Crônicas

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A cura pela inovação


A era dos problemas de esfera psicológica finalmente infestaram a sociedade. Digo finalmente porque já estávamos sem criatividade e sem ideias inovadoras para nutrir nossa antipatia pela rotina – afinal de contas – sempre são as mesmas doenças e sempre na esfera biológica, precisávamos inovar!

Vejam como exemplo a hanseníase (amedrontamente chamada de lepra), foi a doença mais antiga da humanidade (1350 a.C) e sua cura só foi descoberta no início dos anos 80. Isso sem mencionar nas epidemias (aquelas doenças que não suportam somente os 5 minutos de fama e se propagam mundialmente).

As doenças se reinventam (isto é fato), a tuberculose, a difteria, a febre amarela saíram de cena e deram vazão ao sarampo, a rubéola e que, por conseguinte foram substituídas pelo Câncer, Aids, gripe aviária, ebola e atualmente (ainda em menor escala) dengue.

Dengue, todas as vezes que reflexiono sobre, analiso a imensa fragilidade do ser humano e a sua burrice em larga escala. Dengue é um desleixo nosso, causado pela ausência de educação, pelo excesso de ignorância e pelo descaso de chefes de estado eleitos por quem mesmo?

Ah tah, por nós!

Deixemos a culpa e o vitimismo de lado (essas patologias serão abordadas no próximo parágrafo), pois bem, correlacionado a isso, temos as mudanças dos hábitos e o desenvolvimento irrefreável do capitalismo moderno, arrastando pessoas e mais pessoas aos principais centros urbanos, ocasionando problemas, caos e principalmente a inovação das nossas doenças: Os problemas psicológicos.

Respeito os sintomas terríveis que uma depressão oferece ao indivíduo, imagino o terror que deva ser a síndrome do pânico, mas a nova adesão que contamina as pessoas possui um clamor ainda maior: O vitimismo.

O vitimismo é um poço de sentimentos negativos, dele surge à tendência para culpar os outros sob a justificativa irracional do “ele tem mais do que eu tenho”. Deste sentimento mesquinho e tacanho surgem às couraças de autodefesa que não permite - ao que se faz de vítima – viver e conviver numa esfera social de forma consciente, sensata e digna.

Dele, deriva a impressão congênita e absurda de que o vitimista não precisa mudar e reciclar seus pontos de vista, os outros é que sempre estão errados, os outros é que precisam sucumbir e concordar com eles.

O vitimismo renega qualquer tipo de meritocracia em favor da idiocracia; Estudou em colégio bom? Tem casa própria? Carro? Qualidade de vida? Fez por merecer? “Desculpe, você pertence à elite branca e o seu modo de vida me irrita!”

Sim, ser eficiente, investir numa ideia, acreditar em seu potencial, ir á luta, se dedicar por um estudo, por uma tese ou simplesmente herdar algo digno que seus ancestrais construíram, sim, você será o novo odiado da nova doença do século XXI, o vitimismo.

Do vitimismo ao espertismo, da política a sociologia (aqui, na ordem cronologicamente inversa), falemos de César (o governante romano): Dividir para conquistar, em português evidente, dividir para reinar.

Espertismo no dicionário: Consiste em ganhar o controle de um lugar por meio da fragmentação das maiores concentrações de poder, impedindo que se mantenham individualmente. Estratégia que tenta romper as estruturas de poder existentes e não deixar que grupos menores se juntem.

É certo, evidente e latente que a sociedade se rachou por sua adesão ao fanatismo, assim como Hitler, líder que conquistou a empatia do povo alemão por abusar de um sistema desacreditado por conta da primeira guerra mundial e seus resquícios (miséria, fome, pobreza) – aqui – metaforicamente (e coincidentemente) pintado de vermelho, temos uma nação (em sua totalidade) corrompida por se achar inferior e por não acreditar em si mesma.

A falta de fé nos leva a dependência e a falsa ideologia de que uma nação, a beira de uma falência geral, sempre precisa de um líder. A falta de fé raciocinada compensa a falta de habilidade social, assim sendo, o povo vai na onda do coletivo pela discriminação, pelo extremismo e pelo fundamentalismo.

Vitimismo; a pior das cegueiras; destrói a pessoa pelo descontrole de autocrítica, pela carência de discernimento e pela falta de conhecimento pela sua capacidade de avaliação racional.

Uma doença praticamente incurável a qual me faz chegar a uma conclusão nostálgica: Sinto saudade da gripe espanhola e da peste negra.

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