Crônicas

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Distância da própria distância


Dar a devida distância para certas distâncias está distante até mesmo de qualquer invenção tecnológica...


Inventaram um encurtador de URL para o Twitter, porém não dão a mínima para um encurtador de distância? Isso mesmo; faz sentido ficarmos próximos a certas distâncias.

Devaneio? Divagação? Insanidade?

Nada disso!

Os astrofísicos e geofísicos estudam a remota possibilidade de alcançar planetas inimagináveis através de atalhos por dimensões maiores. Podemos viajar para outra galáxia daqui a 100 anos, mas não encurtamos uma distância entre a vontade e a desnecessidade?

Até a viril e mais implacável de todas as forças amorosas já foi aniquilada pela tecnologia. Hoje em dia você amortiza a saudade pela amada por um sms, um whatsapp, ou pelas redes sociais.

Mas e a distância inversa? Como fica?

A humanidade gasta abusivamente os recursos naturais do planeta, codificando-os em suprimentos, máquinas, estudos e o cassete a quatro só pra encurtar uma distância (seja ela qual for), no entanto, cadê o distanciamento para a própria distância?

Eu não suporto mais o “lá vou eu, lá vou eu” da Globeleza todo santo começo de ano. Me dá náusea ouvir e ler Big Brother como se fosse uma necessidade fisiológica entre as pessoas. Tenho pavor das fotos nas redes sociais exibindo os pés das pessoas de fronte a uma piscina.

Até a Copa do Mundo já perdeu a graça (e olha que é de quatro em quatro anos).

Sempre que esta data se aproxima eu procuro um encaixe para os meus avessos, na tentativa de encontrar um panorama ao estilo “síndrome de Poliana” e inventar uma realidade distorcida, um conto de fadas que me faça acontecer, sei lá...

De fato, a distância é inflacionária, quanto mais a colocamos num divã, mais complicada ficam suas traduções... Melhor do que equacionar é orar e torcer para quem sabe – em 2014 – possa existir turismo espacial.

Milhas para Marte? E lá vamos nós!

Um comentário:

  1. É infelizmente vivemos sempre com essa distância, mas a maioria das pessoas já acham que a tecnologia de hoje já supre qualquer tipo de dificuldades ou carencia, são tão cegas que não sabem o que estão perdendo.
    Sofro com a distância todos os dias!! Infelizmente.. em quase todos os sentidos...

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