Crônicas

terça-feira, 19 de abril de 2011

Utopia de um encontro



“Ela notou que eu notei que ela notou quando olhei para ela. Saracutiei de um lado para o outro só para passar 2, 3, 4 vezes em frente a ela. Tentei disfarçar o “indisfarsável”, mas ela notou, e já que ela me “anotou” fui tratando de “anotar” o celular dela...”

Três dias depois...

“Será que eu espero mais 20 minutos? Acho que sim, o que são 20 minutos por alguém que pode passar o resto da tua vida ao seu lado?”

Suor escorre... Batimentos cardíacos sobem o pelourinho no ritmo do afoxé...

“Se nós homens ainda nos enroscamos para arrumar uma cama, o que diria então sobre conhecer uma mulher? O discurso tá na ponta da língua, massssssss, quando o vulto dela surge em sua direção juntamente com aquele perfume doce, pronto, da ponta língua para o fundo da goela em segundos.”

A camisa de algodão aponta os primeiros sinais do seu nervosismo com pequenas manchas isoladas de suor.

“Nada de ensaios, porém, eu vim precavido, afinal de contas, se a vida me preparou uma surpresa dessas, por que não preparar os preparativos para essa grande surpresa?”

“Eu não poderia vir de mão abanando feito mulher no verão lutando contra a menopausa... Eu trouxe um presente, claro, um presente...”

“Presente? Será que ela não vai me achar previsível? Mulheres não gostam de caras metódicos... O que eu faço agora com esse presente? Não seria melhor uma lembrancinha?”

“Não não, claro que não! Lembrancinha? Isso, como dizia Caco Antibes é desculpa de pobre pra ir à festa beliscar o bolo.”

Tateia, tateia e segue tateando sob seu olfato de cachorro solitário tentando saciar a sua fome enquanto o dono não chega em casa... Ele queria sentir novamente aquele perfume doce que tanto o instigou...

A vida é barata e os psicanalistas cobram caro por ela, porém, de que adianta se estabanar?

Esse desespero é plenamente justificável por uma trilogia de acontecimentos:

a) Ele é culto (lê Hemingway). b) Ele é metrosexual (se inova a cada dia). c) Ele é anão (perito em topografia e precisa urgente encontrar uma altimetria).

“Como ela vai me enxergar?”

Olhando verticalmente; avistava cintos, bolsos, braguilhas e barrigas. Olhando para baixo, sua mão suada com o presente que já indagava:

“Vou mostrar a ela que eu sou uma espécie de “criativo espontâneo” e vou dizer que o presente era só para dar as boas vindas a este primeiro encontro.”

Enfim, ela chegou:

Retumbante!

Cabelos soltos ao vento que caberiam facilmente em algum comercial de xampu. Maquiagem sutilmente moderada (tons neutralizados pela bochecha rosada de vergonha) e um lindo scarpin para disfarçar seus 1.45m de altura...

(pausa)

O amor não tem escolhas, mas possui algumas medidas que a própria fita métrica desconhece.

12 comentários:

  1. Medidas. E lá se dá pra medir alguma coisa dentro de algo desconhecido pela quimica?? o q diria eu em meus 1,69 contra 1.66.. Nada. 3 cm não é nada. Eu cresci demais. #fato!!!!

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  2. Hahahahhahahaha, ótimo!

    Não se mede mesmo Vivi.....

    Só o André que "mediu" em seu texto, hahaha

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  3. Hahahahahhahahaha véio, quento pensamento antes e depois aí heim, hahahahahha, pára com isso... Nem tá parecendo um legitimo André, caramba!!!!!

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  4. Divertida..... com um certo suspense......

    Moral da história: Os anões tb se amam.

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  5. rs...1,45 nao é anão..
    uma dica...nao se preocupe com fazer tipo ou o que ela vai achar....ser autentico pode espantar apenas quem vai se espantar naturalmente depois de algum tempo...pq nao se usa disfarce o tempo todo...entao ser vc mesmo sem se preocupar com os outros e a melhor pedida...

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  6. 1,45 pode não ser anão, mas não daria pra mim..... Haha

    A moralidade desse conto fica pra quem pensa, muito boa.

    bjkssssss

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  7. Se você se interessou pelo perfil, declare seu interesse. Se gostou do encontro, diga que gostou. Se está com vontade de ligar, ligue. Não espere que ele perceba o que você está pensando ou sentindo sem que você diga. Não tenha medo de se manifestar. Descomplique as coisas, pois é da simplicidade que vem o que há de mais valioso: o amor.

    “Descomplicar as coisas é a maneira mais fácil de fazê-las acontecerem” (LI)

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  8. Medidas pra quê?? O amor não é feito em medidas!!
    É feito simplesmente de sentimentos, puros e verdadeiros que alguém pode sentir por outra pessoa, seja ela alta ou baixa, branca ou negra.
    Para o amor não há preconceitos, mas para quem ama, pode desenvolver essa característica medíocre, que faz com que não enxerguemos as boas qualidades que uma pessoa possa ter.
    Afastamos nossos amor por que ? Medo? Insegurança? Baixa auto estima ? PRECONCEITO ?
    Estamos em uma época que precisamos deixar de nos retrair e partir para um relacionamento com a cabeça aberta, por mais diferente que a pessoa possa ser FISICAMENTE, PSICOLÓGICA E INTERNAMENTE ela pode te surpreender e ser seu VERDADEIRO AMOR escondido atrás de uma fita métrica.

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  9. O amor não possui fita métrica, concordo com a Bruna, mas tem muita gente fazendo dele algo desgostoso, isso tem.

    bjs a todos

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  10. Volto a dizer: os anões tb amam..... Com medida ou não.

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  11. rsrrs tambem acho os anoes tambem amam rsrsrsrrsrs com medidas ou nao ..
    beijos a todos ....

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  12. Amor entre anões tudo bem.... Quero ver tu me convencer a ter um amor entre uma mulher de 1.70 e um cara de 1.50......

    Hahaha!

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