Crônicas

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Sou filho único"



“Sou filho único” – Não diga essa frase nos primeiros encontros com uma mulher. Em hipótese alguma. É o fim do feitiço!

Não existe lealdade em segredar isso para a moça logo nas primeiras intersecções... Devemos protelar essa confissão assim como se protela a ida ao dentista (por falta de tempo e por recordar a dor incessante da última visita).

Aqui, numa ordem inversa, a dor vem imediatamente após a ingênua confissão, sacramentada como um veredicto final de carceragem, sem regime semi-aberto.

Dizer que é filho único no início de uma pretendida relação é permanecer na fila do desemprego no amor. Se você procura ser recrutado: Omita!

Devemos evitar constrangimentos desnecessários no começo a fim de evitar o término da idealização pelo que se está buscando. Você pretende conquistá-la pelos motivos que o cativaram? Então não afugente a moça por razões que ela não espera ouvir de você... Não agora.

Aaaahh, a conquista...

A conquista – desde os primórdios mais remotos – sempre foi anestésica; os primatas arrebatavam suas pretendentes com um golpe de tacape e depois as arrastavam até suas cavernas pelos cabelos – convenhamos – um ato gentil para aquela época. Hoje o vereador Netinho de Paula faz igual, só que com métodos diferentes – a inovação a serviço do homem... E do ogro.

Retomando o assunto em pauta, a conquista – novamente anestésica – não permite devaneios inúteis, não aceita a clemência das falhas ou derrapadas, muito menos tolera o indigesto – nesse caso – que você é filho único... A conquista vive do encantado, do visto pelo não visto, do imaginário e do ponto G da mulher, que – para engano seu – situa-se nos tímpanos e não aonde você viu no programa da Sue Johanson.

Enfim...

Evite comparações! Ela pode chegar atrasada ao encontro. Ela pode falar do ex namorado (só para preencher as intersecções). Ela pode criticar e dar foras. Ela pode escolher o local para jantar e ela pode ser filha única também... Mulheres possuem este “free pass” sobre nós. Nem pense em mudar essa ordem!

O filho único não sofre de preconceito. Ele sofre por um ato de nobreza, justamente por ser único... Ele sofre por um estigma hipotético dos opressores que imaginam que ao se relacionarem com um filho único, darão continuidade aos mimos do papai ou da mamãe numa espécie de troca de bastão... Mas você sabe que não é bem assim!

Ah, os filhos únicos: taxados de esquisitos na 1ª série, invejados da 4ª à 5ª série e depois intitulados unanimemente de “mimadinhos” até sei lá quando...

Reinar absoluto entre pai e mãe nos dá uma condição de “pessoas complicadas’, mas a gente dribla o rótulo, engana o protocolo e faz aquela noite valer a pena com sorrisos e um destemperado jogo de cintura, mesmo se no primeiro encontro a sinceridade falar mais alto que a malandragem.

“Sou filho único” – Ooops!

Um comentário:

  1. Sou casada com um filho único e tive uma gde aliada em sua mamãezinha.Quer saber mais??? Morei com ela 24 anos até que ela se foi.E isto só colaborou para nos amarmos mais.
    Cheguei a seguinte conclusão: se a mamãe for "linda" pode ser até filho único, que a relação será ótima.

    P.S. André , mande um beijo à sua, que soube bem criar o único filhinho dela.Linda ela , lindo você.

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