Crônicas

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Encontrando com o desencontro



O que embala um homem em sua formação?


O poder financeiro “e ilusório” do primeiro emprego? A coleção libidinal das conquistas deflagradas em micro contos ressaltados nas mesas de bar com os amigos recém formados? O primeiro carro? A primeira desilusão?

Muita coisa me vem à mente.

E o que embala um homem em deformação?

Certo dia – exaurido das minhas aptidões sentimentais – marquei um encontro comigo mesmo...

... E não fui!

Refleti sobre o meu juízo e a reflexão desse resultado me deixou em cativeiro: Simplesmente não fui!

Embora as “dancinhas sociais” sejam obrigatórias para preservar o bom comportamento (coisas do tipo: avisar se vai desmarcar, atrasar e taus), eu fui indecoroso e insensível comigo mesmo, nem “sms” mandei cancelando o tão esperado, porém maluco, encontro.

Fui frio, calculista, metódico.

Não deixei recado na caixa postal. Não preguei “post it” na geladeira muito menos avisei via inbox pelo Facebook.

Talvez a intenção fosse realmente gerar uma repulsa, um arrependimento pelo convite, sei lá... Quando a gente quer desmarcar um encontro sem criar futuras expectativas o que fazemos? Mostramos o nosso lado ogro, o inverso da nossa aparência. Mostramos o nosso “coeficiente deficiente” em prol da nossa paz em não receber outro convite.

Estranho esse meu destino, me privando de ser eu mesmo comigo mesmo.

Logo eu que posso ser qualquer coisa, mas na maior parte do tempo sou consumido pelas dúvidas e pelas intenções das minhas extensões em tentar ser algo mais apropriado para os outros.

Me reinvento ou me reciclo? Eis a questão!

A expectativa de menino amadurecida na eclosão de um homem, assim se faz a dança da vida propriamente dita: Evitamos magoar, evitamos arquivar e ás vezes, evitamos a felicidade. Anulamos o risco com medo dele não passar de um simples risco e com isso, riscamos da nossa agenda sentimental muita coisa boa que esperava reencarnar.

Perguntas? Tenho uma para cada poro da minha pele.

Aqui, cabe a mais recente:

Será que se eu tivesse ido ao meu encontro eu teria sido feliz? Teria mudado algo? Teria feito a diferença?

3 comentários:

  1. Vc é genial, talvez não fosse a esse encontro tb, encontro cmg mesma talvez fosse doloroso demais ... De qq forma, ameiiii !!!

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  2. Muito interesante!!

    Homem em deformação??? Forte e triste demais isso!! O texto me passou a idéia de uma desconexão de um ser com ele mesmo. Será que é isso? Enfim... agora sobre as perguntas e dúvidas... penso que a melhor escolha é sempre arriscar e viver!É melhor se arriscar a ser feliz do que não ter se dado a chance. Se não der certo, ficará com a dor de uma certeza que é bem melhor do que permanecer a vida na dúvida.
    ;)

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  3. No nosso inconsciente transferimos o presente para o futuro, porque aí há esperança.Tentamos advinhar o que será melhor , sem arriscarmos.Mas temos que saber que ir a encontros , seja ele qual for, é sempre enriquecedor,principalmente qdo se é a pessoa a ser encontrada.

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