antigas possessões no tempo da inquisição, aqui o orgulho sorri debochadamente da humildade. Não existe exorcismo para o orgulho!

A vaidade ampara o orgulho e a máscara complementa a farsa. Difícil escapar ileso dos orgulhosos e do seu “anta”gonismo.

Já notaram que o orgulho não implica plataforma hierárquica? Muito pelo contrário, tanta gente babaca perambulando pelas ruas sem ter merda nenhuma na vida e, de qualquer forma, se preenche de orgulho.

Falta de conteúdo? Complexo de inferioridade? Ou simplesmente confundindo-se com seu amor próprio?

Curiosamente já perdi a ilusão da perfeição há algum tempo. O orgulho contamina e destitui nossa dignidade. Dá um dissabor danado ver tanta gente medíocre sendo ostentada pela arrogância e pela prepotência de se achar demais, e se esquecem que o exagero também desgasta: tudo o que é demais sobra, tudo o que sobra é resto e tudo o que é resto vai pra uma lata de lixo chamada ganância.

Entretanto, diante desse roteiro demasiadamente vazio, o que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta e inconfundível: a verdade chega a nós como um sentido indecifrável das coisas que gravitam a nossa volta. E na velhice ou no ápice da sabedoria encontramos a fictícia perfeição.

Não existe exorcismo para o orgulho da soberba, porém nada detém a força gravitacional: tudo que sobe tende a descer!

Haverá um dia nessa floresta de aço e concreto em que os “narizinhos empinadinhos” se defrontarão com a conformidade? Será que a máscara da ilusão de que as aparências do mundo físico cairão dos rostos desses cultivadores da adulteração?

Sei lá... Os holofotes da vaidade são mais envolventes e sedutores do que o véu transparente e lúcido da humildade.

E já que esse sentimento imbecil só serve para petrificar o coração e secar o choro, eis que levanto uma campanha nesse pequeno espaço “midiático social” chamado brevemente de blog:

Campanha “metidus chorandus”:

Deixe o seu antropocentrismo de lado, assuma o seu lado choramingão. Participe você também da campanha: faça um metido chorar!

Brincadeiras à parte, como se fosse um torcedor fanático soprando sua vuvuzela dentro do Soccer City, sopro pro ar um pensamento para vocês digerirem:

Para descobrir o amor e conjugar o verbo amar sobre alguma coisa, basta descobrir (também) que podemos perder essa alguma coisa!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um trono solitário


“Do pouco que recordo da minha infância, lembro que debochava copiosamente as minhas primas que amavam platonicamente um grupo chamado Menudo. Me impressionava ver a emoção delas simplesmente ao vê-los rebolando na televisão... Tirava sarro e pensava comigo mesmo: “Que ridículo chorar por causa de um ídolo”.

A mudança de comportamento chegou ao completar oito páginas de vida. Quando fui apresentado a você em uma viagem de pescaria rumo à Cananéia, ouvindo uma canção melódica que saía do toca fitas do Landau do meu pai... Embora não gostasse de música lenta (ainda), fiquei atento ao som da sua voz, a tonalidade, a melodia da canção e a forma como você cantava.

Já era orgulhoso com oito anos! Me contive em perguntar ao meu pai quem era você, continuei ouvindo a canção e em seguida vi que ele estava emocionado, e me disse: “esse menino canta com o coração”.

No decorrer do final de semana, ouvi incansavelmente a sua música e afoito, queria saber o que você cantava nela, pois uma canção tão harmoniosa como aquela, provavelmente era composta por uma letra a altura de tanta graciosidade.

Os dias se passaram em casa e, após o colégio, sempre cruzava minhas pernas em frente ao aparelho de som da Sharp que ficava na estante da sala e passava um bom tempo ouvindo essa canção. Até o dia em que minha mãe entregou o “jogo”, dizendo: “Filho, você precisa conhecer as outras músicas do Michael Jackson”.

