Crônicas

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ano “safárico” ou ano “sabático”?


Tem muito gringo desinformado e solto no mundo difamando o Brasil de letárgico, retrógrado e ultrapassado, mas agora, nós brasileiros, podemos rebater ao menos uma acusação:

Ao contrário do que a boca suja tem falado por aí, o Brasil é um país modernizado culturalmente. Um exemplo claro é a prática denominada “sabático”, que tem sido utilizada há quase 20 anos nos Estados Unidos e Europa, entretanto aqui, em terras tupiniquins, essa prática defasou há décadas.

Oras, temos uma significativa e sobre saliente expertise em prolongar feriados e transformar os fins de semana em “aparência domingueira”. Isso sem mencionar a quantidade excessiva de Santos a serem cultuados sempre em feriados pelos fiéis e pelos infiéis. Diante disso, nosso país tem propriedade sim pra falar de ano sabático.

Analise quantas pessoas já praticam o ano sabático no Brasil, basta ver o contingente de desempregados existentes em nosso país. Tem fulano que ultrapassou a média de um ano sabático comum, desempregado há mais de seis meses, há mais de um ano, e por aí vai.

Tem coisa pior que receber aviso prévio de ano sabático? Aquelas famosas férias forçadas adotaram uma nova nomenclatura “pseudo-fresca”: Ano sabático forçado.

E quem garante o sustento mensal porque possui um emprego vive um clássico:
“Se queixa das fatídicas segundas feiras e comemora desmedidamente as sextas feiras”. Dá pra entender o brasileiro?

Em todo o caso, enquanto uns perdem há os que ganham. Essa é a lei da sobrevivência não é mesmo? Trabalhar nem sempre é sinônimo de satisfação, agüentar o chefe e se submeter às condições temperamentais do mesmo não é tarefa fácil.

Pior que enfrentar o ano sabático forçadamente é enfrentar o ano “safárico” constantemente:

Acordar com um cavalo roncando ao seu lado na cama, tropeçar num jabuti no trânsito da cidade, sentar ao lado de um porco no metrô cutucando o nariz em busca de um “alien” hospedado, se deparar com os abutres no trabalho querendo te comer vivo, e pior, pelas costas...

Enfrentar o dragão do seu chefe, sempre cuspindo fogo pelas ventas e por fim, chegar a sua casa e se deparar com um cachorro transando com a piranha da sua mulher dizendo em voz alta: “Isso, isso vamos botar um chifre no unicórnio do meu marido...”

É a lei da sobrevivência: ócio para alguns, suor para outros.

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