Crônicas

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Detendo tendências



Nos dias em que falta articulação nós atrofiamos os movimentos físicos, entretanto, convocamos a memória para rodopiar o tempo a fim de deixa-lo tonto...

Enquanto ele gira e vê tudo passar apressadamente em círculos, nós divagamos em nossas ficções nada científicas...

Em nossas ficções os beijos dispensam as paixões e a fotossíntese das nossas mutações é orgânica... Evitamos as dúvidas.

Sem dúvidas a gente escolhe.

E escolhemos aquela paixão bacana e equivalente, que nos procura após uma briga e que não se autoflagela com o inalcançável. A gente vive junto. A gente se dá bem!

As nuvens são de algodão. Os Girassóis sobrevivem no inverno. O amor não é fotografado e todo exagero é ficcionista.

O algoz do exagero é a indiferença, a indiferença com uma pessoa que definitivamente não merece tamanho desprezo: Nós mesmos.

A gente se deixa pra outra hora com o exagero. Sabotamos o tempo que era pra ser nosso e, como uma espécie de “Goya”, engolimos o prazer da apreciação... A velocidade da mudança é tão vagarosa quanto a sua tartaruga que engoliu erroneamente o rivotril que você deixou cair despercebidamente.

A gente rouba. A gente pega emprestado. A gente devolve...

Mas só devolvemos quando o tempo para de girar e o mundo volta a sua normalidade constante e passiva, girando lentamente em torno do Sol levando exatos 365 dias, 5 horas e 48 minutos para completar uma volta...

365 dias; Quantas temporadas podemos vivenciar, hein? E ainda temos 5 horas e 48 minutos para se jogar no sofá, assistir a série favorita, tirar um cochilo e voltar a viver de novo.

Assim como a terra não é perfeitamente esférica (seu diâmetro equatorial possui imperceptíveis 40 quilômetros de diferença do diâmetro polar), nada é fixo no céu, nem mesmo as nossas cabeças infiltradas nas nuvens...

Já que a Terra não é perfeitamente esférica, vamos viver as nossas tangências, ultrapassar pelo acostamento se for preciso e percorrer essa estrada vertiginosa e cheia de contrastes perpendiculares até completarmos estes 365 dias...

E o que faremos depois do cochilo no sofá?

Nos reinventamos! Sempre com o amor no banco do passageiro.

O amor é a única força existente capaz de não andar em círculos repetitivos (como a Terra). É o único motivo capaz de te fazer levantar do sofá após o cochilo e viver mais 365 dias...

Cíclico ou insólito, o amor é amor e ponto. Não existe exagero, existe abstinência.

Seguir achando que ele não fará falta é como descolorir uma Aurora Boreal ou impor uma cor ao crepúsculo.


Nada é fixo no céu, nem mesmo o nosso planeta... E temos 365 dias, 5 horas e 48 minutos para provar isso! 

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