Era a descoberta que faltava, na outra semana, já tinha o Vinil do Thriller na minha singela coleção de discos.

O tempo passou e com uns 12 anos, já tinha todos os seus “bolachões”. Hoje, beirando os 36 anos, me deparo com uma ausência sentida, com uma saudade jamais esquecida e com um prazer inesgotável ao ouvir suas canções quase todo final de semana.

E nesse mesmo “hoje”, quando me dizem que sou um “oitentista” juramentado, eu simplesmente não me importo, meus tímpanos sentem orgulho por você ter surgido no momento exato da minha formação como “criança/adolescente” e na existência da minha personalidade musical.

Graças a sua genialidade musical e artística, eu aprendi a entender como nasce uma música, como é feita uma melodia e como é possível estremecer um coração com uma simples canção!

Como sou grato por ter dançado seus maiores sucessos: “Off The Wall”, “Rock With You”, “Don´t Stop Till You Get Enough”, “Billie Jean”, “Remember The Time”... Sem contar as festinhas de Halloween, sempre ao som de “Thriller”... Bem que eu tentava imitar seus passos, mas era em vão! Você nasceu com esse dom, inigualável e... Eu diria “incopiável”!

É... Você elevou o vídeo clipe ao status de obra de arte, sensibilizou bilhões de fãs com seu humanismo em ações beneficentes, revolucionou a música em épocas de pura segregação e transformou a dança em algo mágico, sobrenatural...

Onipresente a sua obra, bem como a sua presença imaterial aqui, nessa carta que te escrevo...

Áh? Eu já ia me esquecendo sobre a canção que falei no início do texto. A primeira vez que você esteve em minha vida, por sinal, essa frase, coincidente ou não, tem tudo a ver com a música. “One Day In Your Life” hoje me traz duas pessoas em minhas lembranças em preto e branco: Você e o meu pai, ambos longe da minha visão, mas dentro de um lugar muito especial em meu coração.

Como queria escrever essa canção para o meu pai!

Não precisamos desatar todos os nós das nossas vidas não é mesmo? Justamente para manter a memória viva dentro de cada um de nós! Te julgo imortal em minhas lembranças!

Assim como Elvis, você sabiamente não deixou herdeiro (tamanho foi o seu talento). O mundo do pop permanecerá assim: um pesar imensurável, um trono sem dono e uma saudade doída e infinita.”

Ass.: Um fã qualquer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nos anais da Vuvuzela


“Uma vuvuzela vuvuzela muita gente, duas vuvuzelas vuvuzelam muito mais”... Imaginem 80 mil delas dentro de um estádio de futebol?

Assim ela criou fama, status e um certo poder supremo. As vuvuzelas (corneta dos tempos modernos) vêm ganhando notoriedade na Copa da África... Fazendo mais sucesso que muito jogador por aí.

A equipe científica do “Ideias no Almaço” cavucou e desenterrou a origem dessa porrinha barulhenta chamada jocosamente de vuvuzela.

Por dentro dos anais da vuvuzela:

A briga é boa quando se pergunta quem usou a vuvuzela primeiro. Alguns registros informam que as tribos ancestrais da África usavam a vuvuzela para atrair os espíritos e invocar reuniões, em outras regiões usa-se vela preta, cachaça e patuás.

Tomé de Sousa, o primeiro português inteligente a tentar colonizar nossos “peles vermelhas”. Foi também o responsável por criar o primeiro colégio do Brasil, juntamente com seus amiguinhos jesuítas. Aí você me pergunta: “O que isso tem a ver com a vuvuzela?” Oras pois, como vocês imaginam o aviso para o intervalo do recreio daquela época?

Outra controvérsia histórica sobre a patente da vuvuzela: O cantor Sérgio Reis afirma que ele foi o primeiro ser pensante a utilizar a vuvuzela. Sérgio Reis usa a corneta até hoje para agrupar seus gados, bois e vacas em seu rebanho lá no Pantanal. Já pensou se a moda pega na cidade grande? As funkeiras certamente mudariam seus pseudônimos.

