Crônicas

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sampa: Da perseverança à nossa herança.


O farol fecha, o farol abre e, nesse pequeno “inconstante” interlúdio; pensamos...

Simplesmente pensamos...

Pensamos individualmente nas tarefas do dia e logo em seguida analisamos a cidade policultural e antagônica que vivemos: Tanta vivacidade, tanto frenesi, tanta gente e tanta falta de ser gente... É estranho ver São Paulo de dentro de São Paulo.

Sampa. Ao tentar ser mansa só fez lambança, e de mansa não tem registro nem na lembrança!

A cidade de São Paulo faz o que nem a Astronomia conseguiu fazer: engolir o tempo! O tempo e toda a sua física quântica, com seus nêutrons, prótons e elétrons... E tem gente que pensa que pode mais que os outros. Nós somos apenas um átomo, um hífen no universo descompassado da internet, portanto, seja um pouco de cada tanto e não o muito de cada tanto.

Sampa festeja. Sampa troveja. Sampa carangueja.

Av. Paulista bombada de braços se esbarrando e milhares de pernas ávidas para chegar a seu destino. Mas que destino? Fazemos tudo no “acerejê” pra chegar a noite e se deparar com um cansaço inigualável, torpe.

Sampa do descompasso... E nesse embaraço petulante, o tempo passa apressado até mesmo nos passos apressados da Imprensa, que mal consegue captar 20% do que realmente está acontecendo (inclusive nesse exato momento, onde construo pensamentos nas entrelinhas desse texto elaborado em um dia divino de sol – coisa rara de se ver por aqui).

São Paulo é um mundo legitimamente louco dentro de uma cidade autenticamente apoteótica. Janeiro mês de chuva e de gente com virose. Fevereiro mês do batuque com gente bêbada na apoteose.

Sampa recicla. Sampa aglutina. Sampa desnutre.

No “corre corre” desenfreado na busca de alcançar o que a escola ensinou, as pessoas desaprendem com a liberdade de se prender a alguém, e com isso, padecem no vão daquele hiato poeticamente intitulado de solidão.

Criamos dentro de Sampa uma loja de conveniência de humanos onde o conveniente se une a conivência de interesses e do cultivo ao “ter”, ao invés da idolatria ao “ser”, com isso, deixamos esse pobre verbo escorrer pelas fissuras do descaso.

Sampa difusa. Sampa escusa. Sampa confusa.

A cidade da Torre de Babel, onde respiramos o ar abafado e deslumbramos o céu, transita entre o côncavo e o convexo, situações peculiarmente adversas: No côncavo os ingênuos e no convexo os oportunistas. Pessoas que aprendem a amar as coisas e a usar as pessoas, quando deveriam usar as coisas e amar as pessoas.

E assim, Sampa segue conjuntivamente a sua entoada. Impensada. Comendo feijoada na quarta e vivendo um sábado de sol com limonada.

Mas calma, nem tudo está perdido. Sampa também tem herança, basta aplicar uma dose de perseverança toda vez que você sair pela porta da sua casa. Ponha as alegrias na poupança e quando se lembrar das topadas, viva feliz sem pensar na vingança.

Sampa. Irresistivelmente Sampa!

12 comentários:

  1. Tanta loucura e mesmo assim, sampa irresistívelmente sampa....

    Adorei!

    Rosana

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  2. Voltou com o blog rapaz?

    Estava sumido....

    Abs

    Cristiano

    OBS: Ótimo texto.

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  3. é...isso ai é sampa...essa cidade e boa em alguns aspectos e simplesmente insana em outros...
    tudo tem seu lado positivo e negativo...umas coisas gosto muito..e em outras...to exausto...
    otimo texto!

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  4. Apesar das confusões e do stress do dia-a-dia, não trocaria São Paulo por nada.
    Amo esse cidade!
    Apesar das inúmeras situações desagradáveis, o meu olhar apaixonante pela cidade faz com que só as coisas boas se destaquem!

    Mas isso é um fato:
    “Pessoas que aprendem a amar as coisas e a usar as pessoas, quando deveriam usar as coisas e amar as pessoas.”

    Sem mais... rs

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  5. Lindo texto...
    Verdadeiro e com poesia...
    Parabéns!

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  6. Sampa: AMO mas ao mesmo tempo ODEIO essa cidade!!
    Amo o fato dela ser como é, Odeio o jeito que as pessoas a tratam.
    Não se importam com ela. Sujam, poluem, e deixam que a alague e depois a culpa é de quem ??
    Ah Paulistas, Paulistanos e AGREGADOS, o que vocês fazem com a minha SÃO PAULO, com a sua SP, com a nossa SAMPA.
    São Paulo é feita de alegrias e festas, mas também é feita de estresse do cotidiano.
    Por que tantos carros ?? Por que tanta gente ??
    Pensando por um lado preconceituoso, SP é composta por tantos, tanto carros, gentes, tanta poluição, tantos baianos, gauchos, cariocas, capixabas, cearenses, paranaenses, entre outros tantos ENSES que enchem a cidade!!!
    Não tenho nada contra, mas VAMOS RESPEITAR O QUE É DE VOCÊS OU NÃO!!!
    SP é linda quando bem cuidada!!
    PENSEM A RESPEITO!!
    E vamos fazer do ESTRESSE um CELEBRE!!

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  7. É... que diferença de Barretos...
    Essa cidade aí realmente sabe ser maravilhosa e desumana ao mesmo tempo!

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  8. Qta poesia e perfeição pra falar da maior cidade do mundoooo....

    Conforme as meninas disseram, eu amo Sampa.....

    Tem sim suas inconformidades mas de qq forma, é incrível.

    bjs a todos

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  9. SÂO PAULO - DE TODAS , A MAIS BELA.

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  10. Apesar do stress do dia-a-dia, não troco São Paulo aqui e maravilhoso tudo de bom amo muito tudo isso rsrsrsrs.....
    bjs

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  11. Adorei

    Sampa cidade onde guardo minhas melhores lembranças....
    Sinto uma enorme vontade de voltar p Sampa, mas quando chego e vejo tudo isso, quero voltar correndo p o interior onde o céu é lipo, tem verde p todo lado e chego no trabalho em minutos

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