Crônicas

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Leitor de catálogos


Por trás das camadas que emergem de insegurança diante de uma situação exposta, sempre há alguém que outrora se importou demais...

As chagas deixam vestígios e se fixa nas entrelinhas de todo um roteiro. Por isso é preciso ler, se empenhar em cada sinônimo, antônimo, adjetivo, vogal, consoante...

... Aliás, ler não basta. É preciso, analisar, compreender, examinar e estudar!

Até aonde eu pude aprender sobre esta “matéria”, não existe nenhum sistema probatório ou seminarista; você não estuda para se submeter a uma prova e se credenciar para alguma coisa, por outro lado, o não comparecimento das aulas implica em severos danos à sua sensibilidade e, por conseguinte, às escolhas que você fará ao longo da sua vida amorosa...

Não escolhemos ser amados justamente para evitar os danos de uma possível reprovação, mas o amor sempre nos encontra.

Nos encontra quando o paladar já enjoa com rapidez.

Nos encontra quando somos falsos diante de uma verdade.

Nos encontra quando estamos com as portas fechadas, sem placas de aluga-se ou de vende-se.

E talvez o encontro mais ilógico desse “pega pega”: Nos encontra justamente quando não queremos ser achados.

E, de quebra, ainda rescinde aquele contratinho banal e sem assinatura que você traçou entre o teu cérebro e o teu coração. Sabe? Aquele do tipo: “Quero ficar um bom tempo só e sem envolvimentos mais sérios”. Sabe?

E a gente luta com o que tem pra hoje, mas não dá, ele insiste, perdura e se faz de surdo perante seu discurso infame e por vezes irreverente sobre você mesma.

(Ele sabe que você está tentando ludibriá-lo)

A gente se deprecia; diz que no momento nem vale à pena, conta alguma inverdade, exalta um defeito, chuta o pau logo no primeiro encontro...

... Diz que sofre de apnéia, que ronca, que ocupa a cama inteira enquanto dorme, e nada adianta: Ele continua lá, inaudível às suas lamentações. Atento apenas à sua graciosidade enquanto você se expressa e se gesticula toda...

Ele pode ser a esperança para pessoas que já não esperavam mais nada de outras pessoas, a não ser por um motivo, por um simples e imperceptível motivo:

Se você for daqueles tipos padronizados que seguem uma relação ordenada de coisas ou pessoas com descrições curtas a respeito de cada uma... Aí sim, as ordens de procura se invertem e você passará uma vida toda sem entender ao certo porque as oportunidades sempre fogem de você.

Ainda não captou a mensagem?

Moral da história: Se você não é o agente passivo do seu autoconhecimento e tampouco tem habilidade para fazer leituras do suposto pretendente, você é apenas um leitor de catálogos.

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