Crônicas

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Uma quinta de primeira



Quinta-feira, eu, você e minhas provocações distraindo a sua concentração no filme do Tarantino.

Quinta-feira, porque bondade não é ingenuidade; uma coisa é malícia, outra coisa é maldade.

Quinta-feira, dia de se deixar em paz, porque é o penúltimo dia do ócio e um dia antes do ofício, sexta-feira, sem eira nem beira, uns de coleira, outros na bandalheira.

Quinta-feira, dia sagrado da ausência de postergação; se tiver que apostar, arrisque, se tiver que tocar a campainha com uma garrafa de Sauvignon na mão, toque e se jogue em puxões de cabelos e arranhões antes mesmo de adentrar na sala.

Se não houver atrevimento, não é quinta-feira, volte 3 casas e permaneça na segunda-feira.

Quinta-feira, dia nacional dos amores incertos, mas que, lá no fundo (no fundo da garrafa de Sauvignon) você bem que desejaria que fosse o certo.

Enviou dezenas de mensagens para o destino, mas, como ele é uma criança endiabrada, trouxe este para você aprender a saborear a vida sem precisar se preencher em outros frascos.

Quinta-feira, dia que antecede a tão ludibriosa sexta-feira, por sinal, se fôssemos reparticionar os dias da semana em nosso cérebro, ela, sem dúvida ficaria com o ego; capciosa, petulante, arrogante, cheia de si... Mas a gente, que não é dessa gente, preferimos a quinta-feira, esta sim não depende de ninguém, nem da quarta, nem da pretensa sexta.

Entretanto, e neste texto cabe um tanto, há de se respeitar a 3ª Lei de Newton (ação e reação), a quinta-feira depende da sua inércia ou da sua tenacidade em vivê-la na adrenalina ou na passividade de um filme da sessão da tarde, porém, como a sessão da tarde passa todos os dias (de segunda a sexta), nosso alto astral ainda prefere o inigualável sábado.


O sábado ainda nos oferta a sensação de sair de uma cabine com uma capa vermelha e um “S” no peito, vai entender...

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