Enquanto não se obtém informações concretas sobre a origem ou o cidadão que inventou a vuvuzela, ela continua sendo usada e muito “beeeem” antes da Copa. Isso você não imaginava hein?

Virando as páginas mofadas da história, vemos a vuvuzela sendo tocada em várias culturas e em várias épocas diferentes:

Em casamentos – Usada bem na entrada dos noivos (sempre tem um imbecil metido a palhaço que quer aparecer mais que o bolo) e mais que os noivos também.

Em asilos – Usado geralmente nos centenários dos velhinhos (???). Como a audição já não funciona mais nem com os aparelhos auditivos vendidos na Polishop, o jeito é apelar para o som demoníaco das vuvuzelas. Língua de sogra? Que nada! Vuvuzela e muita cornetada na velharada... Foi daí que surgiu o comercial que tem uma troupe de velhinhos com uma certa marca de cerveja.

Em festivais de música eletrônica – Dos asilos para as Raves. Os DJs e produtores incorporaram o som eletrizante das vuvuzelas em seus remixes. Veja o resultado cientificamente comprovado: quando existe a perda de um dos sentidos (nesse caso a audição) o corpo humano reage “roubando” as funções de outro sentido (nesse caso o paladar), provocando sede em quem tá no “rebolation”... Por isso existe um consumo abundante de água mineral nesses festivais.

Entre vizinhos malas – Na necessidade de se vingar do cachorro chato, alguns vizinhos adquiriram uma vuvuzela só para provarem que também são bons em fazer barulho. Viu? Eu sou mais pentelho que você. Bobão!

Agora sim, a vuvuzela chegou à Copa do Mundo de 2010 na África. Preciso falar dela e dos seus efeitos dentro dos estádios? Acho que não!

Mas vou terminar esse texto com uma charada para vocês pensarem:

Resolvam a equação:

Haviam 4 casais de vuvuzelas nas vuvuzeleiras. Desses 4 casais de vuvuzelas, 2 casais de vuvuzelas vuvuzelaram e deram uma cria de filhotes de 8 vuvuzeleirinhos... Desses 8 vuvuzeleirinhos, 4 eram de pais vuvuzeleiros trocados e outros 2 vuvuzeleirinhos morreram ao cair das vuvuzeleiras... Quantos sobrinhos de vuvuzeleirinhos existem?

Quem desvuvuzelar esse mistério, bom desvuvuzelador será!

FÓÓÓNNNN!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Parou por quê? Por que parou?


A paixão pela seleção brasileira é uma das raras unanimidades nacionais. Todas as indiferenças e divergências são colocadas na reserva, tudo é provisoriamente esquecido, até passar os dias de sobrevivência da seleção na Copa do Mundo...

E se as diferenças são colocadas na reserva, a titularidade pertence ao “calor humano”! A vontade de festejar e farrear sem critério aparente: engarrafamentos monstruosos, filas nos bares e o caos metropolitano: a pressa pra chegar a alguma plasma ou telão só pra ver a “ilustre e fabulosa” seleção brasileira...

Nosso intervalo não possui 90 minutos!

O Brasil pára e para também a vida habitual! Você sai mais cedo do escritório, por outro lado pega mais trânsito; você deixa de trabalhar metade do dia e por outro lado, trabalha dobrado no dia seguinte, enfim, o seu entusiasmo se une a outros milhões de entusiastas em uma capacidade de mobilização impressionante. É de se espantar!

Porém (muito porém), analisemos o saldo bem antes da ressaca atingir o seu fígado:

Os apelos midiáticos do futebol só funcionam pra quem tá lá nas quatro linhas, jogando um futebol bisonho, destoado e pragmático. Claramente falando, são 190 milhões de patriotas sacrificando-se por 22 xenófilos e um comandante erroneamente chamado de Dunga... Não seria melhor “teimoso”?

