Crônicas

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mulheres raramente colocam um fim


Antes de adentrar no tema proposto, trata-se de um assunto debatido entre Bolinhas, onde as Luluzinhas também podem participar, ok?

Reticências. Assim é o término da relação para muitas mulheres (sem generalizações).

Talvez o desafio maior esteja no desenlace afetivo, na certeza absoluta de que não haverá mais “Aquela forma de acolhimento quando o mundo desabava”, “O jeito de desenhar carinhos em seu rosto”, “Os conselhos atenciosos e cuidadosos que ele dizia”, “A forma que ele tinha de se comportar no pós coito, assoprando levemente o suor das tuas costas”... E por aí vai...

Até então, nada não óbvio uma vez que a permanência de uma relação consiste mais no “que te faz vibrar” do que no “que te faz chorar”.

O certo é que com o tempo vem à rotina e a falta de ineditismos. A relação fica rasa, opaca e pesada, se torna um fardo, um karma, menos uma missão: a missão de te fazer doar o seu melhor.

Romper e voltar, voltar e romper. Talvez traga para as mulheres um súbito anestésico moral e emocional: O fato de achar que "terminando e voltando" os problemas e as divergências sumirão.

A carência pode interagir te fazendo pensar que “perdoando” ou “cedendo” tudo voltará exatamente como era quando se conheceram. A questão é que não existe recomeço pelo começo, e sim retrocesso pelo fim, e o fim dá novas tônicas para um novo fim, não pelo começo que você insiste em se convencer.

Mulheres não quitam o fim, elas fazem a prestação, dividem em longas parcelas imaginando que estão contribuindo para a boa saúde da relação. Ledo engano.

É como se fosse o empréstimo financeiro para a construção da tão sonhada casa, porém, na ordem inversa, cada mês você (ou ele) derrubam um tijolinho, depois a viga, depois a janela e por fim o telhado.

A justificativa é quase sempre a mesma: repensar sobre a relação.

Defendo a tese de que quando eu repenso em fazer algo, aquele algo já não me faz pensar como antes, ou seja, há de se permitir a novas nuances; curtir os amigos, tomar um chá com a solidão, abusar do cartão de crédito, zapear de montão pelo Tinder e por aí vai... 

Tudo, tudo, tudo, menos o recomeço por aquilo que você ainda imagina que seja tudo para você.

Sabe aquela roupa que te faz heroína só de colocá-la na frente do espelho? Que te faz bem, que te inunda de autoconfiança? Pois bem, ela já tá toda manchada, com furinhos e desbotada, passe pra frente.

4 comentários:

  1. Eu não desisto facil, fico tentando e tentando ate o dia de por um ponto final... parece ser menos doloroso, termino quando ja nao sinto mais nada... gostei do texto

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  2. Mulher não tem preguiça de tentar...somos guerreiras. Tentamos até a última gota de ânimo, mas quando desistimos..é pra sempre.

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