Crônicas

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

E lá vamos nós... De novo!


Agora que a euforia desenfreada do Natal passou, é chegada à hora de bombardear as lojas à procura do tamanho exato da blusinha que você ganhou da sua avó que não te via há 1 ano e por isso comprou um número duas vezes menor...

Isso serve também para aqueles que ganharam Ipods com defeito, smartphones e televisores de plasma. Já notaram como dá trabalho ganhar produtos tecnológicos? Sempre tem um ao estilo Kinder Ovo, acompanhado de uma surpresinha desagradável.

Virando a página, chegamos a outro tipo de euforia desenfreada: o ano novo. A diferença de um para o outro é muito nítida: a euforia capitalista do Natal abre espaço para a euforia geográfica da virada do ano.

É espantoso ver como as pessoas se afugentam da sua cidade para subir a serra. O brasileiro se veste de otimismo e se pinta de esperança e “borá” pegar a estrada! As mãos, antes lotadas de sacolas de lojas, agora seguram malas, bolsas e mochilas, lotando carros, vãs e a rodoviária do Tietê.

O cansaço dá lugar à endorfina em fração de segundos, tão dinâmico quanto aos jogos de roleta nos cassinos; aonde vamos da euforia à tristeza em apenas uma jogada. Aqui, na ordem inversa, vamos de São Paulo ao Guarujá em 4 horas ou mais! Vamos enfrentar fila, trânsito, falta de água, padaria lotada, tudo em prol das sete ondinhas...

Mas será que o ano novo é realmente novo? Ou trata-se apenas de uma fantasia encravada há milhares de anos em nossa cultura?

Somos anestesiados por um encantamento de ação rápida, que dura, exatamente 1 minuto (o tempo da virada do relógio). Esse mesmo relógio segue adiante, e as nossas atitudes também.

Desejar paz? Isso eu faço todos os dias! Desejar sucesso? Isso eu também desejo a todos que eu conheço! Não preciso ter uma data “x” para externar os meus desejos.

O relógio segue adiante: a simpatia, a benevolência, o rancor e a mágoa vão continuar nas mesmas pessoas. Os gestos, as atitudes e as ações também continuarão nos mesmos corações, ano após ano.

O que tá dentro do coração não possui hora agendada, não há troca de turno, não tem dia e nem horário de exposição, por isso é intangível, por isso é sentimento!

Avaliar situações, rever conceitos e analisar atitudes sempre são levadas em conta nesse breve minuto de translação, entretanto, as mudanças não precisam esperar o êxtase desse minuto ludibriante, porque dia 2 de janeiro tudo volta ao normal.

Mude antes!

Fugindo do habituado em nosso cenário social, eu prefiro terminar o ano seguindo o incentivo de uma canção que não exige dia nem data para ser levada em consideração:

“I'm starting with the man in the mirror. I'm asking him to change his ways. And no message could have been any clearer: If you wanna make the world, a better place,take a look at yourself and then make that...”
CHANGE!

Morreu um homem, nasceu um mito. Esse é o tipo de lição que se leva adiante, não somente na virada do ano, mas sim, enquanto estivermos vivos.

Um comentário:

  1. sim..o ano novo e simbolico...uma mera referencia e mudanca de data..
    mas ....tem seu valor ...mesmo que simbolico...se pelo menos fizer as pessoas repensarem seus atos e se programarem pra fazer um pouco diferente coisas que ja sabem que tinham de mudar e continuaram igual por inercia...

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