Pensando melhor, depois desse desabafo, o que está em jogo não é a vitória e a soma de mais um caneco pra CBF. O povo brasileiro gosta mesmo é de arrumar justificativas pra aproveitar mais um pouco do muito que temos para descansar, repousar e vagabundear durante o ano todo, que por sinal, nunca é o suficiente. Transformamos nosso calendário de 12 meses em 09 meses de trabalho (contabilizando férias, feriados, pontes... etcétera e tal).

A Copa do Mundo altera drasticamente o nosso comportamento: muda a rotina das empresas, o comércio muda seu horário de atendimento, bancos, lotéricas, papelarias fecham mais cedo... As escolas dispensam seus alunos bem antes do horário, enfim, parece mais uma retaliação do PCC do que um jogo de 90 minutos.

Ócios de uma mente que não está muito interessada em pensar, mas depois queremos repensar sobre a nossa posição no ranque de país produtivo perante o mundo... Um pouco irônico, eu diria!

Enquanto a BOVESPA tem metade do volume médio em dia de jogo do Brasil, o comércio paralelo fatura horrores com a vuvuzela (a corneta dos anos modernos), cobrando R$7 reais por cada corneta sendo que poderia ser vendida por R$0,99 centavos. Em dia de jogo, alguns espertinhos jogam com o nosso dinheiro, bom, otário quem compra, esperto quem vende!

Será que votamos mal também por conta de toda essa euforia? Não acho que seja por isso, mas indiretamente isso interfere sim, e sabem o por quê?

Porque no Brasil, caiu uma panela na cozinha o brasileiro já começa a sambar achando que é carnaval!

Quer um exemplo fresquinho?

Brasil e Coréia do Norte. Vuvuzelas, rojões, lança confete, reco reco, enfim, adereços multifuncionais agregam-se aos sons dos ônibus, buzinas, helicópteros, aviões e gritos histéricos. A poluição sonora em seu ápice ensurdecedor!

Antes de mais nada, sou a favor sim de farra, de baderna, de beijo na boca, de encher a lata, mas acho que exagerar não me traz benefício algum.

Outro exemplo fresquinho?

O mesmo jogo entre Brasil e Coréia do Norte. Salvador bombou, Belo Horizonte parou, São Paulo congestionou e o Pelourinho batucou... Opa, peralá, não era essa mesma massa que criticou a seleção? Que não se motivou com a escalação?

O Brasil ganhou “suadamente” por 2X1 da 32ª seleção dessa Copa, ou seja, a pior seleção da Copa... O que ganhamos? De quem ganhamos? Valeu lotar o Anhangabaú?

Parecemos um papagaio domesticado que de tanto ouvir uma música, acaba cantarolando e dançando sem critério justo e racional... Mas, cá entre nós, ainda não temos motivos para dançar, muito menos cantar. Aliás, com esse futebol, estamos mais próximos de dançar o rebolation do que de soltar a voz...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Divórcio entre o Amor e a Economia


Alguns psicólogos acreditam que seja possível alterar o perfil de um pão duro, desde que ele sinta a necessidade dessa mudança... Oras, isso não se encaixa a qualquer padrão de pessoa? Quem disse que querer não é poder? Ex mentiroso, ex galinha, ex viciado, ex bonzinho... Basta fazer figa e mentalizar.

Esse conceito óbvio de que “tudo é possível basta querer” só não se encaixa devidamente no quesito “ex namorados”, de resto, até ex político e ex prostituta é possível...

E por falar em namorados, algo vem acontecendo de 2009 pra cá. Você sabia que nesse 12 de junho de 2010, cerca de 60% dos apaixonados receberão presentes mais caros? A informação é do site do Terra, pesquisada pelo Instituto Data Popular.

Ou seja, o amor pediu divórcio para a economia e chutou pra bem longe os muquiranas? Pode ser desde que a sua namorada não seja faxineira de motel ou o seu namorado não seja operador de caixa do Compre Bem, é cabível sim.

