Crônicas

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Imprevisibilidade é afrodisíaco


Vem cá: Se pudesse escolher isso como se fosse um combo, pelo o que você optaria?


O equilíbrio instável de um amor pragmático ou o desequilíbrio estável de uma paixão constante?

Ambos. Se houver simpatia e se rolar empatia, já é um quase/amor – agora – se houver coisas que refutam a sua vontade, aí sim fica perfeito!

Há de se ter irregularidade!

Não existe nada mais enfadonho que ter a certeza das certezas plenas. Saber – indubitavelmente – que a pessoa que você ama estará inteiramente a seu dispor (feito seguradora ou posto de saúde), não, não tem tonificação. É opaco!

A segurança (em suas devidas moderações conceituais) deve ter aquele gostinho provisório de coisa passageira, tipo cheiro de pamonha, cheiro de gasolina, cheiro de bolo...

Veja a ordem inversa:

Você não suportaria passar o dia inteiro num posto de gasolina, ou talvez dentro de uma cozinha industrial comendo literalmente bolos pelo nariz, nem tampouco com a cara enfiada numa carrocinha de pamonha com aquele bafo de milho na cara. Correto?

Então porque conviver com a exatidão das certezas? O amor não é uma sequencia de instruções, não é um sistema binário de códigos e também não sobrevive nas contas sistemáticas de uma planilha de excell.

Amante em tempo integral cansa. Tem que haver uma irritabilidade, uma desvirtuada, uma discordância (sem exageros capitais).

Não se define. Não se personifica. Não se psicografa o amor! O despretensioso é sempre mais gostoso porque todo previsível se torna um pessimismo ensaiado!

Também não se barganha o amor. Não se negocia encontros com amigos. Não se equaliza insatisfações, mas só há insatisfação porque há projeção. Desligue o projetor e assista, simplesmente assista.

Se ele mesmo – o amor - não é nada científico em suas ficções, por que nós humanos temos que ser uma obra previsível? Já não nos basta às diretrizes cruciais e implacáveis chamadas de “começo/meio/fim”?

Por isso é bom ser imprevisível, só para desequilibrar o exato e oferecer umas doses de emoção ao inexato.

De normal o amor não tem absolutamente nada: Surge imprevisivelmente. Acontece em meio a uma discussão. Aparece despropositadamente. Fortalece através de um infortúnio qualquer. Enobrece até mesmo por conta do ex amor do seu amor...

Enfim, o amor é uma criança teimosa e endiabrada; Quando você o sacramenta com “um fim de papo” ele ressurge, quando você o idealiza como imbatível, ele acaba... Por isso é bom refutar, questionar e contestar, mas nunca, em hipótese alguma, se anular.

Um comentário:

  1. Olá André, quanto tempo...

    Seus textos continuam imprevisíveis e apaixonantes, como sempre!

    Grande beijo para ti!

    http://omundoparachamardemeu.blogspot.com/

    P.S.: Assino embaixo!

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