Crônicas

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Síndrome de Estocolmo



Diante da realidade e da simbologia que permeiam minha vida momentaneamente solitária, eu tento entender a lacuna que se passa dentro de mim e o que distancia o Mundo Real do Mundo Ideal.

Horas tento tomar contato com o buraco negro que se alojou dentro de mim, horas digo oras, não vou fazer nada pra isso, se ele está lá, deixe estar.

Defendo – com lascívia e engajamento - a prática do permitir, mas noto que muitas vezes é mais um discurso em forma de uma catarse do que um posicionamento em busca de seguidoras.

Sim, eu disse seguidoras.

É muito mais fácil tomar contato com o ego por meio de seguidoras, do que de seguidores insensíveis que ainda perdem preciosas duas horas de seu tempo vendo homens correndo atrás de uma bola.

Quer saber o que se passa na mente de um homem que ainda se encanta na sessão de detergentes e de produtos de limpeza do mercado?

Há um passado em nosso presente, um conjunto de vivências que nos fazem dizer muito mais “sim” do que “não”... Em tempo: Isso não é um elogio, ok? Leve em consideração que um sim nem sempre esboça sorrisos e um não nem sempre borra maquiagens.

Homens solteiros que não sabem dizer não tomam contato com uma ideologia semelhante à Síndrome de Estocolmo, a conivência com o agressor.

Homens solteiros que não pensam em dizer não porque o “não” não os compraz, não os levam a lugar algum. Não há desventuras, não há intersecções, não há desafios para quem sempre diz sim.

Esse complexo mecanismo de funcionamento gera muito mais energia  se o rapaz morar num sobrado.

Se cabe um #nãoficadica, morar num duplex é conviver distintivamente com a discórdia e a concórdia. Não há encontros entre a morte e a vida e, embora possa ser um local pequeno, não há esbarrões nem na sala, nem no elevador.

Enquanto a intuição está na sala, confabulando mais uma aventura, o instinto está no quarto, distraindo o ego com mais um desenho oitentista.

A conivência não predomina em nada, nem mesmo quando a intuição se sobrepuja ao instinto, tipo criança quando perde a partida de futebol na escola, vai embora no ônibus sem olhar para o amigo.

Entretanto, existe a presença de sentimentos hostis com muito respeito e esportividade, não há espaço para debates, o debate aqui é moral e convive no silêncio de uma casa recém reformada.

Engana-se porém, quem pensa que respeito e maturidade caminham juntos neste cenário dúbio e prolixo. Sobra impulsividade e falta maturidade emocional para ambos.

E quando não há uma conclusão, quando os sistemas se dividem pela metade ou, melhor dizendo, quando nada se enquadra na própria quadra, o Whisky entra em cena e estabelece a paz... Temporariamente.

Porque o sim provisório ás vezes é mais encantador que um não a prestação.

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