Esse assunto é uma rua de mão dupla. Resta saber se os sovinas, muchibas e mãos de vaca estão repensando melhor na manutenção dos seus relacionamentos ou os “apaixonados economistas” estão noivando com a solidão?

Pensando bem, a solidão também cobra um preço alto: baladas, bares, cinemas, shows... Ou você pretende completar bodas de diamante com a Sra Solidão? Acho que os chauvinistas de plantão não se preocupam com o futuro, desde que no futuro, eles não precisem botar a mão no bolso.

Entretanto, abrirei um “parênteses” em meio as minhas acusações sobre os pães duros:

Embora o termo gramatical “pão duro” não possua variável em seu gênero, cabe aqui cutucar (só um pouquinho) a mulherada também. Pasmem, como tem mulher mão de vaca por aí...

Geralmente as mais bonitas e graciosas são as que possuem um nível mais alto de “pão durisse” no caráter, devido a um modismo do século passado que proclamava a beleza como algo a ser reverenciado e idolatrado. Mulher bonita acha que não precisa fazer nada, bah!

Sei que vou encontrar alguma leitora predestinada a me contrariar, mas contra fatos não há argumentos: Homem pão duro, mulher pão dura! Ou teremos que reestruturar a ortografia novamente? Vai por mim, não vai pegar bem você chamar uma mulher de “ciabata dura” ou “baguete dura”...

Retomando o assunto, essa notícia de certa forma me agrada. É bom ver que os casais estão abrindo não só o coração, mas a mão também em prol de um sorriso mais extenso ou até mesmo aquela “coisinha” que você sempre quis e ela nunca deu... PE-RA-LÁ: pode ser um vídeo game, pode ser a aquisição de um labrador no apto de vocês, pode ser até aquela cinta liga que ela se recusa a usar por ter alergia às rendinhas...

Infelizmente, existe uma notícia não tão agradável nessa pesquisa. Na cidade de São Paulo, o gasto médio entre os comprometidos deverá ser de, aproximadamente, R$59 reais com presentes...

O queeee?

R$59,00 reais? Ah vá? Tá falando sério mesmo? R$59,00 reais?

Por favor, deletem tudo que vocês leram a respeito desse tal “divórcio entre amor e economia”, eles acabaram de reatar!

Tio Patinhas não morreu!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Germinação de Ideias Futebol Clube (GIFC)

Após a “criativa” frase do nosso presidente Lula dizendo: “Comigo ninguém dá e todo mundo desce.” (Mostrando uma elegância pra inglês nenhum botar defeito). A equipe do Ideias no Almaço propôs “investigar” as pílulas irritantes e criativas do nosso cotidiano, bem como as situações mais controversas que somos subordinados a enfrentar no dia a dia...

Vamos à super liquidação das situações que cansam a nossa beleza? Afinal de contas, se cansam a nossa beleza, “não faz bem para o moral”!

Começando pelas terminologias antagônicas que existem em nosso comércio ou em alguma prestação de serviço.

- Caixa rápido, máximo 10 volumes: A não ser você, eu nunca parei pra contar a cestinha do camarada da frente, ou de trás. Também nunca vi nenhum SCVC (Supervisor de Contagem de Volumes de Caixa) dentro dos supermercados. Taí uma profissão a ser inventada!

- Caixa rápido, somente idoso: Se multiplicarmos o número de idosos que vão ao banco pelo número de Office boys ou de lojistas, alguma coisa está errada. Diz pra mim: O caixa rápido não seria mais rápido se fosse um caixa rápido para Office boys e lojistas?

- Lava Rápido: Quer ficar de mau humor? Vá a um lava rápido à tarde num sábado de sol. Por que todo frentista trabalha em “stop motion”? Qual é o conceito de “velocidade” para um frentista? Resposta técnica abaixo:

Nos conceitos da física, a velocidade instantânea é definida como o limite da relação entre o espaço percorrido em um intervalo de tempo, onde este último tende a ser zero...

