Crônicas

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As palavras do meu silêncio


- “Este ovo em cima da mesa da cozinha é meu ou é dele?”


Quatro dias se passaram e o silêncio é a palavra de ordem de um relacionamento cuja linha que separa a razão da emoção é mais fina que um fio de cabelo.

Relações sensíveis merecem medidas insensíveis. Não deveria ser o contrário?

A humanidade e suas controvérsias.

O silêncio que jaz em minha casa tem tradução, porém, ao invés de escrever uma cartinha (como orientou a ex tutora parcial do meu coração), prefiro decifrar em “crônica” o meu silêncio, afinal de contas, escrever é reverenciar o silêncio, desde que a minha intenção seja permanecer calado.

O silêncio (obra da intersecção humana) tem os seus benefícios, porém, a exaustiva falta de um diálogo traz danos à imaginação. Um intervalo longo de penitências e hipotéticas conclusões que são constituídas pela raiva e pela indignação.

Esse mal entendido nos transforma em pessoas desvalorizadas, inúteis objetos do circo humano, por isso o silêncio não pode ser desmedido e autoritário, deve ser controlado e intercalado em trocas de pontos de vista.

Entretanto, na feira livre da vida, uns compram brigas, outros dividem rancores, outros deixam amor como fiado... Eu prefiro catalogar o meu silêncio:

1ª fase - Meu silêncio me traz um desafio e desafia o opressor. Dúvidas sempre são bem vindas em um relacionamento. Há de se ter medo para lá na frente ter respeito!

2ª fase - O meu silêncio me reedita e refaz meus conceitos, porém, isso não me basta para canonizar o perdão como agente passivo da minha conduta.

3ª fase – Meu silêncio me traz a paz compulsória de uma biblioteca, sem eu ter que me entristecer com o livro que escolhi.

Um livro nunca se fecha. Uma briga sempre se anexa. Uma frase nem sempre é complexa.

“Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.” – Oscar Wilde

Já já tudo volta ao normal. Hoje toma-se uma decisão, amanhã já não sabemos se queremos defendê-la!

8 comentários:

  1. Aaaahhh o silêncio...
    Às vezes tão benéfico...outras tão malvado...
    Sabe, eu tinha por hábito fazer usso dessa arma poderosíssima...até que um dia uma amiga me disse que as pessoas não são obrigadas a saber o que se passa dentro de nós...
    Que podemos sim falar o que pensamos e sentimos, se soubermos usar as palavras...

    É óbvio que cada situação, cada momento possui uma estratégia... e só descobrimos experimentando... errando algumas vezes, acertando outras...

    Creio que todo extremo seja muito complicado...
    e é nessas doses homeopaticas que as pessoas vão se descobrindo, se permitindo e conquistando a chance e o direito de se conhecerem melhor e consequentemente aprenderem a suportar os momentos dificeis com ou sem silêncio...

    Alguém disse por aí que ele pode ser ensurdecedor...
    Quer saber? Eu nunca duvidei disso!!!
    beijos***

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  2. O silêncio sempre será ensurdecedor para os opressores, e calmo para os oprimidos.

    Sebastian

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  3. Eu ia falar uma coisa mas é melhor ficar em silêncio.

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  4. Muitos pensamentos bom extraídos deste texto... Serve bem para qq tipo de ocasião....

    bjks

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  5. Homens, seria até banalizado dizer que todos são iguais, mas a maioria são iguais!

    Mulheres tendem a falar, falar, falar, expor o ponto de vista, e OBVIO, querer: RESPOSTAS.

    Mas homens sempre optam pelo elouquecedor Silêncio!.

    Beijos Dé

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  6. Adorei esse texto!
    Andreza

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  7. O silêncio sempre incomoda a mente dos perturbados...

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  8. Concordo com o João. É melhor o0 anonimato do que a divulgação, hehe.

    Abs a todos

    Renato

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