Crônicas

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Denunciando sombras



Pertencemos a um mundo provisório, no entanto nos apegamos de uma forma tão fixa as nossas paixões que chega a ser paradoxal.

Os velhos saem de cena. Os novos surgem...  As transformações se alternam, tudo se oxigena e tudo, absolutamente tudo fica para trás...

Os pertences que te pertencem nessa vida não te pertencem. É fugaz, efêmero e fazem parte de um processo gradual, nada mais.

Então o que nos pertence? O que podemos tomar como posse? Do que podemos nos apropriar?
A desarmonia lhe pertence. Os desacordos. Tua superação. Tua determinação.

A sua vontade de atender somente as suas necessidades pessoais lhe afasta de qualquer possibilidade real de felicidade... E a felicidade não é um estado estacionário, ela é inquieta feito uma criança de 6 anos, a diferença é que você possui a manobra de chantagear uma criança e com a felicidade não se barganha nada... Mas podemos regularizá-la e prolongar o seu estado de torpor.

Como você reagiria diante de você mesmo? Já tomou contato com os teus sentimentos, sem pieguismo e sem narcisismo?

Como você identifica a sua insegurança?

Nossas defesas nos traem constantemente e - por vezes - nem detectamos o ato porque ele já se automatizou dentro de nós. Justificativas pra deixar de fazer isso ou aquilo, fazem parte da nossa trilha sonora e do nosso script, haja vista, é tão confortável cultivar os antigos costumes e hábitos, não é mesmo?

A própria frase “se tiver que ser, será” já nos denota algo preguiçoso, sem esforço, a mercê de uma roupagem ilusória e dependente... Os céticos adotam esta frase no afã de uma decepção, já os espíritas ou mais disciplinados adotam isso (alguns) em suas expiações, provas, programação encarnatória ou do próprio Deus... Certo? Errado!

Perdemos os parâmetros! Estamos projetando novos tormentos.

Como você reagiria diante de você mesmo? Já se convidou a se conhecer melhor? Sair mais vezes com você mesmo (sem ninguém de vela, principalmente o “Sr Ego”)?

Já se abraçou hoje?
Existe um orador aí, bem dentro de você, louco pra que você assista algumas palestras sobre ele... Que tal ouvi-lo sem sentimentalismos ou vitimismos?

Somos hábeis na arte de nos enganarmos!

A discrepância está aí: Ouvimos, automatizamos o que ouvimos e fazemos uma triagem somente do que nos interessa, autojulgamento.

E assim sendo, que baita roteiro construímos com o abstrato não é mesmo? Será que estamos construindo uma peça teatral para nós ou para a aceitação de outras pessoas?

À medida que nos conhecemos, trabalhamos nossos pontos fracos e notamos pequenos, porém importantes, fragmentos dessas mudanças.

A buzina passa a ser um mero acessório diante do caos da nossa cidade. Você não terceiriza mais as decepções. As emoções se afloram sob medida; nem a conta gotas, muito menos com alagamento.
É tão salubre olhar para trás e ver como agíamos em determinadas circunstâncias, chega a ser engraçado... E exagerado, por vezes.

Sejamos pacientes com as nossas imperfeições, elas serão a base para a nossa mudança posterior.

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