(Continuação...)

Como as demais grandezas cinemáticas, velocidade depende do referencial adotado, logo, o tempo que um jabuti leva para atravessar a sua sala, multiplicado ao acasalamento de dois bichos preguiça no inverno, é igual ao tempo que um frentista leva para lavar o seu carro. Secar já implica outra fase de estudo: que tal um sistema vetorial ou o quadrado das hipotenusas em slowmotion?

Deu pra notar que tudo que tem como mecanismo de contingência favorável ao seu tempo é desfavorável à sua ação?

Em São Paulo, o significado da palavra “rápido” demora pra acontecer!

Outra coisa, não tão menos desagradável que uma hérnia de disco, são os anúncios publicitários. O Brasil é o epicentro dos publicitários, exemplos sobram por aí: Edir Macedo, Mulher Melancia, Banda Calypso, Faustão, Celso Portiolli ... ... ... ... ...

Desse celeiro “genial”, surgem os notórios “pais de santo da publicidade”, tentando fazer milagre com seus comerciais abusivos e medonhos.

Envergonhe-se:

- Dolly: Uma campanha bizarra, um bonequinho bizarro, uma música bizarra e um texto bizarro. Difícil mesmo é se desvencilhar da força bizarra que ele exerce em nossa memória, de forma bizarra, claro. O Boneco do Dollynho proporciona mais pesadelos que o boneco do Chucky. Vá de retro “dolly´s evil”!!!

- Car System: A começar pelo slogan “sumiu a gente acha”, o comercial do Car System impressiona até a matéria prima da ação, o próprio ladrão! Sinto vergonha pelos outros e sinto vergonha quando vejo uma moto com todos os piscas ligados e a voz do Darth Vadder em tom fúnebre: “Atenção, esse veículo foi roubado e está sendo monitorado...”

- Tekpix: A insistência da inconveniência associada a permanência da impertinência de uma companhia com nome de Rave: A Tecnomania. Da China para o Xing Ling da 25 de março, a Tekpix só falta transmitir os jogos da Copa de tão versátil que ela é! Fique atento ao comercial I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L: Os primeiros 20 milhões que ligarem, vão faturar um incrível desconto, podendo pagar o restante em 100 anos!

- Tigre: Houve um vazamento na agência que fez o comercial da Amanco e a Tigre “chupinhou” a bela criação da concorrente transformando-a em uma verdadeira enchente, ou um grotesco entupimento de privada (como preferir): Danças sem emoção, música sem emoção e letra sem emoção... A Tigre entrou pelo cano dessa vez, e sem emoção!

E o creep show não pára por aqui: Propaganda Eleitoral, Casas Bahia, IBM, Net, Polishop, Vivo... ... ... Quem disse que o pensamento criativo é sempre construtivo? Nossa germinação de ideias passa por um sofrível período de estiagem.

Não seria mais justo jogar todos os comerciais dentro de um só canal? Enquanto sonho com isso, tenho um aliado inseparável: o controle remoto!


Deus abençoe a tecla mute!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

De vassouras a scarpins


A palavra bruxa sempre esteve associada com o mal. Praticada há séculos, a bruxaria ultrapassou a linha do tempo e sobrevive até hoje em nosso imaginário, nas festas de “Halloween” e nas histórias inebriantes do National Geographic Channel.

Dos tempos da inquisição para os tempos da esculhambação tecnológica. A bruxaria modificou seus métodos, aperfeiçoou seus conceitos e preservou magistralmente suas intenções: enfeitiçar, hipnotizar, encantar e nos enganar (???).

Mesmo com os novos e sorrateiros sistemas de atuação, as bruxas modernas deixam rastros da sua divindade maléfica para continuar dentro da nossa sociedade, principalmente na sociedade masculina.

