Crônicas

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Prevenção ou reabilitação?


Fazemos nossos karmas e colhemos os frutos dessa fabricação, e o seu payback vem traduzido de forma literária. A forma mais eloquente de se caracterizar o passado!

Ás vezes uma sombra segue nossos passos incansavelmente. Uma sombra que, ao invés de desvanecer-se com o passar das horas, dias e anos, vai adquirindo força máxima diante das nossas tropeçadas pela vida afora...

É a lembrança do que não foi! É a presença imaterial da pessoa que um dia nos ofereceu amor e que não soubemos compreender. A rara e suprema felicidade da vida e o inolvidável significado de ser amado por aquilo que você era (ou mais precisamente), ter sido amado “apesar” daquilo que você fora um dia.

Como se fosse um pássaro, vôo em vão em busca da realização de um sonho, uma fantasia. E só depois ao me deparar com minhas mãos vazias e um amargo sabor de lágrimas nos lábios, compreendo o valor desse amor, que se oferecia generoso, indivisível e incondicional.

Volto a olhar para o caminho que comecei a percorrer nas asas da ilusão e para o que tento trilhar agora, sozinho, com um pouco mais de cautela a cada dia, cada vez mais lentamente, um pouco vencido pela tristeza e desengano.

Volto a meditar sobre a essência desse amor. Um amor que talvez fosse indigno de recebê-lo por tanta elegância e por tanta gentileza depositada. Definitivamente uma vida dentro de outra vida.
O mais puro e longo dos crescimentos onde a paciência só se permitia com a prática, e o significado se fixava num estado inexprimível indicado por ações e atitudes.

Nosso mundo era repartido por vulnerabilidades, exposições e puro coração aberto, sem receio do horizonte! Muitas vezes sobre certos riscos, mas também era composto por uma alegria transbordante e inigualável.

Em uma metáfora musical: Sou convicto a dizer que nosso amor era composto por uma melodia sobrenatural, arranjos harmoniosos e um refrão vibrante e excitante capaz de inspirar qualquer maestro ou compositor.

Enfim, o amor não é privilégio de alguns, é para todos que sabem amar. É um caminhante que passa ao lado da vida e somente pára quando lhe oferecem abrigo e ternura.

Assim é a lembrança para pessoas que como eu, não souberam amar. Uma sombra que desaparece á cada pôr do sol mas que invariavelmente me faz regressar ao passado, porém com muito orgulho do que foi presenciado. Dando certo ou não!

5 comentários:

  1. " um dia nos ofereceu amor e que não soubemos compreender. A rara e suprema felicidade da vida e o inolvidável significado de ser amado por aquilo que você era (ou mais precisamente), ter sido amado “apesar” daquilo que você fora um dia" ...

    LINDO!!!! Essa cronica deveria virar um poema... triste.. mas precisamente: lindo...

    ResponderExcluir
  2. Intensamente lírico , quase uma música ...
    Parabéns !

    ResponderExcluir
  3. Não concordo com vc poeta....
    Acho mesmo que o "amour" (rs) seja privilégio de poucos...
    A crônica, linda, sem palavras.
    Besos

    ResponderExcluir
  4. "É um caminhante que passa ao lado da vida e somente pára quando lhe oferecem abrigo e ternura."


    Que lindo Andre'. Concordo. Ele esta' sempre passando por nos [sorry nao tenho acentuaçao certa aqui], o amadurecimento nos ensina quando acolhe-lo em nossas vidas.... e suporta-lo ;) sem coloca-lo da porta pra fora aos berros aos primeiros desentendimentos. E depois e' uma batalha cotidiana.... mas que vale a pena, voto que renovo a cada dia que passo com o meu poeta-atleta! rsrs

    Beijos!!! (meus e abraço do Alex)

    ResponderExcluir
  5. "Saber amar é saber deixar alguém te amar"...

    E se não o sabe ou não o soube, aprenda! Afinal, o que é a vida senão um extenso aprendizado??

    No mais: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". Eu sei disso. Você também. E pelos seus escritos, tens a alma de Golias!

    Grande beijo para você!

    http://omundoparachamardemeu.blogspot.com/

    ResponderExcluir