Crônicas

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A ótica do holofote


                                    
Aos olhos do mundo, uma pessoa com fala mansa, educadora, motivacional.

Aos olhos dela, uma pessoa que se esforçava em ser o que dizia de si mesmo.

Aos olhos do mundo, apaziguador, pacato, promotor da justiça e da igualdade em qualquer nível de importância.

Aos olhos dela, calmo até uma ventania emocional comprometer os seus alicerces morais.

Aos olhos do mundo, mergulhava seus amigos em risadas debochadas e extremas com seu jeito sarcástico fazendo o maxilar ter câimbras.

Aos olhos dela, admiração com certa mediação em detrimento de já conhecer os seus dotes conquistadores.

Aos olhos do mundo, uma pessoa segura de si, exagerada em suas objeções, impetuoso em suas convicções.

Aos olhos dela, uma pessoa escamoteando a insegurança com a própria segurança, ufanista em suas críticas,
invariavelmente impetuoso em suas convicções (padrões comportamentais comuns a todos as pessoas).

Aos olhos do mundo, uma pessoa ponderada, persuasiva em seus pontos de vista, oratória eloquente e engajadora.

Aos olhos dela, uma pessoa que não paga a prestação suas palavras, resmunga, contesta, exclama, de forma eloquente e engajadora, desde que o coração não assuma o discurso.

Aos olhos dele, os olhos dela. Num esforço individual contínuo para sobrepor o seu orgulho e a sua vaidade sem deixar de ser quem é assimilando as críticas do que já fora um dia.

Intimidade é isso; Tolerar o previsível, amar o que é possível, abandonar o que não é saudável... Entretanto - é - acima de tudo - a união sem litígio entre dois temperamentos que se fundem, muitas vezes de forma destemperada.

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