Crônicas

terça-feira, 3 de abril de 2012

Vai saber...

Tudo começa mediante uma programação pré-estabelecida por uma razão; um convite de uma amiga, um aniversário do amigo da amiga da vizinha da sua prima, a despedida do amigo de trabalho, a despedida da vida dissoluta da amiga rumo ao casório, enfim...

Vai saber...

Você avalia suas condições hormonais e verifica se a sua integridade física poderá ser ameaçada pelo seu árduo dia de trabalho... Após isso, você chega à sua casa e se entrega a uma deliciosa ducha imaginando como será ela... ... ... A sua noite!

Vai saber...

Ligações realizadas, comunicação estabelecida; bora por essa beleza toda nos holofotes da vida...

O trânsito incomoda, mas você não se entrega. Chega à porta, fila... Sorte: Você encontra aquele amigo que não via há tempos e que só agora sabe que ele literalmente “manda e desmanda” na balada. Pronto, sordidamente você e suas amigas ultrapassam outras retardatárias na fila.

Bolsa na chapelaria, cartão de consumo na calça jeans, vamos mapear o ambiente... Opa! O seu sistema “night vision smart picture” captou uma bela imagem... Você, audaciosa e levemente oferecida, se aproxima da imagem - olhares cruzados e uma mensagem de “deixa pra depois” vinda do seu cérebro informada pela sua vaidade.

Aqui o pecado é fresco, mas a paciência é madura.

Vai saber...

Cotovelos no bar, uma tequila! Risadas entre as amigas, olhares de sim e uma sutil coreografia: Copinho na mão e cabeças inclinadas para cima... Copos batidos no balcão do bar e outro pedido: desce mais uma!

Precisamos beber pra saber... Vai saber!

Ao som daquela música que te faz enlouquecer você cai na pista e segue a risca a sua conquista. Ele, nota sua presença pelo movimento dos seus quadris dançando alucinadamente, gira o pescoço e se aproxima de você...

Passou reto? Certeza?

Vai saber...

Exibicionistas etílicos são os que mais encontramos na balada. Na certa faltou coragem...

Vai saber...

As horas seguiram disciplinadamente com o seu avanço, os olhares não foram mais desejáveis, uma amiga sumiu, a outra passou mal e a bebedeira ocupou a diversão...

É... Os tempos mudaram, a conquista se tornou obsoleta na balada comandada por um bando de machos “serial kissers” que se atrapalham para conversar mais do que 15 minutos com uma lady...

Vai saber...

A tolerância possui enjôos que o próprio Engov desconhece.

2 comentários:

  1. Já imaginou André, ir numa balada, aparentemente esperando que nada demais aconteça, e aí você encontra uma pessoa completamente diferente dos estereótipos, que sabe respeitar, que se aproxima de uma forma completamente diversa daquela que você está acostumado, que faz você rir sem precisar forçar nada , que te conte histórias interessantes, ou que tenha visto um filme que você ainda não viu e está cheio de dicas para lhe dar sobre cinema? ...etc. Seria muito bom !!! Mas, concordo que a realidade é outra . Bjo,LI*

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  2. Explêndido.... Me vi nesse texto e concordo com a Eli, tudo é uma fantasia, ótima pra sonhar.

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