Crônicas

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Faróis e lingeries



Conhecer os cheiros do mundo e respeitar os faróis, atributos de um sedutor nato.

Mas qual é a relação entre aromas, farol e consequentemente lingeries e conquista?

Tudo possui uma correlação de acordo com o seu poder de alcance visual e da sua compreensão para com a existência hormonal feminina.

Mulher não ultrapassa farol vermelho, nem tampouco ignora os aromas sustentados pelas partículas de O2 da nossa Torre de Babel. Mulher é plano sublime do realismo possível, basta mirar e extrair a conferência que aquele olhar transmitiu.

Ultrapassar o farol (já no amarelo) é correr riscos existenciais. O farol fechou, desacelere, abra o vidro e aspire e inspire profundamente o que a natureza está lhe ofertando gratuitamente naquele momento.

Afine-se com o propósito.

Se você se predispõe a ultrapassar o bairro que reside, deve levar em consideração o contingente demasiado de faróis, eles são fundamentais para a organização entre a sua ansiedade e a sua paciência.

Levando em consideração um dado factível de que o conquistador de hoje se adequou vertiginosamente as transformações do mundo moderno e sucumbiu aos modismos acelerados do approach destemperado, seduzir despretensiosamente é uma arte despencada no desuso.

Ninguém conquista hoje em dia respeitando as proeminências de um farol... A lingerie é o alvo principal e pra se chegar até ela, o cabra planta até bananeira no meio fio do último andar.

A verdade é que os roteiros de hoje são muito previsíveis e o homem sedutor é invariavelmente confundido com o mulherengo, devido à facilidade que algumas delas impuseram no preâmbulo da conquista.

Nossas principais musas inspiracionais da nossa ereção mental e carnal transformaram a trilogia do Senhor dos Anéis num gibi de 15 páginas. Não queremos um livro filosófico de Friedrich, mas também não precisa ser as citações enjoativas da Clarice Lispector.

Não mostre os atalhos para se chegar a tão cobiçada lingerie, nós gostamos do joguinho dos sete erros, vulgo conquista... Aquele voyeurismo da paixão, entenderam? Olhar, desejar, desejar, olhar, devorar...

A conquista de hoje é o Mercadão da Sé de ontem, o que não se aproveita (quando maduro) vira resto na calçada, se oferecendo por muito pouco, ou por quase nada.

Se eu não fosse cronista, na verdade meu filme começaria assim:

Uma frase de efeito circunstancial em uma situação inesperada (como a estagnação quase que perpétua de um farol vermelho). Sorrisos levemente acanhados. Intersecções de falas rápidas. A conquista imediata do telefone e o elemento surpresa estrategicamente elaborado para um futuro convite.

O que importa agora é como ela vem...


3 comentários:

  1. Meu querido , amei sua crônica, só não concordo com as " citações enjoativas de Clarice Lispector".
    Só cito uma frase de Guimarães Rosa sobre ela:
    "Clarice , eu não leio você para a literatura, mas para a vida"
    Bjs

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  2. Parabéns pelo texto denota muito da sua sensibilidade e também do “know- how” em conquistar as mulheres...
    Segue um compartilhamento dos meus pensamentos a respeito da conquista e da sedução:
    Existem vários tipos de conquista e cada qual tem seu valor. Existe a conquista numa balada, para uma noite, por um momento, por alguns momentos e até para uma vida...
    A insatisfação das pessoas em relação à conquista está muito mais ligada à dificuldade em não ter definido o que querem. Vão vivendo o que tem pra hoje sem estabelecer o menor critério. Básico definir o que quer e o que te faz bem e isso não precisa ser fixo na vida. Num momento pode te satisfazer ter histórias rápidas com pessoas diferentes e já em outro momento te faz querer encontrar alguém especial que você possa chamar de seu. Cada um inspira em você querer viver algo de curto ou longo prazo. Tenho pra mim que cada um traz dentro de si uma tendência maior para um ou outro modo de funcionar. Conhecer qual a sua maior tendência é fundamental.
    Diante disso, a conquista fica muito mais assertiva e justa até. É importante que exista uma preocupação em ser justo no momento da conquista. Justo com você, justo com o outro, com os seus sentimentos e os do outro. Nesta hora dar de menos é melhor do que dar demais. Uma boa dose de cautela e transparência nunca é demais! Sou super a favor da sedução desde que ela venha em perfeita sintonia com as intenções e sentimentos sinceros do sedutor. Caso contrário se torna uma cilada para o seduzido.
    Acaba que conquistar de maneira rápida ou demorada, com ou sem sedução é fácil, o difícil é manter! Para alguns a conquista vai até a fase lingerie e game over. Dependendo do objetivo, game over mesmo. Mas se o objetivo é conquistar a pessoa que você quer colocar na sua vida aí é bem diferente e a conquista passa a ser infinita, com várias fases e deve ser exercitada diariamente.
    Que você continue escrevendo muito, nos ensinando e inspirando a refletir sempre!
    Bjo

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  3. André Luiz Evangelista29 de agosto de 2013 às 12:25

    Fiquei curioso em saber quem é... Obrigado pelo comentário.... Auxilia e muito nos próximos pensamentos....

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