Crônicas

terça-feira, 22 de abril de 2014

O irresistível diferente


Gostamos do não usual e do não óbvio. Rejeitamos os desdobramentos das nossas opções para vivermos numa zona tranquila e pacata de conforto, entretanto, na contramão dessas decisões, nos encantamos pelo menos usual.

Quanto mais se escolhe, quanto mais decidimos por algo, menos liberdade adquirimos e, de quebra, limitamos ainda mais o nosso tão convidativo horizonte.

Somos subjetivos demais para as realidades que queremos – por conseguinte – postergamos.

Pessoas que gostariam de ficar, mas deixamos passar...

Acaso? Destino? Hora errada? Lugar certo?

Porra nenhuma! Medo mesmo!

O medo seguido de um comodismo prazeroso que nos oferta um falso – ou – paliativo poder de decisão sobre nós e sobre nossas escolhas.

A criança mulher que quer antecipar sua “adultiçe” aguda. O “vovolescente” baladeiro com patologias de Peter Pan. A mulher que quer retroceder aos seus 20 e poucos anos, confabulando atitudes infantis... O “garanhão italiano’’ que insiste em desafiar os desígnios da gravidade... E da velhice.

Somos “super-humanos” quando o assunto é fazer o que se quer da vida.

Enfim...

Gostamos do diferente, simplesmente porque ele é irresistível.

Os casados (muitos, por sinal) deliram vendo a vida dissoluta dos amigos... Os solteiros (muitos que se dizem poucos) analisam um casal apaixonado com vários questionamentos, dentre eles: Por que ele e não eu?

Passamos grandiosa e notória parte dessa jornada procurando soluções no mundo e não enxergamos – por conta da nossa miopia seletiva – que existe dentro de nós, um mundo de soluções.

Sonhos...

Convém prestarmos mais atenção em muita coisa, principalmente no poder que temos de transformar a nossa vida no que bem entendemos, e essa é uma liberdade ao qual muita gente ainda se sente encarcerada. 

2 comentários: