Crônicas

quarta-feira, 11 de março de 2015

A espera do momento ideal


Esperaram os oficiais seis meses de namoro para se confrontarem com a primeira crise. De fato, existe um ritual intransponível em uma relação: a crise dos seis meses.

A crise dos seis meses é como um salto com varas ou uma corrida de 100 mts com barreiras; é uma cláusula contratual da qual você tem que passar de qualquer jeito. Não existe leviandade para burlar esta etapa, nem tampouco o jeitinho brasileiro de querer tirar vantagem.

O casal sensato aguarda pacientemente a crise dos seis meses sem antecipar os meses, é uma forma nobre de não interromper a rotina prazerosa do ineditismo, de aceitar, absorver e permear individualmente o que está bom e o que poderá ficar melhor ainda.

A crise dos seis meses é o temeroso provão do final do ano - entretanto – a dedicação comprova que quem se prepara, não teme.

Casal que posterga a crise dos seis meses está incitando o suicídio indireto da própria relação, evitam o inevitável, contornam o incontornável e dão voltas e mais voltas mesmo estando em uma linha reta...

Não se preocupam com a validação das gentilezas, com a manutenção do acúmulo dos aborrecimentos, não questionam se o parceiro está realmente feliz daquele jeito, enfim, casal que não enfrenta junto não é casal, são competidores.

Atrasar a crise dos seis meses para futuramente acumular com a crise do 1° ano é se afugentar de si mesmo, uma hora você será farejado pela tão temida cobrança e esta, não permite intersecções.

A crise dos seis meses não é um capricho de casal moderno, é um mal necessário que oferta aos dois um tipo de propósito ainda maior ao que unem essas almas, nos dá a oportunidade de escolha, de saber se o que estamos trilhando para a nossa vida é o que realmente acreditamos e, acima de tudo, se estaremos preparados para as crises seguintes.

Porque casal que esquece de brigar, esquece de fortalecer a relação.

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