Sua infiltração é sábia e notória, porém previsível e redundante. Veja como é fácil traçar um paradoxo entre a evolução das bruxas ortodoxas das bruxas atuais:

Elas não são mais donas de tabernas, agora atuam e trafegam em qualquer esfera profissional, sendo CEO em uma Multinacional, sendo uma representante da Natura ou vendendo roupa pela internet. A presença de uma bruxa é notada pelas atitudes e não pela competência profissional.

Esqueçam o caldeirão! Hoje você é facilmente hipnotizado através de um convite irresistível para jantar na casa dela (e sem asa de morcego, língua de sapo ou rabo de lagartixa no cardápio).

O enxofre foi substituído por poções fabricadas por grifes de alto padrão como: Carolina Herrera, Calvin Klein, Dolce & Gabanna... Até o gato preto foi trocado por cachorrinhos de raça, cheios de frescurices e paparicos. No entanto, fique atento! Nem todas as bruxas possuem cachorros, gatos, ou pássaros... Ás vezes elas não possuem nada, nem coração e nem alma!

O chapéu pontudo foi abandonado e os cabelos viraram cortes da moda, com franja longa, fios repicados e desfiados em todo o contorno, cacheados ou corte chanel reto.

Os empoeirados vestidos pretos viraram pano de chão e em seu lugar entram em cena as roupas da moda, da estação ou do estilo próprio que cada bruxa possui. Os sapatos foram devidamente trocados pelos atraentes scarpins... É, as bruxas aderiram a moda e nós homens, tolos mortais, assistimos de queixo caído à falência do nosso império!

A aparência macabra com verruga na ponta do nariz, sobrancelhas grossas e pêlos nas orelhas não existem mais, muito pelo contrário! Hoje a aptidão primordial de uma bruxa é a beleza: rosto bem tratado e bem delineado, sem manchas na pele ou verrugas e pés de galinha. Quando isso aparece, não é por magia, mas sim por velhice, aí elas (as bruxas) recorrem aos curandeiros das clínicas de estética e os seus feitiços: botox, rinoplastia, ritidoplastia e por aí vai...

Das inovações mais visíveis, vemos a evolução do seu veículo de locomoção. Lembram da vassoura? Pois bem, ela virou acessório pra dona de casa! As bruxas de hoje usam carros de preferência: Xsara Picasso, Honda Fit, Fiat Idea, Peugeot 206 dentre outros...

As reuniões noturnas ainda são preservadas, porém, com uma notável evolução de cenário. As matas virgens foram trocadas por mesas de bar com cerveja ou por reuniões internas nas casas de outras bruxas, com um cardápio feito a base de queijos derretidos para serem molhados no pão, vulgo Fondue.

As bruxas modernas não rezam mais para uma entidade maligna, pasmem, elas não rezam! Acreditam em seu poder sedutor, sua magia opressora e seus joguinhos meticulosos, transformando um homem bondoso e dedicado parceiro do amor a um obediente e manipulado cachorrinho de estimação. Ou seja, os feitiços não mudaram, só se especializaram em um “target” específico: Nós homens!

As bruxas de hoje não sacrificam mais gatos no fundo do quintal, nem tampouco transformam ingênuas crianças em manteiga, como também não são mais queimadas na fogueira, mas que dá vontade de enforcar, ah, isso dá.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ogros e fofos


Sempre fui defensor da tese de que as mulheres evoluem efetivamente mais rápido que os homens. No entanto, essa evolução esbarra muitas vezes na escolha do homem ideal.

Embora as mulheres desenvolvam verdadeiros obstáculos até sermos aprovados e ganharmos o legítimo direito de conhecer a fundo a candidata. Esse “simulado do amor” não é tão fácil para determinados estereótipos de mulher: umas são exigentes, outras escolheme demais, outras são enroladas, e outras gostam de nos enrolar feito panqueca.

