Crônicas

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Recruta-se burrice, paga-se bem!



Lembra daquela aula de português que você vivia matando só para conseguir uns minutinhos extras em seu precioso sono? Pois bem, o tempo passou e algumas pessoas subestimaram essa aula, achando que no futuro, ela não faria falta alguma.

As celebridades são um ótimo exemplo desse menosprezo. Para algumas beldades, essa despretensiosa aula de português já estava enterrada e exumada. Porém, tal como Jason em suas extenuantes sextas feiras, ela voltou para assombrar os nossos ouvidos, a nossa leitura, o Prof. Pascale e a nossa vergonha alheia.

Mesmo ciente de que errar é o caminho mais fácil para se aprender algo, não consigo me calar frente algumas topadas ditas na televisão, ou escritas nas redes sociais com tanta naturalidade.

Não encontro bom senso em questões que fogem da minha compreensão ética e etimológica, e o que é pior; são pontos enraizados em nossa cultura. O Brasil deve ser o único país em que a burrice é uma oportunidade de evolução profissional.

As gostosonas são burras! Uma afirmação quase sem exceção, basta ligar a televisão!

A televisão e o Facebook são - disparados - o foco absoluto da burrice, entretanto, tem peso de um MBA para quem deseja ingressar na profissão de apresentador ou aparecer em algum "holofote da fama".

É bom que se diga que os meios de comunicação não incitam a burrice, apenas apontam o mau gosto da sociedade, o que não deixa de ser uma burrice, os reality shows e os programas apelativos elucidam bem o que quero dizer.

Substituímos a responsabilidade pela ideia de liberdade; timelines recheadas de erros gramaticais, banners com frases discordantes, singular no lugar do plural.  Não basta ser preguiçoso, tem que ter a saideira da burrice.

E o que não agrega a televisão agrega ao camarote; centenas de 'check ins" nas redes sociais onde um bando de "vovôlescentes" ou filhinhos de papais levantam garrafas de champagne com "foguinhos" dentro da balada para incendiar as calcinhas de plantão, ávidas pela aparência mercantilista do consumismo.

Já passou da hora do Facebook criar um "feeling chicken" ou "feeling cow" para as periguetes que adoram carros importados, fama e Veuve Clicquot.

Ao ler esse desabafo, você deve estar se indagando: “Como que um ser dessa natureza consegue ter os seus minutos, horas e dias de fama?"

Oras, é simples!

O tempo de vida das “bonitonas burrinhas” está reparticionado em dois estágios de sobrevivência: Muitas horas de academia e dicção verbal de sobra, ou seja, verniz diplomático em excesso e muito humor pra disfarçar, afinal de contas, um erro produzido por uma mulher bonita é tido como algo “gracioso” de se ver.

Em tempo: Não que as "inteligentes" estejam fadadas à barangas, não é isso, óbvio que não! A mulher inteligente pode se transformar em uma mulher bonita sem muito esforço, mas a ordem inversa é bem mais tortuosa.

No Brasil, pangaré e jumenta tem fã clube. Os telespectadores adoram isso e o atrevimento de errar feio perante milhões de pessoas não custa caro, custam apenas alguns comentários entre vizinhos e alguns deboches na hora do almoço, isso porque a gente adora falar mal da vida alheia.

São por esses e outros motivos que para o nosso país sempre há vagas para a burrice.

Mas é isso aí queridinhas: Continuem inteligentes feito um hidratante, oops, feito um hidrante. Eu ainda prefiro aprender como anônimo a deslizar como pretensa celebridade.

2 comentários:

  1. Para nós que estamos num país onde a universidade em destaque é a Uniban... e o filme em evidência é "Lula , o filho do Brasil" o que podemos esperar???Lamentável...

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  2. No Brasil vc é mto mais valorizado pelas suas horas de academia do que pelas suas horas de estudo. Que o diga o nosso presidente, ops mas ele nem frequentou academia, onde será que ele estava?
    Pena que minha mãe não me avisou que era bem melhor ter feito musculação ao invés de faculdade. Hj é tarde p/ isso... Prefiro ter conhecimento.
    Qto as escritas, todos temos direito a errar, esquecer, ter dúvidas... Mas acho triste errar por preguiça de procurar a palavra certa em caso de dúvida. Google neles.

    Bjokasss

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