Crônicas

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Carcereiros da nossa própria liberdade


Além das palavras, temos a liberdade de fazer alguém sorrir, fazer alguém atravessar a rua ao te ver ou simplesmente correr em direção aos teus braços.

Além das palavras, temos articulações, movimentos e gestos que são ímãs ou catapultas para quem você as direciona.

Além das palavras, eu me pergunto:

Onde foi parar a maldita liberdade de expressão? Ela está presa? Foi extraditada? Morta?

Sim! Assassinada pela censura!

A censura se transformou em um furúnculo nas axilas da sociedade audaciosa que, diga-se de passagem, constituída por muitos que tiveram suas línguas amputadas por essa confusão de regras, ordens e valores.

Hoje quase ninguém mais abre a boca pra dizer o que não gosta! Insegurança pra dizer o que gosta e muita segurança pra dizer o que não gosta é o que mais tem, porém, só quando convém.

O termo “não gosto” é engajadamente inserido num contexto de cunho preconceituoso. Já viu moralismo hipócrita e imoral? No Brasil você encontra a granel (e na mesma oração).

Nos tornamos peças que formam uma grande emenda de repressões. Tem culpado? Claro!

Nós!

Quando enxergamos algum comportamento que não aprovamos somos os primeiros a escarrar críticas na pessoa. Se a amiga pega vários na balada é a galinha da turma. O cara todo corretinho no trampo é o puxa saco. O cara que fica sem ligar é um putão, mas o cara que liga é um grudão... E por aí vai.

Somos carcereiros da nossa própria liberdade. Vigiamos uns aos outros penitenciando as pessoas por atitudes ou comportamentos que (no fundo) gostaríamos de fazer, ou, por vezes, fazemos longe das luzes da ribalta, na surdina mesmo!

Desdenhamos o que gostaríamos de estar fazendo por simples falta de competência. O amor excludente transforma atitudes voluntárias em exigências implícitas.

Escreveria uma trilogia para apontar os inúmeros exemplos existentes em nossa sociedade, porém, optarei pelo mais óbvio:

Que tal pegar o casamento como exemplo? Imagine a população mundial se todos que já casaram estivessem cumprindo à risca o que disseram perante o padre: “Amar até o fim da vida”?

O casamento é uma repressão matrimonial descabida! Poucos se conhecem, poucos acontecem e poucos fazem valer à pena. As pessoas casam com a projeção subversiva do amor inabalável, da conjunção estelar, dentre outras fantasias, mas se esquecem que até mesmo um grande amor não é grande 24hrs do dia.

Somos afetivamente incompetentes. Implantamos hipocrisia e cinismo julgando as pessoas e suplantamos o que deveria ser uma regra do bem comum: amar!

Como diz o compositor e poeta (no meu ponto de vista) Vander Lee: “Somos presidiários cumprindo uma sentença”.

A passagem desse trecho, diga-se de passagem, fala de amor.

E você pode estar se indagando: Aonde encontro um mínimo de fragmento de amor nesse desabafo?

Às vezes o amor prefere ser confundido a ser melhor explicado!

11 comentários:

  1. Concordo plenamente com vc mais uma vez eheheheh
    Parabens
    BJKZ

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  2. Uppercut na fronte do cérebro!

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  3. Nao me importa o que vao pensar ou dizer a meu respeito. Prefiro agir sempre de acordo com os meus princípios e desejos. Sou totalmente contra as pessoas que não sabem se relacionar de maneira sincera e ficam se escondendo atrás de disfarces e fazendo joguinhos... não tenho a menor paciencia!

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  4. Que legal, vou votar já!

    Ótimo texto!

    bjs

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  5. adoto uma maxima..evito julgar de forma mais dura do que gostaria que me julgassem....sem mais delongas!

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  6. Belo texto Andrézão! Você falou umas verdades mesmo, as vezes somos culpados de coisas que nos afligem por não termos peito de dar nossas opiniões!

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  7. ehehehehe...
    Olá caro amigo, adorei o "conhecida!!!!"... estou até me achando importante!!!!
    OLha, sempre passo por aqui, quando mandas o link, t acompanho... agora sempre que passar vou deixar um sinal de fumaça...
    por aqui tudo muito corrido, estou no RJ em um congresso de professores de espanhol, e não sei falar espanhol ( mas esto é apenas um detalhe)
    bessos
    REnata

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  8. SENSACIONAL!!!!
    Esse país é muito hipocrita...

    bjks

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  9. Sensacional!

    País muito hipócrita...

    bjks

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  10. Lindo lindo lindo...

    Ás vezes é preciso escrachar com esse país.

    boa moço!

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  11. Se nós não temos um amor , ou se o que temos não nos faz felizes , se a vida está chata , se a alma anda em compasso de espera, existe um recurso para nos consolar.Deixamos a realidade de lado e sonhamos com um amor lindo, luminoso, redentor, um amor mágico que talvez esteja a caminho , e que virá para nos salvar.Qdo tudo está bem, um bom amor corriqueiro, nos alimenta e tranquiliza e dispensa grandes mágicas.
    Procuramos o amor porque queremos ser felizes e amor não é sinônimo de felicidade.Amor frequentemente é sinônimo de dor e isto não o torna menos necessário.

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