No entanto, nem todas as mulheres tropeçam nas armadilhas já testadas de um “lindo” e “cativante” sorriso. Em relação a nós - homens - elas estão com os dois olhos abertos (beeem abertos). Tire do seu repertório aquelas “cantadinhas” pré fabricadas, para elas, isso é perda de tempo... O tempo dela não o seu bobão!

Reinvente a conquista! O mundo passa por determinantes inovações, e conquistar dignamente uma dama é uma delas! Não tente desenvolver “short cuts” para facilitar o “approach”. Homem miserável e pão duro economiza no xaveco, no cenário, no dinheiro e desperdiçam a vida escolhendo as “presas fáceis”... Sim, porque sempre tem a “mulher ergonômica”: que se adapta a todas as suas necessidades!

Homem e mulher, o côncavo e o convexo... Essa disfunção entre escolher o certo ou errado é incumbida a nós homens, que sempre confundimos a cabecinha delas com nossas inúmeras incursões românticas, além da nossa poligamia irrefreável, é claro!

Mas será mesmo que existe o certo e ou errado? Isso não seria um paradoxo subjetivo?

A maioria da espécie, (homens) é afoita! Apressam o momento, não curtem o envolvente e delicioso jogo da sedução. São impacientes, ranzinzas e incorporam o “Ligeirinho” ao invés do gato “Garfield”.

Machos e marmanjos: Nossa virilidade não se encontra nos músculos, e sim no cérebro! A inteligência, a cultura e a sensibilidade estão do nosso lado (ainda). Basta procurar que você vai encontrar... O “ponto G” da mulher encontra-se no ouvido, lembre-se sempre disso!

Cavalheiro sim, “afrescalhado” nunca! O Datafolha, o Ibope e o Vox Populi asseguram: Seja fácil sem deixar de ser difícil! Nem Maria mole, nem rapadura, entenderam? Ou você prefere continuar na balada como “serial kisser” ao invés de “sorrateiro boy”?

Siga exemplos: pare de viver da caça e pesca fazendo a festa e arrastando tudo que usa rímel e blush. Seja centralizador! Tenha metas menores e busque o resultado com eficiência, como eu disse, elas estão com os dois olhos bem abertos... Até as meninas dos olhos delas estão com os olhos bem abertos quando o assunto se refere a nós!

Lembre-se: Nada de atalhos! Quem gosta de atalho, come queijo coalho!

É interessante avaliar a relação beleza e conteúdo. Existe um lote muito variado de homens, aparentemente sem crédito estético, que transformam os defeitos físicos em qualidades platônicas. Mas acho que essa percepção só chega com a chegada da “Srta Maturidade”. Mulher madura tem olho clínico, capta com destreza e exatidão o tipo cafa ou sedutor!

Mas peralá, não dá pra escolher um meio termo? Seria interessante uma mulher madura que brinca de “pega pega” e ri por nada e uma mulher menina que anda de salto alto e brinca de maquiagem. Não?

... De qualquer forma, ser bonito será eternamente um ótimo cartão de visitas, mas depois do “Olá” inicial, sobressai à simpatia, a sensibilidade, a elegância e o bom humor já mencionado. Afinal de contas, a beleza é uma excelente carta de recomendação a curto prazo, mas, se não mostrar competência, a fila na Rua Galvão Bueno ou a inscrição na Catho aumenta!

A consciência é o nosso consultor interno, e ela faz um alerta: “Tenha respeito com a lei da gravidade”. Ela é implacável e não distingue sexo, cor e força de vontade.

O importante é entender que à medida em que o tempo passa, é interessante visitar com mais freqüência aquela velhinha no fim da rua chamada "Dona Conteúdo" e pegar alguns conselhos com ela sobre inteligência, e sabem por quê?

Porque se você não for um cara inteligente, vai esquecer que os gestos mais lindos são como diamantes: Se aprimoram com o tempo.

Inteligente, sagaz, participativo, sensível e principalmente ouvinte... Que mulher não optaria por você?